Fones de ouvido

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  Me mantinha sentado na mesa, enquanto brincava com meus dedos e mexia os meus pés no ritmo da música que tocava no meus fones de ouvido.

  Era intervalo e mesmo com meus fones quase no último volume, eu conseguia ouvir as pessoas gritando, outras correndo, uns jogando e outros apenas isolados. Se eu sou uma criança? Não, eu estou no ensino médio.

  Apresentação de perfil? Me chamo Ryan Ross, tenho 18 anos, cabelos castanhos emo, pinto meus olhos de preto, tenho pele clara, sei tocar guitarra, banjo, violão e canto, gosto de rock, não namoro, meu estilo é diferenciado, tenho uma família que não se junta aos domingos para almoçar, tenho um irmão de 9 anos, sou um pouco anti-social, meus olhos na luz do dia são em um verde castanho claro, quase incolores e no escuro são castanhos forte. Eu me considero uma pessoa inteligente, estudiosa e em alguns momentos um pouco frio e engraçado. Minha sexualidade? Ainda estou em dúvida sobre isso e...

  Uma movimentação se fez presente ao meu lado. Eu preferia estar sozinho enquanto ouvia AC/DC em paz com meus fones quase estourando.

  Mesmo assim, abri meus olhos e eu acho que encontrei a pessoa da minha vida e do meus futuros filhos parado me olhando com um sorriso tímido no rosto.

  Brincadeira! Ele era apenas um menino que me olhava um pouco tímido e batucava os dedos na mesa.

- Fale.

  Tirei meus fones e pausei a música olhando para aquele menino que eu tinha certeza que vi umas duas ou três vezes no banheiro da escola ou no pátio.

- E-eu vim c-conversar... - Ele falou sussurrando que fiz o maior esforço em meu ouvido para poder ouvi-lo.

- Pode ir embora então. Por que eu não estou - Coloquei meu fone de volta e fechei meus olhos

  Acho que se passou uns dois minutos e eu senti alguém me cutucar. Abri apenas um olho e o menino continuava ali parado e me olhando.

- Você não vai embora, não? - Pergunto e ele nega com a cabeça - Vamos, quem disse para você vir aqui e encher meu saco?

- E-eu vim por vontade própria - As bochechas dele ganharam uma coloração avermelhada - Quero apenas conversar.

- Se eu te dissesse que posso te beijar aqui e agora, você vai embora e me deixa em paz? - Ele franziu o cenho e se remexeu no banco parecendo desconfortável.

- Você é assim ou está me cantando? - Ele perguntou.

- Você é assim chato ou está se fazendo? - Desviei da pergunta dele o fazendo outra.

- Se eu responder, podemos conversar? - Perguntou.

  Ele só sabia perguntar coisas?

- Depende - Comentei.

  Ele revirou os olhos.

- Eu sou chato mesmo. Minha mãe diz que falo demais - Tirei meus olhos dos dois idiotas que brincavam de se socar (Pete e Frank) e olhei para o menino.

- Pois ela disse a verdade.

- Você é sincero, gostei de você!

- Pois não devia.

- Ue, por que? Não me diga que você mata pessoas? Ou que você é um ser místico? Tem AIDS? - Ri das perguntas dele - Está rindo por quê?

  O rosto do menino estava tão sério que me fez rir mais ainda. Eu um ser místico? Se eu tenho AIDS? Quão engraçado esse menino era?

- Não. Não sou. Não tenho e estou rindo porque suas perguntas foram idiotas - Revirei meus olhos após recuperar o ar que faltava em meus pulmões.

Demons // Ryden Where stories live. Discover now