Conto 2 - Já Disse a Física: Depende do Referencial - parte 2

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Agradeçam a uma moça do face. Ela que me lembrou, pq eu já tinha esquecido de atualizar a fic e não nego meu pecado '-'
Desculpa :'''')


No dia seguinte, quando sua mãe chegou, seu pai foi para casa descansar um pouco, e os enfermeiros chegaram para fazer a limpeza de Naruto, pois a mãe e o cadeirante iriam para o consultório do doutor saber dos resultados dos exames. Por volta das nove horas, Sasuke recebeu a família e deu seu diagnóstico, explicando cada detalhe de cada exame, sanando todas as dúvidas que os dois poderiam ter. Foi muito paciente com as perguntas da mãe dele e por fim, passou os medicamentos adequados para dor, caso sentisse na boca.

-Mais alguma pergunta ou alguma coisa? - Sasuke indagou depois de terminar, assinar o que precisava assinar e entregar todos os envelopes para a mulher na sua frente.

-Sim. Mamãe, pega uma coisa no meu bolso, por favor. - pediu e ela retirou um pequeno cartão dali de dentro. - Mostra para ele, por favor. - ela colocou o objeto sobre a mesa para Sasuke observar com atenção. - E agora, doutor? Posso ser seu paciente oficialmente?

O médico abriu um sorriso discreto, ainda que gargalhasse internamente, e devolveu a Carteira de Habilitação para Cadeiras Motorizadas feita à mão para Naruto. Assentiu, o que fez o cadeirante sorrir ainda mais de felicidade. Marcou a próxima consulta, para a retirada dos pontos na língua, para o fim daquela semana.

Pelo menos uma vez por mês, Naruto ia para o hospital, porém sem razões negativas: ou buscava conversar com o bom doutor, marcando consultas "aleatórias", ou por causa das suas avaliações de rotina. De um jeito ou de outro, tentava se encontrar com ele para ter um pouco mais daquela amizade tão curiosa, porém um pouco adversa e, às vezes, rude. Naruto nunca se divertiu tanto ao ir ao médico como naquele ano e seus pais o incentivaram, pois o sorriso voltara ao seus lábios como há anos não estava.

Depois de algum tempo, Naruto se viu convidado a participar de alguns momentos da vida tão secreta do pouco educado, com pacientes pouco educados, Dr. Sasuke Uchiha. Começou com idas uma vez por mês a restaurantes que eram bem familiares do cadeirante, dada sua pequena fortuna como empreendedor, tal como era de sua família, e apresentou seus conhecidos e as poucas pessoas que chamava de "amigos". Raramente Sasuke dizia qualquer coisa, passava boa parte do tempo apenas ouvindo e, quando sentia-se necessitado de o fazer, acenava de leve com a cabeça.

Numa manhã de domingo, porém, o doutor lhe convidou para um passeio especial. Naruto ficou um ansioso porque ele não lhe dissera nada, exceto que os dois iriam sozinhos e que precisava levar um capacete, como os que usava quando andava de bicicleta. Seus pais ficaram apreensivos, tentaram convencer o médico de explicar o que aconteceria naquele "encontro", mas ele sempre cortava o assunto com as palavras "tenho consulta agora". Era um segredo que tanto animava quanto assustava, pois Naruto não sabia bem como se comportar diante daquilo.

Quando o grande dia finalmente chegou, o cadeirante se sentia muito ridículo usando o seu antigo capacete, que curiosamente cabia em sua cabeça depois de tantos anos, principalmente por estar do lado de fora da sua casa, ao lado de seu enfermeiro Rock Lee, sendo alvo de todos os olhares curiosos e debochantes que existiam no rosto das pessoas.

Tentou desistir umas cinco vezes, mas o enfermeiro não lhe deixava sair dali, encorajando-o a esperar pelas oito horas, horário combinado para o encontro. Sentia-se tão ansioso por finalmente ter um encontro e não ser com umas dessas pessoas que se apiedam e só pensam em seu dinheiro que achava que suas mão se mexiam, ainda que sutilmente. Naruto olhava de um lado para o outro, imaginando qual daqueles carros seria o adaptado do doutor.

-Acha que eu estou formal demais? - o loiro perguntou aleatoriamente e o enfermeiro baixou o olhar, meneando a cabeça negativamente. - Talvez eu esteja formal demais para... A ocasião. Droga, eu não sei... Faz anos que tive um encontro de verdade. Será que estou informal demais para onde ele quer me levar? E se for para um lugar muito chique? - resmungou, nervoso. - E Sasuke tentar me beijar? Mas ele não sabe que eu sou gay... Eu devo dizer? E se eu disser e afastar ele de mim? E se...? - começou a tagarelar num fôlego só.

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