Continuando...
O carro seguiu para o tal bairro onde o Uzumaki morava e quando estacionou, Sasuke se deparou com uma casa simples, mas com seu "chão adaptado" para a condição de Naruto. Haviam verdadeiros caminhos para saber para onde ia. De fato, era a casa de um cego e o dono foi sozinho até a porta, mas parou antes de bater. Sasuke sentiu que ele estava com medo de com o quê se depararia ao abri-la.
Este último se aproximou, circundou a cintura do cego e bateu na porta por ele. Corou por saber que aquele homem estava tão perto de si, com a mão ali, mas mentiria se não admitisse a sua felicidade por aquela atitude. Pelos passos que ouvia, seu ex veio recebê-los e não precisava ver para saber que estava furioso por vê-lo, posto que ouviu um resmungo indignado.
-Oi... - foi o melhor que pôde dizer, apertando firme o cabo de sua bengala-guia.
-O que está fazendo aqui? Eu disse para nunca mais aparecer aqui, seu idiota! - bradou, muito irritado. - Eu não te mandei embora?! Não quero mais nada com você, agora saia da minha casa ou... - percebeu que era encarado com muito desprezo por um homem alto de cabelos pretos. - Quem é você? - ele indagou e franziu o cenho ao vê-lo segurar firme a sua mão num cumprimento.
-Sou o mundialmente famoso "Não é da sua conta", agora saia do meu caminho. - Sasuke o empurrou com força contra a parede do hall e deixou um braço pressionando seu peito. - Sabe onde estão suas coisas? - Naruto assentiu e seguiu para o seu quarto rapidamente. Conhecia aquela casa como a si mesmo, então não tinha que se preocupar com nada em seu caminho.
-Quem é você? - o outro rosnou. - O novo trouxa que caiu de amores por aquele cegueta?! Saiba que vai apenas se foder na mão dele. Ele não vai te deixar fazer mais nada, vai roubar sua liberdade e...
-Falou o retardado que bate em cegos. - Sasuke o cortou, afastando seu braço e cruzando-o com o outro. - Eu imaginava que você era filho da puta, mas puta que não me pariu, não existe palavrão que defina isso que você é. - o homem arregalou os olhos.
-Você não tem noção do perigo, seu merda? Não me conhece e nem sabe com quem está se metendo. - ameaçou, cutucando o peito de Sasuke com o indicador. Tal atitude só fez o consultor arquear uma sobrancelha.
-Perigo? Acha que é perigoso? - pendeu o rosto de lado e o empurrou de novo, com muita força, contra a parede. Derrubou um quadro no ato. - Você só batia nele porque Naruto é cego e porque ele não me conhecia, mas eu estou te avisando, seu ser insignificante e patético, tem até segunda-feira para sair dessa casa.
-E vai fazer o quê? Me bater? - o outro debochou, mas tremia por dentro diante daqueles olhos negros profundamente ameaçadores.
-Te bater? Te bater? - Sasuke riu pelo nariz e ficou sério. - A surra que eu vou te dar pelos anos que machucou Naruto vai ser o menor dos seus problemas. - agarrou-o pelo colarinho e o puxou com força para perto, sufocando-o. - E não pense que matá-lo pode ser o pior que eu posso fazer. - soltou-o quando ouviu Naruto se aproximando. - Está avisado. Deixe a chave da casa no vaso de planta.
Ok, fora desnecessariamente ameaçador, mas não achou ruim descarregar toda a sua raiva do dia numa pessoa que merecia receber e, se possível, de uma vez só, principalmente sendo um filho da puta como aquele, que maltrata deficientes.
Não disse mais nada, apenas ajudou Naruto a colocar sua mala no porta-malas. Os dois foram para a casa de Sasuke e este praguejou baixo ao ver que gastara um absurdo de dinheiro com táxi em menos de um dia, mas fora por uma boa causa. Assim que Naruto entrou no local, foi recebido um coro de miados longos.
-Eu sei, eu sei. A chuva impediu vocês de saírem, mas eu não controlo o clima. - Sasuke deu de ombros e pegou a mala do cego. - Naruto, os Saltimbancos, meus colegas de casa vindos diretamente dos recôncavos mais obscuros da rua. Saltimbancos, Naruto, meu... - pigarreou. - Meu amigo cego que eu conheci no táxi.
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Perspectivas
FanfictionAlgumas histórias que provam que nem toda falta realmente causa um problema, para quem convive e para quem a tem, muitas vezes é apenas uma questão de como tratam essa falta, por assim dizer, de perspectiva. LISTA DE CONTOS: Conto 1 - Elas não me Fa...