Capítulo 34 - Vencedores

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Cezar verificou que Nicolas poderia se apresentar, mas que não poderia marchar.

— Ele é literalmente um soldado ferido. — brincou Richard.

Todos estavam apreensivos na igreja esperando o início da peça. A família de Brian não sabia se ele estava junto e sua mãe olhava a todo instante para a porta da igreja.

A música de entrada dos soldados começou. Benjamim deveria ouvi-la por cerca de trinta segundos e então entrar na igreja segurando a espada em frente ao corpo. Naquela apresentação eles não usariam os escudos.

Benjamim entrou andando com o corpo ereto e de cabeça erguida, seguido de Augusto. Após Augusto, Brian entrou na igreja empunhando sua espada e o alívio foi visível nos rostos dos jovens, do pastor Anderson e principalmente na família do soldado número três.

Os adolescentes da igreja assistiam à apresentação sem ao menos piscar. Gabriel, que estava com três amigos, Tiago, Gustavo e Luan, comentou que gostaria de se apresentar como soldado na igreja quando ficasse mais velho.

Alice e suas quatro amigas inseparáveis também observavam atentamente a apresentação.

— Eu quero me apresentar como soldado também. Olha que legal. — comentou Alice.

— Eu também, nem me importo se for à última a entrar. — falou Karol.

Alice pensou que gostaria de ser a primeira a entrar na igreja assim como o seu irmão, mas não falou para ninguém.

Os soldados entravam sem esboçar o menor sorriso conforme às instruções de Cezar, que pediu para que eles ficassem sérios durante a apresentação.

Com os doze no centro da igreja, Benjamim e Augusto ficaram de frente um para o outro e cruzaram as suas espadas, movimento repetido pelos outros soldados.

As meninas entraram e passaram pelo meio dos soldados. Cíntia passou por Brian e sorriu para ele que não correspondeu por estar concentrado no papel de soldado, mas que percebeu o olhar dela.

Após as meninas passarem, a música parou e os soldados viraram de costas para o púlpito ficando de frente para a entrada.

— Marche! — gritou Benjamim.

Os soldados começaram a marchar, com exceção de Nicolas que ficou parado.

Cezar entrou na igreja como capitão e gritou.

— Alto!

Os soldados pararam e ele perguntou.

— Soldados?

— Sim senhor! — responderam os valentes.

— Vocês estão prestes a enfrentar uma grande batalha, a maior de todas as batalhas, mas não temam, vocês estão do lado vencedor! Vocês foram escolhidos porque são fortes, são valentes, são corajosos, e se nesta batalha um de vocês cair ao chão, ferido, machucado, quem estiver bem, ajude o seu amigo a se levantar e assim a vitória será nossa! Entenderam?!

— Sim senhor!

— Para a batalha!

Cezar ordenou e os soldados saíram correndo da igreja para quase que imediatamente voltarem se apoiando uns nos outros. Alguns fingiam mancar, com exceção de Nicolas que mancava de verdade. Eles vieram até ao meio da igreja e se ajoelharam sendo que alguns se jogaram no chão.

As meninas, com Natália à frente, ajudaram os soldados a se levantarem e o capitão ordenou para que eles marchassem em direção ao púlpito. O pastor chorou vendo-os marchando em sua direção. A música de fundo terminou e os valentes sentaram-se juntos com os outros jovens.

O pastor Anderson chamou o missionário convidado para pregar a palavra de Deus e a pregação durou uma hora. Ao final, o pregador entregou o microfone ao pastor Anderson que perguntou.

— Tem alguém hoje que quer entregar sua alma ao Senhor? Se tiver alguém erga a mão que vamos orar por você.

Com toda a igreja em pé, o pastor ficou com a mão direita levantada esperando que alguém atendesse ao seu apelo, de repente uma mão se levantou no fundo da igreja, era a jovem Amanda que foi chamado pelo pastor para vir à frente.

Amanda nunca havia entrado em uma igreja, mas ao ouvir a pregação se emocionou e foi chorando a frente. A mesma atitude de Amanda foi repetida por Evelyn, que também foi à frente e se ajoelhou em frente ao púlpito.

O pastor continuou perguntando e várias pessoas vieram à frente, algumas entregando sua vida ao Senhor e outras se reconciliando com Deus.

Após orar por todos que estavam à frente, o pastor pediu para que os pastores e as autoridades presentes descessem do púlpito porque os jovens subiriam para cantar o último hino da festa, mas antes dos jovens subirem o pastor convidou apenas os soldados do esquadrão e o seu capitão para tirar uma foto com eles.

Os soldados ficaram nas posições que foram determinadas por Cezar e Brian lembrou-se da imagem que Keila mostrou-lhe no painel.

Brian agradeceu a Deus por estar ali e após a foto recebeu um grande abraço de Cezar enquanto o pastor convidava todos os jovens para subirem ao púlpito. Eles cantaram juntos e o pastor encerrou o culto.

Após o culto Cezar se reuniu com os doze e perguntou.

— Bom, ficou claro que vale a pena estar do lado vencedor não acham?

— Com certeza professor, somos separados por Deus para vencer. — disse Brian.

— E quanto a Arthur? E a Keila? Será que vão tentar se vingar? — perguntou Benjamim para o seu pai.

— Arthur tem um grande ódio desta igreja, assim como Keila, portanto devemos estar vigilantes como bons soldados.

Cezar agradeceu aos soldados pelo grande empenho e pediu a ajuda deles para servir o jantar que o pastor tinha preparado para os visitantes, mas antes, Benjamim questionou ao seu pai.

— Pai, o senhor tinha certeza que seriamos vencedores na batalha contra Arthur?

— Sim, meu filho, eu tinha certeza que vocês venceriam porque a bíblia diz que somos mais do que vencedores. Por mais difícil que seja uma batalha, a vitória sempre será daqueles que estão do lado do Senhor.

Esquadrão dos Valentes: O resgate do soldado feridoOnde histórias criam vida. Descubra agora