E Se Fosse Verdade? ( Sonho )

Tudo igual...

Fiquei assustada, não vou negar, mas nao ficaria naquela casa por mais nenhum minuto... Sendo torturada por aquele... Monstro, delicioso ! Conversei com o Patrick, e ele me liberou. Minha mãe estava na delegacia com a Sílvia, Liam bom, estava em algum lugar... E eu, à caminho de casa, tentado me livrar do Richard.

- Você quer entrar também? - Perguntei indignada.

- Não... Deus me livre ficar sozinho com você novamente - Ele respondeu sorrindo.

- Beleza! Obrigada por tudo, tchau.-Fiz de conta que não entendi a piada e fechei a porta prontamente. - Oi?? Alguém em casa?

- "Xixila" " Xixila" vou passear! - Dizia o Pedro, correndo ao meu encontro com uma mochila nas costas- Vou pra casa da Tia Alê!!!

- Como assim?!

- Oi Cecília!! Soube o que houve ontem... Como você está? ! - Era Suzane, nossa babá de confiança.

- Estou bem! O que está acontecendo? Ele vai viajar?!

- Vai... Por conta do que houve ontem, sua mãe resolveu tirá-lo da cidade... Mas é temporário!

- Tirá- lo da cidade?! - O que não estão me contando?- Mas por quê? O que o Pedro tem a ver com o que aconteceu?

- Não Ceci, não entendi muito bem. Mas sua mãe parecia muito nervosa. Acho que deve ter um bom motivo pra isso.

- É... Deve ter... Então tá, amigão! Divirta-se muito na casa Alê, e vê se se comporta!

- Pode deixar "Xixi"!

Dei-lhe um forte abraço, e o observei. Richard os acompanhou até o carro e depois partiu também. Tranquei a porta e liguei Para a Joana, as coisas estavam diferentes... Foi como se o incidente que aconteceu na festa, tivesse traçado uma linha de antes e depois imaginária, na qual não se podia voltar atrás.

- Alô? !
- Jô... Sou eu...
- Cecê... Como você está? ! Tá tudo bem, né? ! Não me deixaram falar com você ontem...
- Eles me prenderam no quarto de hóspedes e só me liberaram agora pela manhã...
-Você está em casa?
- Tô... Cheguei agora...
- Estou indo pra sua casa então
- Tá bom..

Desliguei o telefone, subi correndo para tirar aquele vestido e percebi que a janela do meu quarto estava estranhamente aberta... Gelei... Não sabia o que fazer, será que deixei aberta e esqueci... Será que alguém entrou na minha casa? Naquele momento, tudo era possível! Não tive coragem de entrar, desci as escadas e fiquei na cozinha, esperando a Chegada da Joana, para assim criar coragem e subir. Como se aquela doida, fosse alguma garantia de segurança!
Em minutos, Joana estava comigo.

- Que cara é essa?! - Perguntou

- Alguém entrou no meu quarto!

- Como assim?? Alguém quem ?

- Não sei... Minha janela estava aberta... Não tive coragem de ficar lá. Perece que nenhum lugar é seguro agora!

- Vamos lá... Juntas!

Concordei. Fomos na cozinha, pegamos duas facas e subimos devagar.Entramos no quarto lentamente, minhas pernas tremiam, caminhei devagar até a janela fechando-a lentamente, enquanto Joana vasculhava meu quarto atrás de alguma coisa, qualquer coisa que possa ter sumido.

- Não levaram nada! - Falei assustada - Talvez, o que eles queriam, não estivesse aqui...

- Ou talvez, ninguém tenha entrado aqui... Você pode não ter fechado a janela direito, e ela acabou abrindo de madrugada... Ou a babá abriu as janelas...Coisa do tipo...

- Se você soubesse como foi estranho, Jô, aquele homem me entregando aquela caixinha cor de rosa, e eu, de repente, ouvindo o tic tac ....

- Eu imagino, amiga... Imagino mesmo! Fiquei muito preocupada com você... Mas o agentes não me deixaram te esperar, fui quase obrigada a ir pra casa... Bom, o importante é que você está aqui! Sã e salva!

- Você não faz ideia de quem me salvou...

- Liam? ?

- Richard!

- Nao brinca!!! Me contaaa!!!!

Passamos a tarde conversando, mas sempre com a sensação de que havia alguém... Alguém à espreita, esperando a hora certa para agir de novo. Também não parava de pensar na confusão que minha vida amorosa tinha se tornado, eu precisava me decidir, na verdade eu já estava decidida, mas o Richard não me ajudava.

O telefone tocou, e eu senti uma mistura de medo e preocupação.

- Cecília?

- Mãe! Até que enfim... Onde você está? Estava preocupada!

- Estou bem ! Estou tentando ser útil nas investigações. Volto pra casa amanhã pela manhã.Certo? Mas não se preocupe, mandaremos alguém para ficar com você, enquanto eu não voltar.

- Alguém? Quem?

- Não sei quem, mas a pessoa já deve estar chegando.

- Tudo bem... Toma cuidado você também!

Desliguei o telefone, e o frio na Barriga tomou conta de mim. O que estava acontecendo?

- Amiga, já está tarde, acho melhor eu ir... Você fica bem?

- Fico sim! Minha mãe falou que mandarão um policial para ficar aqui em casa...

- Me liga! Qualquer coisa que precisar, é só me ligar.

Acompanhei Joana, até a porta de casa, e esperei, até ela desaparecer na neblina, ao mesmo tempo em que ela sumia, alguém surgia, caminhando rapidamente, precisei olhar atentamente, para perceber quem era. Liam. Ele se aproximava, com as mãos no bolso, olhando ao redor. Quando me viu, fez um sinal com as mãos, eu gelei, instantaneamente.

- Eu seria muito mandão, se pedisse pra você entrar? - Disse ele, enquanto se aproximava, sorrindo com os olhos.

- Eu seria idiota, se não te convidasse para entrar comigo....- Respondi, abrindo a porta.

Ele entrou e prontamente trancou a porta da frente. Olhei pra ele assustada, e ele de fato estava preocupado. Saiu fechando todas as janelas, e ao terminar, me deu um sorrisinho maroto.

- Estou só prevenindo! - Respondeu ele, ofegante - Todas as janelas do andar de cima estão fechadas?

- Preciso olhar...- Respondi

- Espera - Ele olhou de relance pela janela. - Vamos!

Subimos rapidamente as escadas, olhamos todas as janelas, e resolvemos que ficaríamos em meu quarto, já que teríamos uma janela bem grande, onde ele poderia garantir uma visão mais ampla da rua. Isso, se ele não tivesse fechado todas as cortinas.

- A ideia não era uma visão ampla?

- E é!

- E por que você fecha as cortinas?

- Você não tem que se preocupar, é só logística.Confia em mim?

Olhei pra ele desconfiada.

- É sério? Silêncio de novo? - Perguntou ele, sorrindo

Sorri também.