E Se Fosse Verdade? ( Sonho )

Primeiro Beijo

Sentei-me na cama, enquanto ele estava em pé. Observei que havia uma tensão grande, estava acontecendo alguma coisa e ninguém queria me contar, como se eu fosse a única a não saber... Mas isso não seria novidade, seria?! Arrastei uma cadeira para perto dele - Caso você se canse - Disse. Ele agradeceu com a cabeça, mas seus olhos não saiam da janela.

- Você vai me dizer?

- O quê? - Perguntou, distraído.

- O que está acontecendo? O que está acontecendo, Liam?

- Não é nada de mais... É precaução...

- Precaução? Tudo isso? você acha que eu acredito?

- Cecília, você precisa ter paciência! Precisa confiar...

- Confiar? Como vocês estão confiando em mim?

- Sei que não está sendo fácil, mas não posso ser eu a te contar!

- Então, quem? quem pode me dizer o que está havendo?

- Olha, tenho certeza absoluta, de que, quando o momento certo chegar, você saberá de tudo.

- Por que você está de guarda? Achei que fosse só um estudante...

- Sou filho de policiais...

- Isso não quer dizer nada.

- Claro que quer... Eu cresci em situações como esta... Tenho um pouco de experiência.Olha - Ele veio em minha direção- Tudo isso, é para tentar entender, o que está havendo... O que querem com você... Nós não vamos descansar,Cecília, até encontrarmos respostas. Eu não vou descansar, até saber que você está de fato segura!

Seus olhos me encaravam, suas mãos estavam acariciando meus cabelos, eu fechei os olhos, e apenas me deixei sentir, me permiti aquele carinho. Ele chegava mais perto de mim e por algum motivo, enquanto ele se aproximava, eu dava pequenos passos para trás, até não ter mais para onde ir, me vi encostada na parede, enquanto sentia suas mãos, saindo dos meus ombros, passando pelos meus braços, chegando nas minhas mãos, saindo das minhas mãos para o meu quadril, subindo para a minha cintura. Ele me aproximou ainda mais , me mantendo perto, eu estava ofegante e completamente rendida. Ele afastou meus cabelos e agora, eu sentia sua respiração no meu pescoço, seus dedos acariciando minha cintura, sua boca, tocando meu pescoço, minha orelha, meu queixo, e finalmente, minha boca se enchia da sua boca. Seus lábios quentes tocavam os meus, com tamanha profundidade e sutileza, seu beijo, era molhado o suficiente para me fazer derreter em seus braços. Ele me abraçou com força, tirando meus pés do chão, levando-me para a cama, onde sentou, colocando-me suavemente ao seu lado. Ele parou de me beijar e me olhou, eu levantei da cama e parei na frente dele , eu queria mais... Passei as mãos em seu cabelo, lhe beijei o pescoço, sua mandíbula levemente tensa, e beijei sua boca novamente. Ele não ousava me descobrir, era um beijo quente, mas ainda assim, ele se segurava, me tocava em lugares específicos, sem avançar demais. Minha cintura, minhas mãos, meus cabelos, meu pescoço, minhas costas, aquele momento parecia infinito. Ele me pegou nos braços e me acomodou na cama novamente- Você vai me deixar maluco, Cecília... - Dei um leve sorriso. Ele beijou minhas mãos ofegante e se afastou devagar - Meus Deus, terei que passar uma noite com você, e não aguentei nem 30 minutos sem te beijar.- Disse ele .

Sorri.

- Você não vai mesmo me dizer o que está acontecendo, vai?

- Não posso... Não agora.

- Tudo bem... Terei que descobrir sozinha.

- Teimosa! Por que não dorme um pouco e me deixa fazer meu trabalho?

- Você não poderia me proteger aqui? - Convidei-o a deitar ao meu lado - Juro que não vou tentar nada!

Ele hesitou .

- Você prometeu! - Disse ele, enquanto se aproximava.

Afastei-me um pouco, e ele deitou ao meu lado. Encostei minha cabeça em seu ombro e pouco tempo depois, estávamos dormindo. Na verdade, Liam não aguentou muito tempo, provavelmente estava cansado demais da noite anterior. Levantei-me da cama no meio da noite, com cuidado, sem pensar duas vezes, corri até a janela, ao abrir as cortinas me deparei com no mínimo 5 pessoas cobrindo a parte da frente da minha casa, todos parados, como se estivessem esperando por alguém ou alguma coisa. Um deles olhou pra trás, e eu me assustei com o que vi. Não sei se consigo descrever com clareza, mas, os olhos daquele homem, eram como lanternas.Quando o vi fechei as cortinas momentâneamente, respirei fundo e olhei mais uma vez, percebi que todos os homens parados na frente da minha casa tinham olhos que brilhavam, olhos cintilantes! Entrei em desespero e fiquei com muito medo, quando senti a mão do Liam fechando a cortina... Aparentemente, bem aborrecido.

- O que você viu? - Perguntou

- O que eles são?

- Eu já te disse, não posso te responder essa pergunta... Por que você não facilita?

- Facilitar? Me entregaram uma bomba embrulhada em uma caixinha rosa, vocês me mantém presa em casa desde então, e eu que tenho que facilitar?

- Eu prometo que você vai saber de tudo, no momento certo. Agora volta pra cama, por favor.

Voltei pra cama irritada. Ele verificou a tranca do quarto e voltou para perto da janela, assumindo novamente seu posto, em pé, com olhos na rua. Nao consegui dormir, vi o dia amanhecer e minha mãe chegar. Liam Partiu sem se despedir.Percebi que os guardas que protegiam a minha casa, revezaram com outros. A luz do dia eu não conseguia ver seus olhos brilharem, mas eu sabia que algo estava errado.

Minha mãe estava estranha quando chegou... Pensei duas vezes antes de perguntar algo pra ela.

- Vo... Você tá bem?

Ela estava encostada na mesa da cozinha, seu olhar parecia distante, e ela, bem cansada.

- Oi amor... Como você está? - Ela me apertou em seu peito.

- Eu tô bem... - Respondi

- Que bom - Ela me interrompeu - Preciso descansar um pouco...

- Mãe, você precisa me contar... Precisa conversar comigo... Eles colocaram guardas na nossa casa, eu não posso mais sair sozinha e todo mundo ao meu redor parece saber o que está havendo... Menos eu! Isso não é injusto para você?

- Muita coisa tem sido injusta Cecília. Mas, eu preciso dormir um pouco, porque a nossa conversa será muito longa . Só te peço que espere mais um pouco, e logo tirarei todas as suas dúvidas. - Ela me beijou na testa e subiu. E eu não tinha o que responder. Ela estava cansada, e eu precisava ter um pouco mais de paciência. E tive. Até não ter mais.