── Como assim ela não está morta, Bella? ── Pergunto assustada demais pra tentar raciocinar.
── Dois homens em um carro preto vieram me pegar quando desci na porta da minha casa, colocaram um saco na minha cabeça e me deixando sem ar. ── O cemitério não era o melhor lugar para se conversar sobre isso, empurro a cadeira de roda aos poucos. ── Me levaram pra um porão, fiquei com muito medo e com frio e foi aí que ouvi uma voz conhecida
── Era a Carrie? ── Suponho enquanto nos levamos pra fora do cemitério.
── Sim. Ela disse que sentia muito por eu estar ali e que sentia muito a sua falta... ── Ela parece tentar se lembrar mais um pouco, mas os remédios devem estar afetando no raciocínio. ── Ela me colocou nos braços enquanto tentava me fazer dormir e quando acordei ela já tinha sumido
── Bella, isso é uma loucura. ── A observo um pouco antes de atravessarmos a rua. ── A mãe dela a enterrou hoje mais cedo, imagina como ela vai ficar depois disso?
── Eu não estava alucinando, parecia bem real, foi real e por favor acredite em mim! —– A mesma me encara e segura na minha mão. ── Você acredita em mim?
Fico em silêncio tentando raciocinar tudo enquanto a Bella contínua com a cara fechada depois que não respondo. Ela me pede pra voltarmos pro hospital e conforme íamos embora tento buscar palavras para dizer que acredito nela.
── Me desculpa por ter reagido daquela maneira, é difícil pra mim depois de tudo o que aconteceu na cerimônia do velório. ── Falo rápido quando vejo a mãe dela entrar furiosa.
── O que acha que estava fazendo? ── Ela nos olha indignada.
── Ainda estou viva, apenas precisava de um pouco de ar. ── A Bella se impõe na minha frente.
── Me desculpa por esse susto que demos na senhora. ── Falo pra tentar amenizar o clima.
Volto pra casa e não encontro a tia Ana em cômodo algum. Já estava anoitecendo e a minha cabeça não para de rodear preocupações, tentei inúmeras ligações e todas foram rejeitadas por ela. Desisto quando entro no banheiro e tomo uma ducha gelada e demorada. Coloco um pijama confortável e sego pra cozinha. Precio de algo quente, então preparo um chá bem forte. A minha cabeça quer explodir e ainda não me caiu a ficha que a Carrie foi enterrada. Respiro fundo e tento espantar os meus pensamentos.
Observo as pequenas gotas caírem sobre a janela, me aconchego na poltrona e me esquento com o vapor do chá. A companhia toca e por um tempo fico apreensiva se devo atender ou não. A pessoa insiste dando várias batidas na porta, acabo me estressando e vou conferir. Quando vejo o Dylan pela janela com um olhar assustado me deixa preocupada. Ele está completamente encharcado pela chuva e nas mãos tem marcas de sangue.
── O que aconteceu? ── Pergunto assustada.
── Posso entrar? ── Ele fala em quase um sussurro. ── Por favor...
── Cla-ro. ── Dou passagem pro mesmo e logo tranco a porta atrás de nós.
Ele não se pronuncia e então faço um sinal pra ele começar a contar.
── Acho que matei uma pessoa. ── O olhar dele é de desespero assim como o meu.
── Quem? ── Pergunto ainda assustada olhando pras mãos dele.
── Acha que sou um assassino? ── Ele se aproxima me fazendo dar vários passos para trás. ── Maya, eu nunca machucaria ninguém de propósito
── Você está com sangue nas mãos, Dylan de quem é esse sangue?
── Você tem medo de mim. ── Agora ele está perto demais.
── Não. ── Afirmo mesmo sabendo que agora estou mesmo com medo.
── Seu coração quase sai pra fora quando chego perto demais. ── O mesmo mantém o olhar sombrio. ── Você demonstra isso no seu olhar
── Não tenho medo. ── Coloco a mão no ombro dele pra tentar acalma-lo. ── Você precisa se acalmar pra conversarmos melhor até conseguir me contar se isso é sangue humano ou resolveu trabalhar de açougueiro
Ele se afasta de mim ao ouvir isso. Subimos pro meu quarto e o entrego uma toalha nova e uma roupa que pertencia ao meu pai.
── Agora podemos conversar? ── O observo sair do banheiro.
── Você não vai querer saber. ── Sei muito bem que esse jeito durão é só uma armadura. ── A Ana está a onde?
── Não muda de assunto. ── Reviro os olhos muito impaciente. ── Você matou alguém e agora está na minha casa, tem noção disso?
── Quer que eu vá embora? ── Ele para bem de frente pra mim. ── É só falar que vou
── Não, só quero que me diga a verdade. ── O encaro com raiva.
── Aquela gótica amiguinha da sua amiga Carrie. ── Ele solta um sorriso e se joga na poltrona perto da janela e não havia o Dylan assustado mais.
── Por que você fez isso? ── Fico indignada com a postura dele a ação. ── Você me disse que não era um assassino, mentiu ou é verdade?
── E não sou, pelo até hoje. ── Ele acaba sorrindo encarando as próprias mãos que já estão limpas.
── Você é um louco e quero que vá embora! ── Peço olhando as horas no celular.
── Calma amor, ela ainda respirava depois que saí. ── Ele se mantém perto como se quisesse ter certeza que não vou ligar pra polícia.
── Dylan, quando você vai parar de mudar desse jeito? ── O analiso e não tiro os olhos dele. ── Uma hora você parece ser um cara normal e depois um psicopata!
── Eu sou assim quando tentam machucar você ou a sua tia. ── Essas palavras me deixou sem reação alguma. O que a Vanessa falou de tão grave pra ele matar ela? ── A gótica me ameaçou dizendo que entregaria você a polícia por matar a Carrie e depois disse que iria entregar a sua tia por ter armas em casa e por yer envolvimento com a gangue
── Eu nunca machucaria a Carrie e a minha tia atirou naqueles caras porque fui imprudente em ir sozinha até lá sabendo que poderiam me machucar. ── Abaixo a cabeça e respiro fundo com os olhos fechados. ── Dylan você não pode ser assim tentando me proteger o tempo todo, isso só vai acabar te prejudicando.
── Assim? Eu sempre fui assim e você tem que parar de ser ingênua. ── Agora o rosto dele está próximo de mais.
Trocamos olhares por um breve momento até o mesmo me puxar pela cintura e me beijar. Aquele beijo é o mais intenso que já provei e o toque é de dar arrepios. Não tive nem tempo de me perguntar o porquê de eu estar beijando um psicopata.
Hasta luego; 🔎
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Ao seu favor. ꪜ
Mystery / Thriller⇉ "Não existe ninguém ao seu redor que você possa confiar." Obs: O ministério da saúde adverte, que se lerem essa obra sem ligar os pontinhos causará danos e estresse a saúde. Maya Parker é uma jovem que em uma noite perdeu os pais em um ac...