⇉ "Não existe ninguém ao seu redor que você possa confiar."
Obs: O ministério da saúde adverte, que se lerem essa obra sem ligar os pontinhos causará danos e estresse a saúde.
Maya Parker é uma jovem que em uma noite perdeu os pais em um ac...
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Andando pelos corredores ouço os passos do policial loiro atrás de mim, cujo o nome aprendi durante esses meses. Tento olhar apenas pra azulejo manchado do chão ignorando os olhares curiosos nas janelinhas de cada sala.
Estou livre.
Foi o que me disseram nessa manhã.
Me devolveram todos os meus pertences e me entregaram uma roupa digna. Amarrei o meu cabelo em um coque tentando desviar os fios rebeldes que insistiam ficar manter os meus olhos. Estou ansiosa pra deixar tudo para trás. O advogado da família prestou muito bem na minha defesa.
Um turbilhão de sentimentos me tomaram todas as noite enquanto chorei calada na expectativa que ninguém escutasse. Ganhei um olho roxo enquanto uma senhora maluca veio procurando encrenca no momento em que todos tínhamos direito de tomar um pouco do sol no fim da tarde e deixei um paramédico com um arranhão no braço tentando lutar contra os remédios que me forçavam a tomar.
Estou exausta e ansiosa.
Parada na calçada procuro olhar os carros que estão estacionados na rua a procura da minha tia Ana ou de alguma das meninas. Mas ao contrário o meu foco é atraído pra uma pessoa que caminha do outro lado da calçada vestindo um moletom preto e sinto um calafrio pecorrer a minha espinha,
Aí me lembro que tudo finalmente acabou.
Ouço um carro buzinar e um alvoroço chama a minha atenção. A Carrie e a Bella acenam sorrindo na minha direção, não perco tempo e vou correndo até o carro.
Assim que entro, me sento no banco de trás ansiosa pra perder da visão esse ambiente que me mantinha aprisionada a tanto tempo.
Quando o carro para em frente a minha casa fico paralisada olhando pra rua. Volto o meu olhar pra janela do meu quarto que aos poucos o vento balançava a cortina.
Sinto dois braços me envolveramde de cada lado. A Carrie e a Bella estão sorrindo empolgadas me encaminhando pra dentro de casa que assim que abrem a porta vejo a minha tia Ana parada vindo na minha direção com um bolo e algumas velhinhas. Olho em volta um pouco surpresa analisando a decoração dos balões enfeitando a pequena sala de estar junto a faixa enorme que me parabeniza um feliz aniversário!
Como consegui me esquecer do meu próprio aniversário?
── Surpresa! ── As três gritam em uníssono. ── Feliz aniversário, Maya!
── Obrigado! ── Automaticamente os meus olhos lacrimejam, mas não é um choro de tristeza e sim de felicidade.
Ganhei um abraço coletivo e risos ecoaram pela sala e já fazia muito tempo que não acontecia isso dentro dessa casa.
Sentamos todas juntas no sofá quando me disseram que teria a entrega de presentes. Animada bato palmas e sorrio. A Bella foi a primeira com uma sacola um tanto grandinha. Retiro o embrulho da sacola e ao abrir percebo que o couro não deixa a ser irreconhecível.
