Capítulo 22 - Treinamento em um Planeta Estranho

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Austin estava sentado à beira da cama, vestindo nada mais do que uma cueca boxer. Olhava para suas mãos com admiração.

Olhou para Sully que dormia profundamente, então novamente olhou para suas mãos.

O que houve naquela noite certamente o deixou espantado, fora que esteve tão excitado que mal podia crer que fosse possível chegar a um êxtase tão forte durante o sexo.

A lembrança estava quente e vívida em sua mente. No auge do prazer, a pele de Sully tornou-se tão azul quanto os oceanos de seu planeta natal, suas íris cresceram e se tornaram tão grandes que era impossível ver a parte branca, podia ver o brilho de estrelas naqueles olhos perfeitos semicerrados em sua direção. Seu cabelo se tornou não apenas rosa salmão, mas continha tons mais claros em algumas mechas contrastando contra sua pele azul. E o mais absurdamente peculiar, sua pele cintilava por todos os lados, um pó colorido levemente caía sobre a pele de Austin, como purpurina. Era a coisa mais... estranha e linda que ele já tinha visto.

Tinha certeza que talvez para algumas pessoas não fosse nada lindo. Alguns poderiam confundi-lo com uma criatura do mar ou algo assim. No entanto, Austin tinha gostado. E pelo que percebeu, era um segredo que Sully não queria dizer a ninguém.

Ele se tornou tão cansado depois do sexo e dormiu em instantes. Mesmo agora, uma hora depois do que aconteceu, ele ainda podia ver o pó colorido e brilhante em suas mãos. O que diabos Sully era? De que planeta veio? Austin nunca em sua vida conheceu alguém como ele.

Exceto Aquantis, que era muito peculiar também.

Para que servia aquele pó brilhante? Para cegar o inimigo ou apenas de enfeite? Austin duvidava que fosse a segunda opção. E por que a pele dele ficava azul?

Ele sacudiu a cabeça quando o comunicador apitou. Ele colocou em seu ouvido e clicou.

— Austin, nós vamos descer para o planeta mais próximo. Gavrel quer que Aquantis conheça o seu treinador, você fica e cuida das coisas?

— Achei que ele fosse treinar a bordo da Margosha.

— Gavrel não quer arriscar perder a nave. — Trey riu lá do outro lado, mas se controlou. Eles conversaram mais um pouco e desligaram.

Austin olhou para Sully dormindo. A expressão dele ficava tão suave e doce enquanto estava na terra dos sonhos. Não podia evitar sentir algo estranho bem lá no fundo, ele se importava com Sully.

Afastou-se e levantou.

Não importa o que sentia, Sully apenas estava lhe castigando por algo que mereceu, não fazia aquilo por qualquer motivo, mas estava se aproveitando de Austin.

Antes que saísse, percebeu que ainda usava a coleira. Ele a tirou e colocou sobre o criado mudo.

Odiava se sentir um mero pedaço de lixo espacial.

-*-*-

— Chegamos. — A voz automática da nave cápsula anunciou assim que pousaram no porto terrestre.

Aquantis olhou para baixo da grade enquanto caminhavam pelo píer de madeira até o gigantesco centro comercial do porto. Havia um precipício logo abaixo que levava a... não fazia ideia. Podia inclusive ver nuvens naquele lugar, mas nunca o fim dele. E não havia um outro lado do penhasco, apenas... céu nublado e prometendo uma tempestade.

— Que lugar é esse? — Ouviu Trey perguntar a Gavrel. Eles estavam de mãos dadas para não se perderem um do outro enquanto driblavam a multidão do calçadão de madeira.

Lost Blue [Romance Gay]Onde histórias criam vida. Descubra agora