Capítulo 31 - O infortúnio de Keesa

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Keesa não acordou muito bem naquela manhã. Percebeu isso por como sentia seu corpo pesado, seus músculos retesados e cansados. Não era sono ou preguiça, era diferente.

De qualquer forma, ignorando seu mal-estar, acreditando ser apenas temporário, como tinha sido no dia anterior, levantou-se e seguiu com Gavrel para se encontrar com os demais.

Estava muito curioso para saber para onde iriam. Seu comandante tinha deixado bem claro que a surpresa era para "ele". Não fazia ideia do que seria e estava muito animado para isso.

- Você está bem? - Gav perguntou quando se juntou a ele na porta do apartamento. Ele deu-lhe um beijo em sua testa e o puxou para perto. Keesa se aninhou no abraço, aproveitando para sentir o seu aroma tão característico.

De repente percebeu que estava com frio.

- Estou. Espere só um pouco. - Voltou para o quarto e pegou um casaco. Sua tremedeira passou e foi capaz de se juntar ao comandante. Gav olhou para ele surpreso por sua roupa mais quente, todavia não questionou.

O elevador tinha uma parede ovalada de vidro capaz de dar a eles a visão dos outros prédios e das praias. Era incrível. Demorou uns bons cinco minutos para descer todos aqueles andares. Gavrel aproveitou a chance para beijá-lo e foi perfeito.

Quando chegaram ao shopping combinado, todos já estavam esperando por eles.

- Você está com frio? - Aquantis perguntou, curioso. - Faz calor hoje.

- Ah é? - Isso explicava o olhar estranho que Gavrel deu a ele. - Já te contaram para onde vamos?

Aquantis desviou o olhar e segurou um sorriso.

- Mais ou menos.

Sorrindo, Keesa bateu seu ombro contra o dele.

Juntaram-se para o café da manhã em um restaurante por ali mesmo e Keesa tentou empurrar alguns pãezinhos para baixo da garganta, mas não foi muito fácil. Quando percebeu o olhar do valius sobre ele, tentou sorrir e parecer normal, afinal não queria deixá-lo apreensivo. No entanto, estava começando a ficar preocupado consigo mesmo.

Na praia, havia uma plataforma muito tecnológica que levava até veículos subaquáticos. Keesa estava nervoso, pois nunca tinha entrado em um submarino antes, entretanto, estava muito curioso para saber como é.

Mostrou-se não ser tão ruim - não queria que balançasse muito, já que não se sentia tão bem. Sentaram-se em cabines separadas e Gavrel o puxou para ficar sozinho com ele. Estavam lado a lado e Keesa se apoiou no ombro dele, olhando pela janela, deslumbrado com toda aquela paisagem marinha incrível. Peixes imensos e também minúsculos nadavam para todos os lados, algas e outras plantas eram esconderijos desses animais. Até que avistaram o que parecia ser uma cidade dentro de uma cúpula gigante e transparente.

- O que é aquilo? - Perguntou ao Margosha.

- Uma cidade.

- Eu percebi. - Ergueu uma sobrancelha e um dos cantos da boca do comandante se ergueram.

- Não uma cidade comum. - Revelou. - Digamos que aqui é conhecido por ser um lugar que faz as mais estranhas e bizarras cerimônias.

- Então por que estamos aqui?

- Por que nós vamos fazer uma cerimônia.

Keesa se afastou para olhá-lo pasmo.

- Cerimônia do quê? - Não conseguia imaginar o que seria. Não sabia de ninguém que se casaria tão cedo... mesmo ele... não tinha chance de acontecer algo assim, pois era um simples escravo. Espere... ele disse cerimônias bizarras? Ele iria oferecê-lo a algum deus ou algo assim?

Lost Blue [Romance Gay]Onde histórias criam vida. Descubra agora