Felizmente, o resto da viagem correu sem mais acontecimentos. Dra. Olendzki nos encontrou na pista de pouso e, enquanto Alberta lhe contava o que tinha acontecido, eu carreguei uma Rose ainda adormecida para um carrinho de golfe que nos aguardava. Eles não eram usados com muita frequência, mas haviam alguns desses pela Academia especificamente para emergências.
Depois de checar rapidamente os sinais vitais de Rose, Dra. Olendzki sentou ao lado do guardião que a acompanhava. Alberta pôs a mão em meu ombro, impedindo-me de ocupar o lugar ao lado de Rose para dar suporte a ela durante o caminho.
"Posso assumir daqui, Guardião Belikov. Você deve estar cansado."
"Eu posso levar isto daqui, Guardião Belikov. Você provavelmente poderia usar algum resto."
Minha cabeça balançava negativamente antes mesmo de ela dizer meu nome. De jeito nenhum eu deixaria Rose fora da minha vista até saber que ela ficaria bem. "Estou ótimo. Já fiquei acordado por mais tempo que isso antes."
Alberta me olhou com hesitação. Eu sabia que minha insistência em permanecer com Rose poderia levantar suspeitas, mas eu me escondia atrás do fato de que eu era provavelmente a coisa mais próxima de um adulto responsável em sua vida, além da própria Alberta. Mesmo a mãe de Rose era ainda quase uma estranha, embora elas estivessem pelo menos conversando agora. "Tudo bem. Você pode acompanhá-la até a Clínica. Estarei lá em uma hora e depois discutiremos o resto."
A ida para a Clínica foi bastante suave considerando as condições geladas, e logo depois, Rose estava em uma cama própria, conectada a um monitor com a Doutora Olendzki já falando sobre o quão cedo poderiam marcar uma ressonância magnética. Rose não se movia mais além de uma careta aqui e ali, e tudo que eu podia fazer era andar imponente e esperar que ela acordasse.
Sua respiração e ritmo cardíaco pareciam bastante normais, mas uma boa parte de mim se preocupava com o que aconteceria quando ela acordasse. Ela iria começar a gritar de novo? Ela ainda estaria com dor? Haviam tantas perguntas sem resposta, mas, infelizmente, a única maneira de obter essas respostas era Rose acordar.
"Belikov," Guardiã Petrov me chamou assim que atravessou as portas da clínica. Eu recoloquei a tampa na minha garrafa de água e esperei que ela viesse para a relativa privacidade fora da sala de exames de Rose. "Um momento por favor?"
Eu balancei a cabeça, ainda não confiando muito na minha garganta seca para falar.
Sua voz caiu para um sussurro. "O que foi aquilo? Eu nunca a vi, nunca vi alguém agir assim. Era obviamente mais do que uma enxaqueca, mas não tenho certeza do quê. Você já soube de alguma coisa?"
Eu me permiti lembrar das palavras que ouvi inconscientemente resmungadas em voz alta quando chegamos aqui. "A Dra. Olendzki mencionou algo sobre convulsões. Eu sei que ela não tem histórico, mas... quem sabe."
Alberta esfregou o rosto, alisando o cabelo para trás com um suspiro enquanto considerava a mais nova informação. "Bem, eu acho que não é a melhor notícia do mundo, mas eu sei que poderia ser pior. A maioria das convulsões são facilmente tratadas com medicação."
"Olá, Rose." O nome chamou a atenção de ambos, quando Alberta e eu rapidamente nos voltamos para a mesa de exames. A Dra. Olendzki continuou: "Como você está se sentindo?"
O rosto de Rose se contorceu por um momento e ela enxugou a confusão exausta com a palma da mão. "Ótima."
Ela parecia um pouco insegura sobre o comentário, mas eventualmente seus olhos se fixaram em mim por um momento. Eu gostaria de poder não ter visto a forma como seu rosto caiu um pouco.
Alberta limpou a garganta ao meu lado. "Podemos?"
Com o aceno da médica, segui Alberta para o quarto. Rose se endireitou, controlando sua expressão em uma fachada corajosa.
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Tocada pelas sombras - por Dimitri Belikov
FanfictionA vida de Dimitri nunca foi para ser dele. Fora sempre prometida à proteção dos Moroi. Ele viveu sua vida por eles mas, pela primeira vez, sente o desejo de compartilhar sua vida com outra pessoa. Ressentido com as cartas que recebeu e vagarosamente...