Dezoito

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Os dias parciais de Rose começaram imediatamente depois que o conselho dos guardiões aprovou, sob a condição de que Rose visse uma das conselheiras da escola regularmente e pudesse atestar sua clareza mental antes da formatura. Ela estaria de plantão três dias por semana e de folga quatro, inclusive no domingo, e não era esperado que fizesse pernoites. Esse último não foi um grande problema, já que ela não era uma das programadas para ser testada durante esse horário, mas mesmo que tivesse sido, teria sido uma solução rápida. Uma boa noite de sono era muito mais importante do que ficar vigilante quando realmente não havia nenhum perigo real. Ataques a luz do sol eram incrivelmente raros no mundo real.

Rose não ficou muito entusiasmada com a gentileza com que estava sendo tratada dado ao que estava acontecendo, mas consegui tranquilizá-la de que poderíamos sempre melhorar sua experiência de campo mais tarde, quando quiséssemos. Com um pouco de estímulo, consegui que ela aceitasse seu destino. Antes que ela estivesse agendada para ver a conselheira da escola, no entanto, eles levaram Eddie. O nome dela era Deirdre, eu acho. Como ambos estavam envolvidos na mesma situação, fazia sentido que eles vissem a mesma pessoa. Além disso, atualmente só havia dois conselheiros na escola e, como Lissa já consultava um, existiam algumas preocupações sobre privacidade com Rose ou Eddie vendo a mesma pessoa que ela. Entre o laço e Eddie atuando como guardião de Lissa durante a experiência, alguma distância entre eles e sua protegida era saudável.

Sua consulta deve ter sido agendada para aquela noite de domingo, enquanto ele estava de folga, porque aconteceu de eu pegá-lo saindo do prédio da saúde enquanto eu ia para do salão dos guardiões. Ele aparentava um pouco esgotado emocionalmente, mas quase... aliviado. Como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros. Eu tinha que admitir, se Rose aparecesse tão leve e despreocupada quanto ele depois de uma de suas sessões, então eu mal podia esperar que ela começasse.

"Castile!" Sua cabeça se levantou para mim, estalando com o reflexo bem afiado de um guardião em treinamento. Esperei até estarmos mais próximos para falar outra vez. "Como foi?"

Ele não precisou que eu elaborasse. "Ótimo, na verdade. Foi legal falar algumas das coisas que eu queria dizer por um tempo, mas achei não que pudesse, sabe? Estava meio em dúvida no começo, mas quando relaxei um pouco, eu comecei a falar e, é..... Eu não sei. Deirdre marcou mais três consultas, mas ela diz que estou em um bom lugar. Sinto que posso respirar de novo. Vai entender." Ele riu um pouco nervosamente, já começando a erguer a máscara guardiã tradicional de novo, e eu me apressei em derrubar aquilo novamente.

"Isso é maravilhoso. Eu realmente sinto muito que nós não tenhamos oferecido isso mais cedo..."

Ele afastou a minha preocupação. "Oh, não se preocupe. Preciso me acostumar com isso. Eu sei que não será a última vez que um amigo meu morre. Só queria que... Mason merecia algo melhor, sabe?"

"Sim, eu sei." Eu concordei, pensando brevemente em cada guardião que conheci pessoalmente que havia caído em batalha, e naqueles que nunca tive a chance de dizer nem duas palavras. "Provavelmente, seria bom para todos nós ter alguém para conversar depois de algo assim. Não se sinta mal por conseguir ajuda. Deus sabe que eu provavelmente seria mais bem ajustado socialmente se tivesse."

Quase ri de seu estremecimento. Embora eu mal prestasse atenção nisso, ouvi os comentários "antissociais" sobre mim. Eu nunca me ofendi, especialmente porque eles não estavam tão errados, mas pelo menos eles fizeram algo bom agora, quebrando a tensão.

"De verdade, Edison. Você é um bom rapaz e será um ótimo guardião. Tenho plena fé em você e ficaria mais do que confortável em trabalhar ao seu lado com o que vi até agora durante essas provas. Todos nós perdemos pessoas e todos sofremos por isso." Hesitei um momento antes de dividir a próxima parte que só compartilhara com outra pessoa no campus, outra pessoa que também era estudante. "Eu também perdi meu melhor amigo. Ele não era um guardião - ele era meu protegido - mas foi morto por Strigoi e eu me culpei por um longo tempo. Às vezes, ainda me culpo. Se você precisar de alguém para conversar, além da conselheira, você pode falar comigo."

Tocada pelas sombras - por Dimitri BelikovOnde histórias criam vida. Descubra agora