38- Seguindo em frente

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Três semanas depois...

— Como se sente Hailee?.- Pergunta o doutor.

— Melhor, eu acho.- Digo sincera.

— Consegui fazê-la dizer algumas coisas, sobre seu pai adotivo e sobre como ele destruiu a sua vida, além de estar preso num estado de tetraplégico. Mas, ainda não consegue se abrir sobre todos os motivos que circundam esses problemas. Porque não consegue?.- Pergunta ele e reviro os olhos.

— Porque não quero Doutor. São coisas que devem ficar em sigilo eterno.- Digo dando de ombros.

Ele me analisa.

Ele se levanta e coloca seu bloco de notas e o gravador em sua mesa. Volta até mim e se senta na cadeira da frente.

— Sabe Hailee, é sigilo ou medo? As pessoas diante de um estresse pós traumático tendem a estar mercê da fragilidade e medo. E para elas o silêncio é a solução ou o caminho mais ideal diante do problema causador. Mas, se você quer enfrentar de uma vez por todas os monstros que te assombram precisa revelar os medos e sigilos.- Diz ele enquanto o olho intensamente.

— Acredito que certas coisas são para nos atormentar para sempre, como uma forma de motivação para melhorar nossos dias.

Ele me fita.

— Acha que está usando isso para te motivar ou te destruir? Acredito que com a minha experiência seja a segunda opção. Porque se não, você não estaria aqui Hailee. Então, com o fim dessa sessão você precisa refletir e da próxima vez conversamos melhor.- Diz e pego minha bolsa me levantando.

— Obrigada doutor.- Digo o cumprimentando.

— Tenha uma boa tarde Srta. Stevens.

Saio do consultório um pouco aérea e sou tirada dos pensamentos quando recebo uma mensagem. Abro e vejo que é de um número desconhecido.

Olá Hailee, boa tarde.
Quem está falando é a secretária do Sr. Parker, ele quer vê-la agora. Está disponível? 14:21

Olá, boa tarde.
Estou a caminho. 14:23

Guardo o celular na bolsa e entro dentro do meu carro. Dirijo até a Editora Parker e batuco os dedos no volante. Ao chegar caminho para dentro do prédio e percebo que as pessoas olhavam muito pra mim. Tentei não me incomodar com isso e fui até a secretária do Sr. Parker. Ela conversou comigo sobre a mensagem e liberou minha entrada rapidamente. Ao entrar na sala do Sr.Parker vejo uma senhora com ele.

E a reconheço rapidamente.
Maryse.

— Olá minha querida.- Diz ela docemente vir me cumprimentar.

— Olá Maryse. Como está?.- Pergunto sorrindo.

— Estou bem querida.

Cumprimento o Sr. Parker e me sento em uma das cadeiras com Maryse ao meu lado.

— Bom, aconteceu alguma coisa para querer me ver?.- Pergunto para o Sr. Parker.

— Na verdade, temos uma proposta pra você Hailee.- Diz e olho para Maryse, ela parece ansiosa.

— Eu olhei o seu currículo e estive vendo de perto tudo o que fez aqui. Sei da sua capacidade e também os aprendizados que passou para o Ian se tornar em um homem melhor. Nós queremos que aceite trabalhar aqui, e não em uma empresa que conhecemos. Seria estupidez perder uma boa colaboradora para uma empresa por aí, sendo que podemos te-lá aqui. Na Editora Parker.

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