29- Plano XK

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— Acredito que já tenha se decidido... será prisão perpétua ou parceria Srta. Stevens?.- Pergunta a agente do FBI às 07hrs da manhã.

— Pensei bastante e já tomei uma decisão. Ajudarei vocês a prenderem todos os integrantes da máfia, incluindo Matias.- Digo enquanto guardo minhas últimas coisas na mala.

— Belo dito. Uma van a aguarda do lado de fora do seu prédio.- Diz e desliga.

Dou um longo suspiro e abraço as meninas.

— Se cuidem garotas. Deixei algumas instruções na primeira gaveta da cômoda do meu quarto, caso algo de errado.- Digo e elas afirmam.

— Esperamos que não.- Diz Nath sorrindo torto.

— Se despediu do Ian?.- Pergunta Chloe.

— Ontem. Hoje ele tinha uma conferência da empresa e não poderia perder. Bom meninas, cuidem uma da outra e dos meninos também. Eu amo vocês.- Digo as abraçando de novo. Me despeço e pego o elevador. Ao chegar na entrada vejo a Van e entro.

— Como se sente sendo meio que obrigada a trabalhar com o lado certo da força?- Um babaca agente fala e reviro os olhos.

— Querendo vomitar e em seguida socar a sua cara.- Digo lhe mostrando um sorriso falso. Ele fecha a cara e fica quieto.

***

Ao anoitecer coloco uma jaqueta de couro preta, uma luva de couro da mesma cor, jeans e botas. O Plano é voltar para casa, mas com tudo o que aconteceu Matias não vai me aceitar nem para conversar. Porém, ele tem algum tipo de sentimento por mim, mesmo que mínimo ele tem. Mas com Matias é diferente de uma reconciliação com um pai normal, neste caso é ação. Consegui com um contato descobrir onde ele estaria esta noite e descobri que seria numa boate que ele sempre frequentava enquanto fazia negócios.

Os agentes até quiseram colocar uma escuta em mim, mas Matias é esperto demais e não posso me arriscar de maneira nenhuma. Eles precisam confiar em mim se querem que o plano de certo. Às 22hrs estaciono minha moto em frente à boate e liberam minha entrada. Entro e vejo muitos rostos conhecidos. Tento não chamar a atenção e caminho pelas pessoas. Vejo Matias na parte VIP e penso como posso me aproximar? Até que...

— O que faz aqui? Se não for embora eu mesmo te mato.- Diz o dono dessa voz irreconhecível. Jony.

— Jony, as pernas melhoraram?.- Pergunto com um sorriso atrevido nos lábios. Ele se aproxima mas o impeço com meu bastão colado nele.

— Não vim para brigar. Nem com você, nem com ninguém. Mesmo que você me odeie agora, eu estou precisando falar com Matias. É muito importante, e muitas coisas estão em jogo. Por favor Jony. Eu lhe peço.- Digo em súplica e ele não diz nada. Apenas caminha em direção a área VIP. Ele permanece lá por uns minutos e volta.

— Pode ir. Mas isso não muda nada.- Diz e aceno agradecida.

Entro entre as cortinas vermelhas e lá estava ele. Como sempre. Postura reta e ar de quem manda.

— Hailee? Estou surpreso em vê-la por aqui.- Diz com um sorriso sarcástico. Ele se aproxima e fico na defensiva. Ele se aproxima calmamente e beija meu rosto.

— Olá pai.- Digo com um sorriso. Ele volta a se sentar e dispensa seus parceiros da mesa.

— Para quem não queria me ver nem pintado de ouro, parece que voltou mais cedo do que imaginei. Diga o que quer antes que meus queridos coloquem sua cabeça na ponta de uma lança.- Diz friamente.

Dou um longo suspiro.

— Depois que voltei para Los Angeles e para os meus amigos... eu senti que algo não estava certo. Na minha tentativa falha de esconder a verdade do meu sumiço e dos meus segredos só piorou. Percebi que a minha única alternativa seria contar a verdade. Eu falei que já matei pessoas, que eu torturei, sobre tudo feito enquanto estava na máfia. No entanto, mesmo eu falando que não fazia mais essas coisas e dizendo que eu mudei, não adiantou. Eles me chutaram como se eu fosse um verme. Me abandonaram, me humilharam e jogaram na minha cara o quão desprezível eu sou.
- Digo com pesar na voz e Matias ouve atentamente.

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