Dani

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Dreicon point of view

Entrei na academia e vi o trio despencado no chão da arena. Derretiam de tão suados e arfavam sofridos.
Dreicon: -hey galera. Limns, precisamos da Biazin viva.
Carol levantou um dedo mas desistiu de falar. Peguei água aos três, toalhas de ginástica e distribui a eles, que sentaram no chão.
Carol: - me lembre de nao seguir as ideias dessa biruta.
Day: - quem fala biruta?
Dreicon: -pode deixar - ri enquanto Carol mostrava a lingua para Dayane. - vocês precisam de um banho. Céus.
Carol: - e de dormir três dias.
Arthur: - e de qualquer coisa que tire dor.
Dreicon: -massagem serve?
Todos me olharam.
Dreicon: -gente, a Nathi é médica, e manja disso também.
Day: - ah claro, a Nathi, sei.
Joguei a minha garrafa nela, mas ela ainda tinha reflexo de segurar. Sorriu maldosa. - vem cá cachorrinho - estalou a lingua - quem quer graveto? Vá buscar!
Ela jogou para o lado e saltei da arena,  pegando a garrafa antes que caisse no chão.
Carol: - pra que isso?
Dreicon: - Dayane você é muito mal criada.
Arthur segurava o riso. Felídeos. Revirei os olhos.
Dayane se levantou:
Day: - bom pessoal. Vamos? Amanha tem mais. - me cumprimentou e ao Arthur também. Carol deu um tchauzinho e todos saíram. Assim que eu gostava. A academia para mim.

Carol point of view

Saímos pelo corredor e fiquei pensando se foi certo deixar Dreicon sozinho lá, mas minhas pernas doiam tanto que eu desisti da ideia. Arthur se despediu e seguiu para o quarto dele, e eu segui Dayane. Enquanto íamos ao quarto, vi um ser afobado vir correndo em nossa direção:
Bruno: - onde vocês estavam?
Day apenas o fitou com deboche.
Carol: -fomos na academia.
Bruno: - Céus, estou vendo, vocês estão deploráveis.
Day: - aconteceu algo?
Bruno: - Caroline tem algumas aulas a fazer. Governo, historia, planejamento de guerra.
Day: - boooring. - murmurou cruzando os braços.
Carol: - por que? Vocês já não injetaram tudo na minha cabeça?
Bruno ergueu um dedo pedindo para falar. Respirou fundo:
Bruno: - todas as informações que você tem estão no mínimo duas décadas atrasadas. E você precisa exercitar a mente para o assunto, criando sinapses curtas para que as memórias funcionem melhor e sem efeitos colaterais.
Levantei as sobrancelhas. O que?
Day: - estudar. Você tem que estudar para usar as memórias mais rápido. - eu ficava assustada em como ela me interpretava com facilidade.
Suspirei.
Carol: - tudo bem. Posso ao menos tomar um banho e almoçar?
Bruno: - Céus, com certeza. Vocês estão horríveis. Encontro vocês na biblioteca.
Saímos devagar e ouvi Day resmungar "fresco". Segurei o riso, mas ela percebeu, porque deu sorrisinho triunfante. Senti meu rosto corar e apressei o passo para o quarto:
Carol: - eu vou tomar o banho antes!
Day: - AH NÃO PERA AI - começou a correr atrás de mim, mas eu ja tinha passado pela porta do banheiro e trancado.

***

Minha rotina nos dois dias seguintes era isso. Pela manhã, Dayane se vingava de minha existência na academia, com treinos puxados de sobrevivência, escalada, combate. Eu não sei como nao havia quebrado minhas costelas ainda, provavelmente porque meu corpo tinha aprendido um reflexo de algum Biazin. A tarde, eu ia estudar com Bruno, enquanto ela ficava vagueando pelas estantes de livros digitais, mas nunca lia algum. Eu não entendia o porquê daquilo, ja que tudo era tão tecnológico, por que cada livro tinha uma versão ao invés de uma biblioteca digital onde desse para se acessar todos? Bruno tentou me explicar que era necessidade humana, mas não compreendia. As vezes ela ousava falar algo sobre as galáxias, combate, história do império, daquele jeitinho ríspido dela. Mas percebi o quão inteligentes os dois eram.
Na terceira noite, acordei de madrugada.
Meu primeiro susto foi que não a vi no sofá cama no qual ela deveria dormir. Mas então apertando os olhos na escuridão, percebi ela sentada naquele cantinho da parede dela.
Clic. A maldita luz acendeu e ela abriu os olhos.
Day: - acordada a esta hora, Biazin?
Assenti.
Carol: - não consegui dormir direito. Por quê você está aí? - perguntei acenando para a luminária como ela havia me ensinado, baixando a intensidade da luz. Meus olhos pararam de doer e a fitei.
Dayane deu de ombros.
Day: - passei oito meses dormindo assim em uma cela. Eu não me readaptei ao estofado. Quero dizer... eu nem tentei. Ficando aqui eu mantenho sono leve e acordo com qualquer coisa. Mais seguro para você. Mais seguro... para todo mundo. - senti sua voz embargar na ultima frase e ela baixou a cabeça.
Me levantei. Ela me olhou confusa enquanto eu caminhei até ela e sentei ao seu lado, me recostando na parede como ela fazia.
Day: -o que está fazendo?
Carol: - me colocando no seu lugar.
Ela me olhou ainda com aquele ar confuso, mas havia alguma serenidade em seu olhar. Olhou para frente, mexendo os dedos de forma nervosa.
Carol: - você quer me contar algo?
Day: - querer talvez não mas... - suspirou.
Carol: - Day.
Seus olhos negros voltaram a mim.
Day: - Carol.
Carol: - o que aconteceu?
Ela apertou os lábios, então cedeu, olhando para as próprias mãos e falando em tom baixo.
Day: - eu fui criada desde pequena para ser comandante do império. Seguir os passos de minha avó, de minha mãe, enfim. E sabe, eu até posso dizer que fui boa nisso... Mas todo mundo tem um ponto fraco. Você sabe o ponto fraco humano, Carol?
Neguei com a cabeça. Ela me olhou fundo nos olhos para responder, o que me deixou um pouco incomodada:
Day: - é o amor. - desviou o olhar novamente. - eu me apaixonei pela atual imperatriz, Dani. -engoliu seco - e ela por mim. A gente... namora. Namorou. Eu sei lá. E tudo era tão bom com ela, Carol. Eu só sei que... meu erro foi ter misturado minha função com minhas emoções. Eu era feita para conquistar planetas. Mas eu escapava sempre que podia para vê-la. Isso não é fora da lei. Do contrário, ambas éramos elite, podíamos até casar se quiséssemos. E eu fiz. Uma noite eu saí do meu posto para pedir ela em casamento. Ordenei aos seguranças que saíssem de seu quarto. Eu estava lá. Mas...
Eu continuava olhando ela, meu coração diminuia o ritmo de tensão.
Day: - pegamos em sono pesado. E eu não acordei a tempo de evitar um ataque. Eu nao estava no posto de comando e eu também só acordei quando a resistência entrou pelo quarto. Por sorte seu quarto possuia um dispositivo de emergência. Eu caí em luta com o Dreicon enquanto Dani escapava. Boa parte de nós fomos presos.
Carol: -e ela?
Day: -ela está bem. Eu sei que está porque... nós temos um dispositivo. Ele é sustentado pelos sinais vitais, e quando é desativado, o outro estoura causando uma dor insuportável. -  ela pressionou o espaço entre o polegar e o indicador - Dani está viva e a salvo. E eu não entendo... por que ela nunca veio atrás de mim, Carol? - sua voz embargou outra vez e eu peguei sua mão, sem saber muito o que fazer.
Carol: - calma, Day. Ela deve estar te procurando. Você sabe como a Resistência é boa em escape e em se esconder.
Ela negou com a cabeça. Sabia de algo que eu não sabia. Mas não forcei. Dayane parecia mal, e aquilo me deixou preocupada.
Ficamos alguns segundos assim até ela sorrir sem jeito.
Day: - Bem. A Resistência me deu a chance de cumprir uma função direito. Eu não sei no que tudo vai dar, mas eu não vou deixar a emoção me fazer errar outra vez. - ela sorriu ficando em pé. A fitei estender a mão para mim. - você é boa nisso. Em ouvir as pessoas. E eu tive uma ideia. Vem logo!

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E AE GALERA
Esse capitulo é um oferecimento stronizer linda que me deu a ideia para estreitar laços entre Day e Carol.
O que estão achando?
Será que a Day vai cumprir seu objetivo?

É isso por hoje!
Beijos!

império 21Where stories live. Discover now