agua-viva

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Kauany point of view

A ruiva saiu ao meu lado do hospital. Olhou encantada eu assoviar e Budah aparecer.
Carol: - ele não era maior?
Kau: - ah. Isso? A espécie dele faz isso. Pode se reduzir ou aumentar de tamanho. - estalei a lingua e Budah continuava diminuindo, então ficou quase do tamanho de um gato doméstico, talvez um pouco maior, e subiu em meu ombro.
Carol: - uau. Parece que tem muitas surpresas para você me mostrar.
Kau: - algumas. Eu sabia que você viria. Só precisava te encontrar.
Carol: - bom, você pode me explicar esta loucura toda - ela riu, sem jeito, enquanto seguia pela rua. Acompanhei tranquilamente.
Kau: - Bem. As pessoas me chamam de Oráculo. - suspirei - se você vagar pelas suas memórias da forma certa, vai me encontrar. - sorri - eu ajudei vários Biazin e agora está na hora de ajudar você.
Carol: - me ajudar como? - ela me olhou confusa.
Kau: - a controlar sua mente e memórias.   A ciência talvez não explique, mas por mais evoluídos que sejamos, algumas coisas são dificeis de compreender. Mas é tudo energia... e assim que vou te ajudar. É dificil, você vai sofrer algumas vezes até conseguir controle. Mas te garanto que será muito util.
Ela parou para pensar.
Kau: - não precisa me responder agora se topa. Podemos nos conhecer antes.
Carol sorriu.
Carol: - prefiro assim. Mas eu sinto, de alguma forma, que posso confiar em você.
Kau: - você pode. - sorri.
Carol: - eu vou... subir pegar o comunicador. - ela parou em frente a porta de um predio - e aí podemos tomar alguma coisa.
Kau: - conheço uma casa de vitaminas muito boa aqui perto.
Carol: - ótimo! Eu volto logo.
Ela entrou e fiquei ali esperando.
Kau: - eh, Budah. Será que eu estou fazendo a coisa certa?
Ele me olhou firme com os olhos azuis e soltou um miado que mais parecia um pombo. Comecei a rir.
Carol: - o que foi? - ela sorriu do meu lado.
Kau: - esse gato. Eu nunca vou ter estruturas para ele. E aí?
Carol: - podemos ir - ela me mostrou uma bolsa e me deixou guiar o caminho.

***

Entramos na lanchonete,cafeteria,casa de sucos, o que você quiser chamar, e deixei que ela escolhesse uma mesa. Percebi que Carol gostava de movimento, porque foi para a janela e observava a rua de um jeito confortável.
Me uni a ela e Budah se aconchegou no estofado ao meu lado.
A lanchonete era comprida, e as mesas eram distribuidas pelas paredes e pela vitrine. Do outro lado, um balcão onde ficavam os atendentes.
Kau: - há quanto tempo está sem comer? - a olhei devagar.
Carol: - algumas horas.
Pressionei com o olhar e ela deu de ombros.
Carol: - desde manhã,talvez. Quer dizer, eu tomei um café.
Kau: - você vai comer alguma coisa. Por minha conta. Certo?
Carol: - mas você já pagou o estrago do carro e...
Kau: - você ao menos já aprendeu qual a moeda do planeta? - sorri. Ela encolheu os ombros e corou. É. Talvez não.Passei o cardapio para ela e peguei um para mim. - só escolhe, ok?
Ela assentiu. O que eu mais gostava naquele lugar é que ele era atendido por pessoas. Não eram cardapios digitais. Não eram robôs. Não eram esteiras nem nada automatizado. Talvez por isso a comida ali era mais gostosa. Me lembrava os velhos tempos.
Me peguei sorrindo em agradecimento a atendente, logo após fazer os pedidos, e então vi Caroline me observando.
Kau: - o que foi? - ri.
Carol: - você. Tão tranquila. Tão humana. Parece que também é da minha época.
Kau: - Com o tempo se aprende a ser assim por bem ou por mal... e, bom, quase.
Carol: - como quase? Foi congelada?
Kau: - Nasci algumas centenas de anos depois que você. Mas não fui congelada. Eu sou da época em que se começaram a fazer os mestiços genéticos. - observei que Carol prestava atenção - eu sou um acidente genético, na verdade. O objetivo deles era fazer super soldados. Então tentavam mesclar qualquer espécie em busca de super poderes para as pessoas. Claro que não funciona assim. Um mestiço de gato pode ter reflexos e melhor visão, um mestiço de touro saber usar toda sua força, um mestiço de corvo ter a habilidade cognitiva acentuada. Mas um mestiço de cobra nunca vai passar a produzir veneno.
Carol: - então você é mestiça. Eu conheço alguns.
Kau: - uhum. Aquele seu amigo, por exemplo, é de gato. - sorri prendendo meu cabelo para trás.
Carol: - mas e você...?
Kau: - sou mestiça de um genero chamado Turritopsis. É uma água-viva. Nos testes, não apresentei nada anormal. Claro. Eles queriam que eu queimasse pessoas com as mãos - gargalhei - me descartaram como descartaram a ideia de usar mestiços de água-viva. Só que... com o tempo... eu percebi que meu corpo passou a se comportar diferente. Eles anularam minha senescencia. Em outras palavras... eu não envelheço.
Carol arregalou os olhos.
Carol: - você é imortal?!
Kau: - por aí. - fiquei sem graça.
Carol: -MEUDEUS e como é ser imortal?
Suspirei.
Kau: - depende. as vezes... Parece uma maldição - soltei uma única risada, ainda sem graça. - ver as pessoas que conheci e amei morrendo, e eu aqui. Mas as vezes, é uma dadiva. Eu gosto de ver assim. Pude... conhecer pessoas incriveis. Lugares. Coisas. E usar cada um para ajudar o maximo de pessoas que eu posso. Não importa quem seja.
Carol: - isso... isso é lindo. - ela parou para pensar por um momento, olhando para fora. - é por isso que decidiu me ajudar? Como veio parar em Atlantida?
Kau: - vim com a barca. E eu... bom. Eu quero te ajudar a cumprir o que você deve. Se me deixar.
Carol voltou a me olhar e sorriu. Assentiu.
Carol: - eu vou precisar muito da sua ajuda. Não sei nem como agradecer.
Sorri. Apenas se sentir grata, Biazin. Apenas se sentir grata.

Conversamos sobre as coisas da vida, e sobre a situação de suas memórias. Eu queria saber o máximo como estavam funcionando, para saber como ajudá-la corretamente. Depois de comermos, a chamei para voltar ao hospital:
Kau: - Vem. Já está na hora de voltar, antes que seus amigos fiquem loucos.
Carol: - verdade. Ei. Eu gostei de falar com você.
Sorri.
Kau: - Eu também. Agora anda. A recuperação aqui em Atlantida é muito mais rápida que qualquer outro planeta.
Carol: - como assim?
Kau: - a Dayane já te espera. Bem... eu te encontro quando estiver pronta.
Carol: - espera... - da porta do hospital, a ruiva se virou para tras - como você sabe o nome dela...? Eu nem falei... ué!
Eu já não estava mais ali. Segui apressada para casa, ao lado de Budah.
Eu ia voltar logo.

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Yaaaas queen como vocês estão?
Eu bati 5k view e eu só quero dizer que eu amo vocês

Agora essa história vai ficar interessante. Se preparem!

Beijos da vó

império 21Where stories live. Discover now