o deitar e medo

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Carol point of view

Os dias se seguiram simples. Dayane continuava me estressando, mas agora era mais facil levar a provocação na brincadeira. Eu descia fazer as refeições com o povo, e o pessoal começava a interagir comigo sem vergonha alguma. Eu brincava com as crianças, estudava com Bruno, treinava na academia. Descobri que Nathi era realmente médica, que Victor era ótimo em combate e que Aline era um mini ninja. Eles conviviam pouco conosco, mas sempre apareciam. Até me ensinaram a jogar um jogo novo de cartas.
Então, quando eu menos esperava chegou o dia 9.
O alto comando repassou todo o planejamento do ataque. Joshua não queria que eu descesse, mas eu obviamente quis e tive o apoio de Bruno e do Vitão. Eu deveria até falar algo aos guerreiros antes de partir pela manhã.
Iriamos atacar as bases militares e depois invadir a cidade central em naves menores que a estação. Minha tripulação era a equipe de defesa e Arthur.
Após passado o plano, todos nos retiramos descansar.

***
Clic.
Day: - sem conseguir dormir, Carol?
Carol: - tem noção como eu odeio como essa lâmpada me denuncia? - baixei completamente o brilho dela, deixando apenas uma luz suave e mínima.
Day riu baixinho, mas logo sua voz ficou séria:
- o que houve para não dormir?
Suspirei.
Carol: - eu estou nervosa para amanhã. E se algo acontecer? E se eu morrer?
Day: - não vai morrer. Eu estou aqui para te proteger.
Carol: - você pode me proteger de minha cabeça? Dos pesadelos? Eu nem sei o que é memória minha, o que não é. O que é sonho... eu só... eu queria voltar para casa. Acordar e estar na minha vidinha sendo eu.
Day: - mas você mais que nunca pode e deve ser você.
Carol: - eu estou com medo, Day. - minha voz enroscou na garganta. O que ela fez em seguida me deixou complicada.
Day: - quer que eu deite com você?
Carol: - comigo?
Ela baixou o olhar:
Day: - minha mãe deitava comigo quando eu era criança e tinha medo.
Aquilo me atingiu, porque quando eu era criança minha mãe também o fazia. Senti saudade de casa. De meus irmãos. De meus pais. Do meu violão. Meus amigos. A faculdade. Senti o choro vir e cedi sem lutar contra. Dayane não falou mais nada. Levantou e deitou ao meu lado.
Carol: - obrigada...
Day: - eu estou aqui. É normal ter medo. Mas você é Carol Biazin! Você dá conta.
Sorri enxugando as lágrimas.
Carol: -só... fica aqui hoje. Amanhã pode voltar para o chão ou o sofá se quiser.
Ela assentiu, eu podia enxergar seu coração pulando no peito. Estávamos próximas, e pela primeira vez percebi o cheiro de colônia que ela tinha. Sorri sentindo conforto com ela ali perto e adormeci.

***
Acordei e Day dormia serena do meu lado. A luz não a fez acordar, e fiquei pensando como ela era bonita. Pelos braços, pude ver linhas brancas de cicatrizes de batalhas mescladas a tatuagens. Ela parecia um anjo quando não estava xingando, reclamando ou sendo cavala. Sorri e levantei tomar uma ducha.
Eu estava no meio do banho quando ouvi um estrondo na porta. Dei um grito e ouvi a voz de Dayane dando outro.
Carol: - QUE IDEIA É ESSA EU TO PELADA
Day: -IDEIA? MANO VOCÊ ME DEIXA DORMINDO E SOME! TEM NOÇÃO DO QUE EU SENTI?
Carol: - SAI DO MEU BANHEIRO!
Day: - to saindo to saindo! Nunca mais me assuste assim!

Comecei a rir. Tudo tinha voltado ao normal.
Ou quase.

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Bom dia!
Capítulo mais curtinho mas de coração.
Será que Carol estaria se apaixonando pela Day?

Veremos!

Beijos!

império 21Where stories live. Discover now