- Quê? - perguntei.
- Eu gosto de ti.
- Oliver...
Dei um passo atrás. Oliver ajeitou os óculos.
- Eu entendo, entendo que não sintas o mesmo, mas eu tenho de te dizer isto para me sentir bem comigo mesmo, okay? Piper, quando nos conhecemos eu senti qualquer coisa, e quando cantámos juntos no bar, pela primeira vez eu tive a certeza que eras tu.
- Que era eu?
- Que eras tu que faltavas.
Sorri. Estava prestes a dizer algo, mas Oliver interrompeu-me:
- Eu rio quando vejo fotos nossas juntos. Eu sinto-me sozinho numa sala com 20 pessoas se tu não estiveres lá. Tu fazes-me falta de ar! - soltei um sorriso - Sabes que mais? Eu nunca planeei gostar tanto de ti, nunca planeei que estivesses na minha cabeça tão frequentemente. Agora só estou aqui a REZAR para que não me vires as costas e nunca mais voltes a falar comigo.
Revirei os olhos e dei uma pequena gargalhada. Aproximei-me da cara de Oliver e fitei-o de muito perto. Quando dei por mim, os nossos narizes estavam a pouquíssimos centímetros de distância e eu até conseguia sentir a sua respiração.
- Quantas vezes é que treinaste este discurso à frente do espelho, Oliver Holden Mellark?
- No mínimo 87, Piper Bree Parker...
Aproximei-me (ainda mais) dele e foi então que nos beijámos. Conseguia sentir o sabor da cerveja de framboesa que beberamos depois de jantar. As minhas mãos transportaram-se para o seu pescoço e ele puxou-me pela cintura, fazendo com que eu ficasse em bicos de pés. O seu coração batia cada vez mais depressa, tal como o meu.
Embora o beijo tenha durado poucos segundos pareceu uma eternidade. Enquanto os nossos lábios estavam colados foi como se tudo à nossa volta tivesse desaparecido e fossemos só nós dois e a agradável brisa de verão daquela noite.
- Wow - disse Oliver ainda com os olhos fechados.
- Não é para me gabar, maaaas sou ótima nisto.
- Já tinha reparado.
Oliver deu-me um beijo na testa ao mesmo tempo que se ria.
Ficámos algum tempo em silêncio até eu o quebrar:
- 22 de outubro.
- O quê?
- 22 de outubro foi o dia que comecei a colocar a hipótese de que TALVEZ, o rapaz sardento com óculos da porta ao lado não iria ser apenas um amigo - referi.
- O dia em que cantámos juntos no bar? - respondi que "sim" movimentando a cabeça - Parece que ganhei...
- Ganhaste? - interroguei confusa.
- Sim. Comecei a colocar a hipótese de que TALVEZ, a rapariga sem abrigo com cheiro a bolachas acabadas de sair do forno não iria ser apenas uma amiga no dia em que te conheci.
Dei uma palmada no braço de Oliver.
Beijámos-nos mais uma vez. E com uma vez quero dizer cinco.
- E agora? - perguntou recuperando o fôlego.
- Bem... - hesitei - Não é por acaso que estamos a partilhar o quarto...
- O que é que sugeres? - disse fazendo-se desentendido.
- Tu sabes... É de noite, daqui a um bocado já está toda a gente a dormir... - referi lentamente.
- Oh, estou a ver... - Oliver puxou-me para mais perto - Tens a certeza?
- Porque não? - disse.
- Aqui?
- Anda lá, Oliver... - comecei a pentear os seus cabelos com os dedos, enquanto os nossos narizes (mais uma vez) estavam de encontro um com o outro.
- Mmmmm
✧✧✧
Voltámos a entrar em casa. Edward e Fred continuavam na sala à conversa.
- Está tudo bem? - perguntou Edward.
- Sim, tudo bem, tudo bem - respondi.
Fred fez um olhar meio suspeito e apontou para o cabelo de Oliver dizendo:
- Estás meio despenteado, não? E estou a usar "meio" para suavizar a coisa, o teu cabelo parece um total ninho de ratazanas mutantes.
Ri.
- Está muito vento lá fora - mentiu Oliver.
Fred mostrou um ar pouco convencido mas não fez mais perguntas.
- Vou dormir, pessoal... Estou esgotado - disse o rapaz alto e moreno piscando-me o olho discretamente - Até amanhã.
Oliver dirigiu-se ao corredor onde se localizavam todos os quartos, mas antes de entrar no respetivo disse-me para que ficasse algum tempo na sala e só depois ir ter com ele. Acenei.
Saltei para o sofá ficando entre Ed e Fred, que estavam sentados em frente do computador a ver sabe-se lá o quê.
- O que é que estamos a ver? - perguntei.
- Stranger Things - respondeu Fred.
- E eu ainda não percebi nadinha - resmungou o louro.
- Tu não estás com atenção!!
- Quem é a Jane? O que é aquele sapo sem olhos que come gatos?
- Como fã da série, considero essas perguntas ofensivas, especialmente a segunda - respondi.
Fiquei uns vinte minutos a ver (pela 47ª vez) aquele episódio. Quando Edward adormeceu, Fred acordou-o dizendo que à noite a casa se torna muito fria e que ele deveria ir para o quarto. Os dois rapazes foram para a cama e despediram-se de mim. Assim que a porta fechou, apaguei as luzes e fui ter com Oliver.
Entrei no quarto. Oliver estava de costas para mim.
- Ouvi dizer que as noites aqui são muito frias - sussurrei.
Oliver virou-se, deixando me ver os seus abdominais (muitíssimo sexys) e a sua cicatriz.
- Então é melhor dormirmos muito juntinhos - disse vindo na minha direção.
Tranquei a porta enquanto Oliver me agarrava nas ancas e aproximava a sua boca do meu pescoço...
✧✧✧
Hey hey
Não quero mudar isto para conteúdo adulto, por isso ficamos por aqui, pode ser?
Espero que tenham gostado. Votem!!
Adios muchachos!!P.S - Peço imensa desculpa pelo spoiler de Stranger Things. RIP Mews
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✧You are Lovely✧
Teen FictionCOMPLETA ✧ Piper Parker, de 20 anos muda-se para Londres em busca de uma vida nova, preferencialmente no ramo da música. Acaba por conhecer Oliver Mellark, de 25, um músico amador que dava tudo para não trabalhar num museu.