Hoje faz exatamente 10 anos e três meses que meus sonhos estão mortos dentro de mim, já não consigo sorri com tanta frequência mesmo que forçado, parece que estou morta e ninguém percebe ou se importa, a vida vem me ensinando que nem sempre os sonhos se realizarão, as vezes eles morrem antes mesmo de nascer. No meu caso eu mesma os matei com meus medos e inseguranças, as vezes eles aparecem como fantasmas para me assombrar, e eu me pego me perguntando como seria, se eu não tivesse desistido de mim mesma? acho que nunca vou descobrir.
- Mãe? Cheguei!
Depois de muito insistência da minha mãe eu sai do meu refugiu\quarto e fui até a faculdade solicitar um intercâmbio, que ao meu vê é completamente desnecessário já que eu detesto esse curso de arquitetura e urbanismo, sem falar que essa é a quinta vez que solicito isso e nada. Tiro meus sapatos e jogo pro lado, o que faz um barulho que logo me chama a atenção me inclino para olhar e me deparo com meu violão todo empoeirado caído no chão, levanto da cama resmungando baixinho, até pegar no mesmo e por um momento sentir uma imensa vontade de tocar uma musica, sem pensar muito quando dou por mim estou sentada na cama com o violão no colo. Meus dedos deslizam suavemente pelas cordas mas logo sou interrompida pela voz um pouco aflita da minha mãe.
- Hilary, oque você esta fazendo? pensei que já tinha jogado isso fora.
- Mãe, eu..
Suspiro e logo deixo o violão em seu lugar novamente, viro de frente para ela e mostro a solicitação que foi negada mais uma vez , então respiro fundo e tento não me afetar tanto com suas palavras duras, fecho os olhas a ouvindo reclamar de tudo e por tudo. Mas quando penso em rebater, logo me lembro do motivo pelo qual nossas vidas se tornaram tão triste.
- Depois de tudo que passamos você ainda está pensando em besteiras como isso? Jogue isso fora!! Essas merdas não prestam para você, Você não tem talento isso foi apenas ilusão que seu pai botou em sua cabeça.
- Mãe!.. eu sei, me desculpa. Não eu não vou fazer isso, ele era do papai.
- HILARY! ONDE VOCÊ ESTA INDO?
Ela grita meu nome como se fosse me fazer esquecer do meu pai, o que é ridículo então simplesmente sento na cama e calço meus sapatos, pego minha bolsa enquanto minha mãe continua a gritar coisas horríveis sobre meu pai e tudo que ele me ensinou sobre a musica. sinto meu coração disparar e tenho medo de a magoar com tudo que quero falar, então resolvo sair de casa. Pego meus fones e boto minha playlist para tocar o que vai me acalmando enquanto ando devagar até a praia.
Fecho os olhos ao sentir a brisa contra minha pele, sem perceber começo a cantar murmurando enquanto observo as pessoas a minha volta.
All around me are familiar faces
Worn out places, worn out faces
Bright and early for their daily races
Going nowhere, going nowhereTheir tears are filling up their glasses
No expression, no expression
Hide my head, I wanna drown my sorrowNo tomorrow, no tomorrow
(Tudo a minha volta são rostos familiares
Lugares desgastados, rostos desgastados
Lúcido e acordado para as corridas diárias
Indo a lugar nenhum, indo a lugar nenhum
Suas lágrimas estão enchendo seus óculos
Sem expressão, sem expressão
Escondo minha cabeça, eu quero afogar minha tristeza
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Just Right
FanfictionSerá que alguém vai conseguir enxergar a verdadeira Hillary escondida por detrás do doce sorriso que ela carrega ? "Pobre menina que atrás de um sorriso tão belo esconde um sofrimento que parece ser eterno" -autor desconhecido