A ansiedade é um cão dos diabos

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alguns de meus poemas mais estranhos
foram escritos em guardanapos de cafeterias
e no café dos poetas tristes
eu e mais dez choramos no banheiro masculino;
a ansiedade é o diabinho que vive nos ombros

a ansiedade é uma bruma!
densa e úmida
que pesa o ar
e que nos cega
e bateríamos o carro
caso estivéssemos em uma estrada
ou em alguma rua

e em tempos de treva
respiro fundo
tomo um copo d'água
peço para todos os divinos
e indivinos
que isto passe logo
mas o logo é um ser intangível
e sem caráter algum

dias são folhas que caem no outono
e
a árvore dos dias foi plantada
n'um solo feito de devaneios e pacifismos mortos
já enterrados
pela própria
ansiedade.

moço ansiedade é o velhinho que alimenta os pombos
há vezes em que a ansiedade é o pombo
n'outras vezes é a migalha...
quando não somos nós a migalha.

nós somos as faces da ansiedade!
nós somos as faces
tome cuidado...

eventualmente
me desintegro ao pensar em ti.

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