É ISTO O QUE É O AMOR, SEU BOSTA!

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Acho que não quero ser vazio!
Temo que eu queria sentir algo, como antes
antes de coisas acontecerem
pois coisas acontecem...
Sinto muito pelas madrugadas que já acalentei
aos prantos
e sinto muito pelas noites frias deixadas ao limbo
como antes e, na verdade, isto ainda acontece
de vez em vez (...)
Eu não fumo, mas mereço a poesia!
não fumo, mas crio poemas em gaiolas também
apesar de eu me observar no espelho e sempre dizer, de ódio disfarçado e em prantos reavivados: "se ama tanto
os teus poemas, seu merdinha, deixe-os voar!

"mas nunca mais os terei ou os verei de volta?"

"exatamente! e é isto o que é o amor, seu bosta!"

"como assim?", e eu dizia aos prantos

"se um dia -- e espero não estar mais aqui, então -- os corações humanos forem gaiolas, enfim saberemos como amar...!"

"eu ainda não entendo"

"eu também não..."

Saio da frente do espelho
Escrevo mais dez poemas
e a janela está aberta, bem como o coração
E dos dez poemas, nove têm em seus versos: "corações não devem ser gaiolas!".

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