encontrei um arco-íris em meio ao
empoeirado caótico, perdido
vagava sem rumo, vagava
sem um pingo de amorculpa... sinto culpa por tudo; peço
desculpas e desculpas por tudoum imenso e árido armário
meu antro, poeta chora pela falta de afeiçãotemo pela rejeição! temo pelo abandono!
amar a solidão e temê-la; sinto muitosinto muito por tanta gente, tanto poema...
sempre os escrevi com a angústia no peito
com a agonia lambuzada por todo o meu rostoencontrei um arco-íris no fundo
de um armário empoeirado...
eu estava lá! encolhido, aos prantos
apenas com o meu arco-íris, apenas meutemo pela rejeição
mas, ainda sim
temo infinitamente mais pelo tanto que me anulei e me igualei ao nadatemo pelo abandono; vivo pela afeição
e, bem, as coisas certamente não fazem muito sentido. definitivamente.