Bem, falemos da solidão, então!
já que muito questionam-me sobre o
quão solitário sou às vezes.
Saibas que a solidão da alma é a única
à quem não deves sucumbir
Pois quando me digo sozinho, tenho o
pleno saber de que serei o meu próprio
acalento, meu próprio abrigo
Então, por mais que as solidões afetivas
existam
Então, por mais que as solidões
de São Paulo sejam vorazes e persistam
e então, por mais que falte-me tanto
tanta coisa de caráter cardiológico que
silenciam
Nunca estou só! eu sou bagunça,
sou poeta
Saibamos ser nossos próprios lares
antes mesmo de sermos lançados à solidão
que, como foice,
nos executa!