Ficamos paradas.
Nos olhando, ela sorria e me analisava, e eu estava ficando ainda mais nervosa.Lucy: quem é você?
- A sim claro, que indelicadeza a minha. Meu nome é Alice.
Lucy: ok...é Alice se você quer uma flor ou buquê...
Alice: não, eu quero você.
Lucy: o que?
Ela falava coisas que eu não entendia e aquilo começou a me deixar muito mais nervosa, e eu comecei a ter um dos meus momentos perturbadores, e comecei a bater a mão no balcão, forte e repetidamente.
Alice: preciso de você.
Lucy: olha nada contra, mas eu não curto o mesmo sexo que o meu.
Alice: a não, não, não é desse modo, preciso de você, da sua força.
Lucy: olha o que eu fiz ali fora não...
Alice: você quebrou o crânio do rapaz na calçada, atravessou um bêbado pelo vidro do carro, com 16 anos você quebrou as duas pernas de uma garota do Colégio, aos 10 você arrancou um pedaço do braço de um professor...
Lucy: não, não tenho que lembrar disso, cala boca.
Alice: e agora está quebrando a madeira do balcão.
Quando olhei minha mão já tinha atravessado a madeira, que se despedaçou com as batidas.
Lucy: como sabe tanto sobre mim?
Alice: porque eu sou como você. Eu sei o que é sentir essa raiva fora do normal. Uma raiva tão forte que já até matei pessoas.
Lucy: olha eu não sei por que você acha que eu vou ficar feliz, em encontrar outra pessoa que vive o mesmo inferno que o meu.
Alice: a exato.
Então ela jogou a flor no chão, e veio até mim, parou na minha frente me olhou de cima a baixo novamente, e começou a passar a mão em algumas mechas do meu cabelo.
Alice: é nessa parte que não somos iguais, eu não vivo um inferno, e sabe por quê?
Lucy: não faço ideia.
Alice: porque dá para controla.
Lucy: a então você quer me ensinar a controlar a minha raiva?
Alice: também, mas o problema é que pessoas viram atrás de você. É uma longa história, mas se você quiser saber mais.
Ela apontou a mão para o carro que parou na frente da loja, e o homem do metrô é quem estava dirigindo.
Lucy: olha não sei se você é maluca mais acho melhor ir embora, vou ter muito problema por que a Maria vi...
Alice: eu já dei um jeito, meu irmão disse que é policial e que viu tudo da câmera de vigilância daquele prédio, e que bla bla bla.
Lucy: ta ok, mas acho melhor você...
Alice: Lucy! Você e assim porque seus pais eram assim, e se você não vir comigo vai morrer, se juntar a nós era a vontade de seus pais. Quando eles morreram dilacerados naquele dia, foi na esperança que você virasse um deles, uma de nós.
Então o homem do carro saiu, ele era moreno, alto, musculoso, olhos mel, cabelo preto, sorriso malicioso e uma expressão séria...
Espera, por que estou reparando isso?Alice: esse é meu irmão, Jack ele também é igual a gente.
Ela foi até ele e eu senti uma dor muito forte na barriga e logo depois na perna, olhei para eles e tudo foi escurecendo e vi que o garoto correu na minha direção.
◇
Maria: ela está acordando. Obrigado doutor.
Abri os olhos e vi que estava deitada em uma cama de hospital, senti alguém pegar na minha mão era Maria.
Lucy: o que aconteceu?
Maria: você desmaiou por conta dos tiros. Os médicos cuidaram de você e daqui a pouco vamos para casa.
Lucy: Maria eu...
Maria: está tudo bem, tudo bem.
Lucy: eu quero ir para casa.
Quando chegamos em casa, não vi mais nada a minha frente, subi as escadas, tirei minha roupa, me joguei na cama de calcinha e blusa, e fui apagando aos poucos.
Foi apenas um sonho, não existe garota de cabelo roxo, nem ela e seu irmão...pela primeira vez na minha vida eu senti meu corpo gelar ao lembrar de um homem.Lucy: pelo amor de Deus, para de pensar nisso garota.
Maria: querida, estou indo ao mercado, quero fazer um bom lanche da tarde para você, fique bem eu já volto.
Lucy: ok...ok.
Minha respiração foi ficando lenta, meus olhos ficaram pesados e se fechando, eu só preciso dormir.
◇
Acordei com a boca seca, coloquei uma calça e desci para beber água, sentia um pouco de dor na perna e na barriga. Quando fechei a porta da geladeira.
Alice: você é musculosa, faz algum tipo de esporte?
Levei um susto e cuspi a água longe...
Não foi um sonho, foi real.Lucy: como você entrou aqui?
Alice: vai ficar me evitando?
Lucy: ta legal.
Me sentei na mesa, cruzei os braços e olhei seria para ela.
Lucy: o que você quer?
Alice: quero que venha comigo.
Lucy: para onde?
Alice: vamos fazer assim, eu vou te dar 1 dia para você ver as mudanças acontece no seu corpo.
Lucy: que tipo de mudança?
Alice: você não ouviu minha pergunta sobre seus músculos?
Lucy: músculos?
Olhei pro meu corpo e minha barriga estava realmente dura, reta, meus seios estavam grandes e minhas pernas estavam mais firmes, mas não era nada comparado com a força muscular da Alice.
Mas realmente ela tinha razão, meu corpo está ficando diferente muito rápido.Lucy: como isso e possível?
Quando voltei o olhar para ela, Alice já estava perto da porta de saída, olhou para mim deu um sorriso meigo.
Alice: você não precisa desses curativos, um dos outros sinais é a cura instantânea, se quiser saber mais, vá até esse endereço, tchau Lucy.
Ela saiu deixando o papel colado na parede e fechou a porta. Corri até a porta vi ela entra no carro e sair, peguei o papel na parede e quando me dei conta, não sentia mais dores, me sentei no sofá e tirei o curativo da barriga depois o da perna. Não tinha sangue, pontos, corte, nem uma cicatriz se quer.
Lucy: puta merda, puta...merda.
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BRUTAL-Enquanto Eu Sobreviver
ActionA RAIVA. Sentimento que te motiva ou te destrói. Sentimento que te mantém vivo ou te mata. Sentimento que quando menos se espera vira amor. Sentimento que tira o sono, da insônia e leva a paz. A RAIVA...é o combustível dos BRUTAIS.