Capítulo 2

6.3K 571 12
                                    

Ela corria pra lá e pra cá. Pegando a bolsa colocando o sapato, arrumando o cabelo, pegando seus brincos.

Lucy: então um buffet está querendo fazer parceria com a gente?

Maria: não é uma ótima oportunidade de crescermos?

Lucy: maravilhosa...

Maria: estou indo pra reunião com ele, preciso de você na loja.

Lucy: ok, eu vou me trocar e pegar o metrô.

Maria: não quer que eu te leve? Eu espero.

Lucy: não tudo bem, vai pra reunião eu vou ficar bem.

Maria: então está bom, estou indo querida, tchau.

Ela saiu, e eu fiquei sozinha em casa, aquilo poderia ser uma ótima oportunidade de melhorarmos nossas condições.
Hoje à noite foi tão boa, eu finalmente dormi a noite toda, sem acordar assustada ou suando, na verdade acordei assustada porque a Maria entrou no meu quarto pra contar a novidade como um tanque de guerra, nunca tinha visto ela feliz assim.

Já no metrô, que por sinal estava cheio eu fui para o ultimo banco, me encostei e fiquei olhando o movimento, algumas garotas entravam e procuravam um lugar seguro, já os garotos entravam pra tirar elas desse lugar seguro, as vezes eu acho o mundo um lugar nojento.
Mas também vejo mães e pais com seus bebês no colo, as crianças tem um sorriso puro, pena que o meu tenha sido tirado tão cedo do meu rosto.
Olhando as pessoas me deparei com uma garota com o cabelo roxo bem longo, olhos azuis, parecia ser um pouco musculosa, olhando para mim, ela olhava fixamente me analisando, desviei o olhar mas ela ainda ficava olhando, ao seu lado tinha um cara, ele era forte, bem alto, mas estava com um capuz e eu não conseguia ver seu rosto, a garota sussurrou alguma coisa pra ele, me fazendo entender que estavam falando de mim e ele balançou a cabeça afirmando algo.
Que droga está acontecendo...

Minha viagem durava meia hora, nesses 30 minutos essa garota não parava de olhar para mim, o cara ao seu lado não movia um músculo não olhou em nem um momento pra mim.
Lógico que eu não sairia do meu banco para ir tirar satisfação com ela, então quando minha plataforma chegou tratei de sair logo dali.

Já na floricultura o sol era escaldante, estávamos no verão, metade do estado estava indo para a praia, e era provável que Maria queira ir também quando entramos de férias. Quando subi as portas da frente, vi um carro parado na frente da loja, logo cedo era estranho, mas já de cara eu vi uma senhorinha era a dona Glória, ela era bem pequena com o cabelo todo branco e vinha com sua bengala e seu pequeno pugg.

Lucy: bom dia dona Glória.

Glória: bom dia querida. Você continua cada dia mais linda, só deveria parar de usar essas roupas de homem.

Lucy: ok dona Glória, a senhora ainda irá me ver de vestido o que acha?

Glória: seria maravilhoso. Pode trazer um pouco de água para a minha pequenina.

Lucy: a claro que sim. Só um minuto pode ir escolhendo as flores.

Olhei novamente o carro que tinha vidros escuros, e depois fui para dentro pegar a água para o cachorro.

- Devemos ir agora?

- Se acalma, nunca tinha te visto tão ansioso em uma missão.

- Eu acho que vamos ter problemas.

- Por quê?

- Olha.

Enquanto eu pegava a água o cachorro dela saiu correndo para o fundo da loja, e eu escutei o grito da dona Glória e sai correndo para ver o que tinha acontecido.
Mal cheguei e ouvi dois disparos contra mim, a bala atravessou minha barriga e a outra minha perna.
Cai no chão e vi que Glória estava no chão com a cabeça sangrando, ela chorava e sua cachorrinha cheirava ela desesperada.
Olhei para o bandido ele estava pegando todo o dinheiro do caixa que ia organizar, o dinheiro da Maria, o dinheiro que lutamos para conseguir.
No mesmo momento, meu coração explodiu em batimentos acelerados, meu peito começou a queimar quando o ar entrava, e logo fiquei de pé, o bandido percebeu minha movimentação e atirou de novo, mas dessa vez eu vi as balas vindo na minha direção lentamente, comecei a correr para cima dele e meu corpo saltou e rodou no ar acertando um bom chute na boca dele o jogando para fora da loja. Nem eu mesma sabia que conseguia fazer aquilo.
Mas lógico eu não iria parar.
Fui para cima dele, e comecei a bater a cabeça dele no chão, com força várias vezes seguida, o chão começou a se molhar de sangue e eu sentia uma grande e profunda satisfação. Eu sentia o sorriso se formar no meu rosto a cada batida da cabeça dele no chão, sentindo o seu crânio abrindo.

Maria: LUCY PARA!!

Respirei fundo, olhei para Maria que chorava e fui para dentro salvar a dona Glória.

Lucy: oi. Dona Glória pode me ouvir?

Glória: ele me jogou na parede.

Maria: o que foi aquilo? TEM CÉREBRO NA CALÇADA TODA!

Lucy: ele agrediu a dona Glória e ia roubar o dinheiro da loja.

Maria: você...está sagrando.

Lucy: ele atirou em mim, vai chamar uma ambulância para ela ou a polícia pra mim?

Ela me olhou agoniada, e pegou o celular.

Maria: alo, eu sou Maria preciso de uma ambulância para uma senhora, vítima de assalto...

Olhei pra ela aliviada por não ter ligado pra Polícia, e peguei Glória no colo, eu ainda queria matar o bandido, mas usei minha força para segurar ela.
E fiquei com ela lá fora até os socorristas chegarem, colocaram ela dentro da ambulância e Maria foi junto.
Quando me dei conta o corpo do bandido não estava mais na rua, não tinha sangue não tinha nada e o carro também não estava mais ali.
Fui para dentro da loja, ele também não estava lá, corri para o caixa e o dinheiro estava todo lá.

Lucy: mas como que?

- Foi impressionante.

De repente ela apareceu dentro da loja, a garota do metrô olhando pra mim, com uma rosa na mão, olhei para fora o carro apareceu de novo comecei a ficar tão confusa que minhas pernas tremiam.

- Eu pensei que você era uma classe um ou dois, mas depois que vi você sorrindo enquanto espalhava o cérebro daquele cara no chão...olha, foi maravilhoso.

BRUTAL-Enquanto  Eu SobreviverOnde histórias criam vida. Descubra agora