34º Capítulo

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C. 34 - Crying Memories 

 

O meu telemóvel tocou. Abri um pouco os olhos, erguendo-me na cama. Apoiei os cotovelos na almofada e ainda com os olhos semiabertos peguei o telemóvel que vibrava energeticamente. Zayn não pestanejou a todo este movimento matinal.

- Estou? – Falei bocejando de seguida.

- Andreia! – Ouvi a voz da minha mãe do outro lado.

- Eu… - Disse, não tão alegre quanto a minha mãe.

- Tenho excelentes notícias! E más notícias também…

- Deita cá para fora… - Balbuciei coçando o olho.

- A boa notícia é que o diagnóstico feito à tua avó foi um engano.

- Como assim, um engano? – Questionei confusa, mas mais acordada à conversa.

- Os papéis foram trocados com outros de outra mulher. A tua avó não tem nenhum cancro!

- Oh meu Deus Mamã, mas isso é óptimo! – Comentei sorrindo. – Mas falaste de uma má notícia…

- Pois… A má notícia é que já não vais voltar filha. Não há razões para gastar dinheiro em viagens e em estudos novos. O teu voo foi cancelado. Desculpa filha.

- Que pena… - Falei tentando disfarçar a minha alegria explosiva interior. Ria em silêncio e agradecia a Deus.

- Mas se quiseres voltar nós pagamos a viagem.

- NÃO, NÃO MÃE’ZINHA. – Recusei falando rapidamente. – Quer dizer, não é preciso. Como disseste iam ser gastos desnecessários. – Ria para dentro com o que dizia.

- A escolha é tua Andreia. – Disse a minha mãe. – Temos todos muitas saudades tuas!

- Eu também tenho saudades vossas… - Falei, brincando com o cabelo de Zayn.

- Vamos ver-nos no Natal se Deus quiser. – A voz da minha mãe alegrou. – Não te roubo mais tempo querida. Muitos beijinhos, amamos-te muito.

- Beijinho para todos vocês, também vos adoro muito.

E desligou.

A minha reacção no fim do telefonema foi um grito fino e de tom baixo, para que Zayn não acordasse. Olhei para ele. Não resisti. Abanei-o até ele abrir bem os olhos dizendo vezes sem conta:

- Bebé acorda, eu vou ficar! Eu vou ficar Zayn! Nós vamos continuar juntos!

 

“Bebé acorda, eu vou ficar! Nós vamos continuar juntos”

Repetia-se na minha mente. Repetia. Repetia. E voltava a repetir.

(música do vosso lado direito lindas, ouçam por favor )

- Nós vamos continuar juntos! – Abri os meus olhos. Tive consciência para ouvir as minhas últimas palavras antes de acordar. O meu coração batia rapidamente e tudo o que se tinha passado na minha mente parecia real. Será que aconteceu mesmo ou foi apenas um sonho?

Apoiei os cotovelos na almofada e peguei no meu telemóvel. Abri o registo de chamadas para confirmar o momento que permanecia na minha mente. A primeira chamada recebida que aparecia era de Sofia. Não, a minha mãe não me ligou. Foi tudo, puro e simplesmente, um sonho.

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