42º Capítulo

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C. 42 - Night

Flashback On

O seu lábio inferior brincava com o meu, raspando docemente na pele molhada e vermelha dos meus lábios. Num impulso, os seus dentes cravaram no meu lábio, puxando o meu rosto para ela. Ela sorria enquanto me mordia os lábios. Um sorriso tão perfeito. Ela gargalhou.

- Safada. – Falei, dando-lhe um beijo nos seus lábios de mel.

- Hum, tive um bom professor, não achas? – Perguntou ela ironicamente, antes de depositar no ar uma pequena gargalhada folgazã.

- Ainda não viste nada. – Ameacei com voz rouca de sono. Inclinei-me sobre ela, apertando as suas coxas contra mim. Tentei suportar o meu peso sobre o seu corpo, ambos cobertos apenas pelos lençóis finos da cama. Beijei o seu pescoço, dando-lhe pequenas mordidelas inofensivas, enquanto ela gargalhava baixinho.

- Eu não sou comestível! – Reclamou ela, rindo feliz.

Sorri contra a pele do seu pescoço, depositando-lhe de seguida um beijo suave e doce. Olhei-a nos olhos. Nos seus lindos olhos castanhos e brilhantes.

- Eu amo-te, Andy. – Confessei, sentindo-o como se fosse a primeira vez que o estava a confessar.

- Eu também te amo, Zayn. – Ela retribuiu as minhas palavras, esboçando um sorriso e acariciando os meus cabelos bagunçados.

- Para sempre? – Perguntei sério, engolindo em seco. – Eu não consigo viver sem ti.

- Claro que sim, tonto. – Ela sorriu, beijando-me a testa. – Prometo. – Encostou a sua testa na minha, expirando forte contra mim. Respirei o seu ar quente.

Flashback Off

- NÃO! – Gritei para mim próprio, sentado no chão frio do meu quarto escuro. Encolhi a cabeça entre as minhas pernas e solucei como se estivesse a ser sufocado. Balancei o meu próprio corpo em vaivém, procurando algum conforto. – Ela pro-prometeu… - Disse, já com tom de voz moderado e fraco. Funguei. – Se ela quebrou a promessa… - Pensei alto, enquanto levantava a cabeça lentamente. Olhei em frente e sério para a escuridão, sentindo uma lágrima penosa percorrer ainda a minha face.

Levantei-me, apoiando-me com uma mão no chão e puxando as minhas jeans. Caminhei para junto do telemóvel esmoucado e peguei no mesmo, desbloqueando-o. Estava em perfeitas condições. Estava melhor do que eu.

Pressionei o ícone das SMS e abri-o em “teclado cheio”.

“O teu convite continua válido? Zayn X” – Escrevi, pressionando as teclas de forma firme. Brinquei um pouco com o telemóvel, antes de enviar, pensando no que estava a fazer… Mas eu penso em alguma coisa?!

Enviei. Dirigi-me ao meu armário e arranquei dele um casaco de ganga preto, combinando com as minhas jeans também negras. Liguei a luz de presença e olhei-me no espelho da cómoda. Passei os meus dedos por entre os meus cabelos, puxando-os para cima e aperfeiçoando o meu topete. Permaneci mais um tempo olhando o meu rosto e limpando os meus olhos vermelhos. Dei dois estalinhos na minha face direita e caminhei para fora do quarto, sem olhar para trás.

(…)

(música na multimédia, acho que vai colocar o capítulo mais safado, mas vocês gostam, não é?)

O segurança olhou para mim de alto a baixo, deixando-me passar sem interrupções. Mal entrei naquele estabelecimento, o escuro frio da noite transformou-se num avermelhado quente percorrido por sombras negras. Os meus passos tornavam-se cada vez mais inaudíveis e o barulho de vozes calorosas aproximava-se. Cheirava a licor e a perfume misto. Parei junto ao balcão, sentando-me num dos bancos altos almofadados de vermelho vivo. Olhava por cima da cabeça das pessoas mais próximas, tentando encontrar alguém conhecido. Na minha cabeça corriam vários pensamentos que eu ignorava, e esforçava-me apenas para me concentrar num determinado rosto.

Save You Tonight [EDITING]Onde histórias criam vida. Descubra agora