40º Capítulo - Parte I

171 8 0
                                    

C. 40 - Among Love

Parte I

(música na multimédia lindas, espero que gostem s2)

Harry cuspiu para cima de Michael e caminhou serenamente para o carro. Entrou e bateu a porta com tanta força que parecia partir o vidro.

Entrei também, magoada e envergonhada.

Harry rodou a chave e o motor começou a trabalhar fazendo um ruído interno. Ele girou o volante saindo do estacionamento. Respirava pesadamente e conduzia com violência. Não sabia porquê, mas vieram-me lágrimas aos olhos.

- Não vais dizer nada? – Perguntei, tentando controlar o pranto.

- Se aquela cara de cu te voltar a chatear, liga-me logo. – Respondeu Harry com voz seca e grave.

- A sério, Harry?! – Olhei para ele engelhando a testa. – Já não basta o que fizeste em frente à escola?

- Que tem? – Questionou ele bufando.

- QUE TEM? – Repeti esganiçada. – Foste bruto, mal-educado e fizeste-me passar a pior vergonha da minha vida.

- Vergonha?! Vergonha era o que aquele gajo estava a dizer, disso é que devias ter vergonha!

- Pensei que fosses mais civilizado Harry. Pensei mesmo. – Desviei o olhar dele e pousei-o na janela da porta. - Eu não quero que os meus filhos tenham um exemplo desses.

Harry travou o carro de repente. Fui projectada para a frente, batendo de seguida com as costas no banco.

- Eu fiz aquilo para te proteger. Se és pobre e mal-agradecida, isso é outro assunto. – Harry tira o cinto violentamente e abre a porta do carro. Sai como um furacão e fecha a porta como um vulcão a explodir. Caminhou uns metros afastando-se do carro e colocou as mãos nos bolsos das calças, olhando o horizonte.

Não suportei as suas palavras e comecei a chorar. Porque é que discutimos? Por causa de algo tão parvo e inútil como o Michael? O que vai ser da nossa relação se isto continuar assim? Porque é que as nossas personalidades chispam tanto e nós amamo-nos como doidos? Mas afinal que nome se dá ao nosso amor? Sinceramente, as minhas esperanças de que iriamos ficar “juntos para sempre” estavam cada vez a reduzir mais.

Tempo passou. Tempo de mais. Harry não voltava para dentro. Então, decidi eu sair.

Abri a porta do carro e uma corrente de ar frio assobiou perto dos meus ouvidos. Já era noite e Outono. Aconcheguei-me no meu casaco e dirigi-me a Harry. Os meus cabelos seguiam direcções diferentes, como se estivessem a ser puxados para cima.

- Babe. – Chamei sussurrando, mesmo perto das suas costas.

Harry virou-se de repente de frente para mim e, sem me dar tempo para visualizar o seu rosto, bate com os seus lábios fortemente nos meus. Coloca a suas mãos suavemente no meu rosto e pescoço, e movimenta os seus lábios nos meus. Levei as minhas mãos à sua face e descobri que estava húmida. Beijei com mais força os lábios de Harry, sentindo a sua respiração quente percorrer cada poro da minha pele.

Harry retarda os movimentos com os lábios, tornando-os cada vez mais lentos e suaves até parar o beijo por completo. Sem retirar as suas mãos da minha face, olha-me nos olhos. A sua esclerótica estava vermelha e o verde-esmeralda da sua íris estava mais escuro. As suas pestanas estavam molhadas e o seu rosto estava marcado por rios salgados.

- Porque é que nós discutimos assim? – Ele questionou, com voz rouca de choro. – Eu odeio quando isto acontece. Odeio a força das nossas palavras não-sentidas.

- Eu tam… - Harry interrompeu-me. Inclinou-se em mim, abraçando-me de forma tão gentil, tão perfeita. Envolveu-me nos seus braços, soluçando.

- Pára! – Ele grunhiu. – Eu amo-te. Desculpa. – Apertou-me com mais força. Apertei-o também, sentindo os pormenores do seu corpo já frio.

Beijei o seu pescoço. Respirei fundo, soltando o meu bafo quente para a pele de Harry. Ele abrandou os soluços, soltando-se do abraço.

- Vamos lá jantar fora. – Sorri para Harry e funguei de seguida.

Harry sorriu de volta. Mesmo com olhos de choro, o rosto de Harry era lindo quando sorria.

Ele pegou na minha mão, e ambos caminhamos de volta ao carro.

Save You Tonight [EDITING]Onde histórias criam vida. Descubra agora