C. 18 - Dark
- Olha uma princesa perdida… Companhia? – Ouvi uma voz masculina e rouca. Virei-me encarando a fonte da voz. Senti um arrepio profundo pela espinha acima. O medo invadiu as minhas veias, e o meu sangue aqueceu de repente. Preciso de ti meu amor…
- Quem é você? O que você quer? – Perguntei com a voz a tremer, dando passos para trás. Aquela figura aproximava-se de mim, tinha um aspecto horrível. O fato estava rasgado, a camisa metade fora metade dentro, o cabelo todo bagunçado, os olhos inchados e caminhava travando a cada passo. Tinha uma garrafa de bagaço na mão e falava aos soluços. Provavelmente um convidado bêbado… Mas são só bêbados nesta casa?
- Vamos brincar um bocado? – Perguntou. Eu recuei, mas ao recuar bati contra um arbusto do labirinto. Fiquei encurralada. A criatura aproximou-se de mim, e agarrou-me pela cintura. Sentia a sua respiração contra mim. Cheirava a álcool por todo o lado. Tentei-me soltar, agarrando o homem pelos braços e empurrando-o. Mas mesmo bêbado, a sua força era superior à minha.
- Largue-me por favor… - Pedi, engolindo em seco. Ele apenas ignorou e continuou olhando para mim e libertando aquele bafo horrível a bagaço. Virei a minha cara para o lado, tentando não cheirar a respiração daquele homem. – Deixe-me ir embora… POR FAVOR! – Ignorou novamente. Era como se aquela criatura fosse surda. Ele aproximou a sua cara da minha, e beijou-me o pescoço. Senti nojo. Ele encostou os nossos corpos e continuou a beijar o meu pescoço. Eu gritava, pedia ajuda. Mas ninguém ouvia. O homem começou a passar a mão por todo o meu corpo e a apertar-me contra aquele arbusto que mais parecia de pedra. Se já escorriam lágrimas? Rios. Parecia uma autêntica nuvem num dia intenso de Inverno. Só conseguia pensar em Zayn, nos seus olhos cor de avelã e nas suas palavras doces, nos seus braços que me envolviam de noite e no calor do seu corpo que me aquecia. Tão diferente daquele monstro que me estava a agarrar e beijar fazendo-me sentir nojo de mim própria. Ele parou de me beijar o pescoço e voltou a olhar para mim. Agarrou a minha cara com uma mão e virou-a violentamente contra a dele. Deu uma risada, que me meteu medo. O que ele iria fazer a seguir? Apertava-me a cara, e as suas unhas arranhavam a minha pele molhada. O cheiro. O cheiro a bagaço e Vodka misturados, com mais uma dose de um vinho qualquer. Horrível, insuportável. Ele aproximou a sua boca da minha com a intenção de me beijar. Não, isso eu não conseguia. Movimentei a minha perna para trás, arranhando-a nos arbustos que me encurralavam e com toda a força que tinha levantei o joelho, dando uma forte pancada entre as pernas do homem. Ele largou-me e levou as mãos até à sua intimidade, agarrando-a e gemendo com a dor. Quando me senti livre comecei a correr para o mais longe possível. Falhei. Mal dei um passo o homem agarrou-me novamente, com muita mais violência e ódio. Ele estava furioso. Atirou-me para o chão e pôs-se em cima de mim. Demonstrava a raiva em todos os seus movimentos. Prendeu-me as mãos e beijou-me o pescoço e à volta do mesmo. Senti uma das suas mãos subir-me por dentro do vestido, apalpando a minha perna. Gritei uma última vez. Não tinha forças para gritar mais. Decidi desistir. Apenas fechei os olhos e vi uma última imagem. O rosto de Zayn.
- Isso, quieta… - Falou aquele monstro. Sentia-me tão fraca. Fraca por ter desistido de lutar.
O homem levantou o meu vestido e olhou para as minhas pernas, com uma cara que me metia tanto, mas tanto nojo. Deslizou os seus dedos da minha barriga para baixo, e depois colocou as mãos no elástico das minhas cuecas. Quando ele me ia tocar novamente, saiu de cima de mim. Mas não foi por vontade própria, ele foi puxado por alguém. Abri devagar os meus olhos e apenas pude ver o monstro que me ia abusar e um rapaz loiro que lutavam. O homem estava completamente bêbado, não foi muito difícil coloca-lo inconsciente. O rapaz loiro deu-lhe um murro perto do olho, o que fez com que aquela criatura caísse no chão desmaiando. Levantei-me rapidamente e corri em direcção ao rapaz loiro. Logo o reconheci e abracei-o, sentindo o seu perfume completamente diferente do perfume do bêbado.
- O-Obrigada Niall… - Agradeci, agarrando-o com força e chorando montes de lágrimas que molharam a sua camisa branca.
- Tem calma princesa… Agora está tudo bem. – Niall beijou-me no cimo da cabeça, e envolveu-me nos seus braços fazendo-me sentir em segurança.
- A Sofia? – Perguntei, já mais calma e com menos lágrimas a escorrer pela cara abaixo, olhando nos olhos de Niall.
- Já está em casa, com os outros. – Niall respondeu, passando a mão pelo meu cabelo. - Estás arrepiada, tens frio? – Não respondi. Mesmo assim Niall tirou o seu casaco e colocou-o sobre as minhas costas.
- Obrigada… - Agradeci. - E… O Zayn? – Perguntei novamente, sentindo mais uma lágrima a cair, vagarosamente.
- Ele veio comigo te procurar, deve de estar noutra parte do la…
- ANDREIA! – Niall foi interrompido por um grito de um rapaz. Olhei em direcção ao grito e vi Zayn a correr na minha direcção. Corri para Zayn também. Mal nos encontramos abraçamo-nos fortemente, e as lágrimas voltaram a cair. Sentia Zayn a soluçar, sentia o seu sofrimento. E isso, fazia-me sofrer ainda mais.
- Zayn… - Sussurrei com a cabeça encostada no peito de Zayn.
- Estás bem? – Questionou Zayn, agarrando com cuidado a minha cara e acariciando-a.
- Sim, agora sim. – Respondi olhando nos olhos dele. Ele abraçou-me mais uma vez, e assim ficamos por mais alguns segundos.
- Vamos embora? – Perguntou Niall aproximando-se de nós.
Ambos acenamos com a cabeça e caminhamos os três para fora daquela moradia. Apanhamos um táxi e fomos para casa. Entrei no táxi e encostei a minha cabeça no ombro de Zayn. Não, não me lembro de mais nada.
*No dia seguinte*
{http://www.youtube.com/watch?v=4T4EB3dl9j8} (Russian Roulette - Rihanna)
‘ Abri os olhos. Estava deitada na minha cama, ainda com a roupa de ontem à noite. Aquela noite… Pior noite da minha vida. Sentia alguém ao meu lado. Virei-me para encarar o anjo Zayn a dormir, mas…
- AAAAAH! – Gritei. Tapando a boca logo de seguida.
- PÁRA DE GRITAR CABRA! – A pessoa que estava ao meu lado acordou. Era ele. Era o homem da noite passada. – SÓ POR CAUSA DISSO, AGORA VAIS SOFRER! – Ele pôs-se em cima de mim, não me dando chances de fugir.
- NÃO! – Gritei, tentando tirar o monstro de cima de mim. – MAIS NÃO, POR FAVOR! – Caiu uma lágrima.
- DESTA VEZ NÃO TE SAFAS! – Ele falava, rouco. Ainda sentia o cheiro a álcool.
- L-LARGUE-ME P-POR FAV-VOR! – Dizia eu, soluçando e fazendo movimentos bruscos e inúteis.
- Quanto mais resistes mais me excitas… - Falou ele ao meu ouvido, beijando-me por baixo da minha orelha, o que me deu mais do que nojo. Ele pôs as mãos nas minhas pernas e afastou-as com toda a brutalidade que ele possuía no corpo. Colocou-se entre elas, e continuou o ritual dos beijos. Rasgou o meu vestido, deixando-me em roupa interior.
Esperneei para tentar fugir, inutilmente. Ao me mexer batia com os joelhos nas suas ancas, o que o aleijava.
- ESTÁ QUIETA SUA CADELA, SE CONTINUAS ASSIM VAMOS TER DE PASSAR À PARTE MELHOR. – A voz dele ecoou na minha cabeça, com aquelas palavras assustadoras. Quando se ia a aproximar para me beijar novamente… Não, não conseguia sentir outra vez aquele lixo a tocar-me. Sim, esperneei e desta vez até os meus joelhos ficaram a doer. Ele parou e ergueu o seu tronco. – TU É QUE PEDISTE. – Estremeci. O que ele ia fazer? Que parte melhor era aquela? Apercebi-me de tudo quando ele começou a desabotoar os botões das suas calças. As lágrimas duplicaram, o meu coração batia tão rápido, parecia que podia parar a qualquer momento. Estava dorida, e cheia de feridas pelo corpo inteiro. As minhas pernas tremiam, e eu respirava ofegante depois de tanta luta. Finalmente parei. Fiquei quieta. Não queria que aquilo acontecesse. Ele desabotoava os botões das calças com toda a calma e olhava para o meu corpo com uma cara maliciosa, nojenta. – Vamos lá boneca. Quero que grites o meu nome até te doer a garganta. – Ele ia deitar-se novamente em cima de mim quando… ‘
- NÃO! – Gritei, erguendo-me na cama.
- Calma pequena, foi só um sonho! – Foi logo envolvida pelos braços de Zayn que me acalmaram em instantes. – Foi só um sonho…
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Save You Tonight [EDITING]
Hayran Kurgu"Quem és?" Questionei, ainda assustada. Os meus pulsos tremiam. "Sou quem te salvou a vida." © 2012 AndreiaSofiaP All Rights Reserved.