A casa era linda. Porque ele moraria sozinho nessa mansão eu não sei. Enfim..
-Seu quarto. - Era muito bonito. Tinha um closet cheio de roupas que pareciam ser do meu tamanho. Como ele sabia eu não sei. - Vou te deixar a vontade, qualquer coisa é só chamar.
-Ok.
Minha mala? Não sei e nem quero saber. Não ia desfazer mesmo. Vai ficar no chão mesmo. Computador novo! Sempre quis um só pra mim, mas minha mãe me deu?? Nãaao! Deu pro meu Tom e pra mim não. Mas agora eu tenho um novinho só pra mim. No que será que ele trabalha? Tenho que me lembrar de perguntar, só por curiosidade mesmo. Desço as escadas e procuro a cozinha. Estou com fome. Muita fome.
-Olá, você deve ser a Alicie. Prazer sou Evanine. Seu pai falou muito de você.
-Primeiro: sou Alicia-a. Segundo: não perguntei seu nome. Terceiro: você é o que do meu pai?
-Claro, desculpe. Eu trabalho com seu pai, sou vice-presidente na empresa. E você não pode falar assim comigo não mocinha! E esse seu cabelo? Urgh! - Ela fez cara de nojo e parece que nem ligou para o que eu disse.
-O cabelo é meu. Agora sai da frente que to com fome.
-Certo. Seu pai falando de você até parecia uma menina meiga, tímida, fofa, mas vejo que ele se enganou completamente.
-Evanine? O que faz aqui? Alicia, vejo que já a conheceu.
-Já sim. Ela é muito gentil. Agora, onde fica a cozinha?
-Alicie é um doce. Estou aqui por causa do projeto, quero saber a sua opinião. - Ela diz com um sorriso falso na cara. Errou meu nome de proposito, vadia!
-A cozinha é por ali. - Ele me aponta uma direção. - Certo, vamos terminar logo com isso Evanine.
Eu passo e piso no pé dela. Ela está de salto e geme.
-Ooh! Sinto muito, mas não vi seu pé. E aliás meu nome é A-l-i-c-i-a. Ainda não aprendeu? Não sei como consegue trabalhar com uma funcionária assim, que nem mesmo um nome é capaz de guardar - Digo olhando pro meu 'pai'
Saio antes que a vadia diga algo. Cheguei na cozinha. Não sei cozinhar nada. Nada mesmo. Nunca precisei.
-Olá! Vem aqui meninha. -Alguém me puxa para um abraço. Povo louco. - Você é a Alicie né?! Seu pai estava que nem louco querendo te conhecer. Eu fiz torta, espero que goste.
-Meu nome é Alicia-a. Mas que saco, quantas vezes tenho que repetir isso?!!
-Ah, sim! Sente aqui. Me chamo Mazé.
Ela pega a torta na geladeira e põe um pedaço. Humm.. está muito bom. Ela parece legal.
-Está delicioso.
-Que bom que gostou.
Termino de comer e vou conhecer a casa. É incrível. Encontro outras empregadas no caminho, são todos muito gentis e parecem gostar de me conhecer.
Volto pro meu quarto e meu celular toca. Olho a chamada pra ver quem é. Bianca.
-Oi, Bia.
-Oi?? Oi?? Como você pode se mudar e não falar nada pra gente ?! Nadinha!?
-Hum, é.. Sei lá ué. Não gosto de despedidas e pensei que nem sentiriam minha falta.
-Argh! Como não?! Me abandonou!! - Ela fala magoada. Eu comecei a andar com ela esse ano, quando minha amiga de infância começou a andar com uma putas que eu não gostava. Como ia saber? A gente andava com outras meninas também. - E não foi só eu que fiquei triste sabe. Imagina a surpresa deu chegar na sua casa e sua mãe falar que você foi morar com seu pai? Quase enfartei. Ele é legal? Bonito? Seu quarto é grande? Como que é a casa? Ele tem outros filhos? Uma esposa?
-Respira, Bia. Calma. Até que não é tão ruim aqui. Ele não tem filhos nem esposa. A casa é imensaa. Qualquer dia você vem me visitar.
-E eu vou mesmo! Você não vai se livrar de mim tão fácil! Agora eu tenho que ir, tarefas sabe?! Mas a gente se fala por msg. Tchau, A.
-Tchau.
Ótimo. Não ia me livrar da Bianca. Eu gostava dela, ela é legal, mas é muito tímida. Com os amigos ela não era nada tímida e sim bem agitada. Mas não é de falar muito. Eu sou a que mais fala.
A porta se abre interrompendo meus pensamentos.
-Jantar. Venha comer, Alicia. - Meu pai chama.
-Já vou. - Já estou de pijama. Vou descer assim mesmo.
A mesa está posta para duas pessoas. Os empregados já devem ter comido e a vadia ido embora.
-Amanhã você já tem aula. Suas aulas começam as 07:30.
-Mais já?! - Reclamo, não é possível! Mal me mudei e já tenho que ir a escola.
-Sim. Eu te dou carona e qualquer coisa é só me ligar.
-Certo. Aliás, éé.. Qual é seu nome? Minha mãe nunca falou.
-Alexander Grey. - Ele me olha surpreso e ao mesmo tempo curioso.
-Uh, certo. Boa noite, Sr. Grey. - Me levanto e saio da mesa. Ambos já terminamos e não quero ter que ficar contando a minha vida para um estranho. Apesar desse estranho ser meu pai.
-Pode me chamar de Alex. Ou pai se preferir. - Ele fala receoso. Como se eu o tivesse ofendido ou algo do tipo.
-Boa noite, Alex.
-Boa noite, Alicia. - Agora ele parece mais feliz. Abre um sorriso torto.
Ponho meu fone e fico pensando o quanto minha vida mudou. Um pai apareceu. É estranho chamá-lo de Alex, sendo ele meu pai. Mas não posso chamá-lo de pai, não na frente dele pelo menos.
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Alicia
RandomUma garota como qualquer outra. Comum em todas as maneiras. Tímida, amigável, sensível.. Mas tudo muda com a aparição de seu pai. Poderia ela se tornar fria, egoísta..? Um amor a mudaria? ***************************************** Alicia é uma garo...