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Andressa

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Após Amy se acalmar, fomos até a geladeira fazer um assalto no que quer que fosse comestível por lá, mas nada encontramos de rápido preparo. O jeito era colocar a mão na massa e fazer algo para devorar, afinal de conta não dá para passar a tristeza sem comida! Amy não era nada boa na cozinha, e eu sabia bem disso, mas naquela madrugada cismou em fazer uma macarronada com uma tal receita que pegou na internet. E céus, como confiar o "jantar" nas mãos de alguém que não sabia preparar nem ovos mexidos? Exatamente, sendo uma pessoa que sabe menos que ela! 

Entre um molho e outro, quando ela finalmente conseguiu fazer aquela gororoba que ela denominava obra de arte gastronômica, sua blusa estava repleta de molho de tomate e, tinha bagunça por toda parte na cozinha. Segundo ela, a organização ficaria por minha conta, pois iria subir para um bom banho. Eu acatei o castigo e fiquei tentando organizar a zona que ela deixou, mas no meio do processo de arrumação, ela me interrompe gritando alto do banheiro, pedindo que eu levasse uma toalha. Amy tinha vocação para ser folgada...

Subi resmungando, tentando encontrar uma toalha dentro daquela zona que carinhosamente denomino apartamento. Quando finalmente encontrei, Amy já estava no décimo quinto grito... Esperar realmente não era uma dádiva dela. Entrei no quarto de hospedes sem bater, crendo que ela estava no banheiro esperando a toalha que tanto gritava solicitando, mas eu deveria ter previsto que alguém com a pressa de Amy nunca esperaria. Parei no tempo e minha expressão facial se perdeu em uma vermelhidão inexprimível; vi a imagem do seu corpo despido saindo entre os vidros do box do banheiro e caminhando pelo quarto. Eu tímida, entreguei a toalha em sua mão reagindo com uma naturalidade forçada. Sai rapidamente antes que ela notasse meu completo desconforto. Obvio que ela percebeu e achou estranha a minha atitude, afinal nos vermos de modo tão intimo sempre fora muito comum em nosso ciclo de amizade... A diferença é que antes éramos só duas garotas, sem libido, sem desejo, sem pecado... agora, bom, agora já não sei quem sou ou como me sinto, sei apenas que todo meu corpo pulsa quando a vê. 

Buscando respostas para tudo, Amy termina seu banho, se cobre e vem em destino ao meu quarto que fiz de refúgio para que pudesse fugir exatamente do quê está prestes a acontecer; as indagações. 

- Por que saiu daquele jeito? Acaso minha nudez passou a ser desconfortável​ para ti, Andressa?

- Não, claro que não. - balbuciei recusando-me a admitir.

- Então diga isso olhando fixamente pra mim? - Amy disse enquanto deixava a toalha que cobria seu corpo cair, testando-me sem compaixão, despindo-se completamente diante de mim. Afinal de contas onde caralhos ela queria chegar com aquela atitude estapafúrdia?  

Minha consciência temia em admitir, mas a verdade é que meu corpo involuntariamente reagia entregando-me. Meus olhos saltaram, não sei se por surpresa pela ação ou se por desejo de contemplar ao máximo a cena, mas de qualquer modo suas curvas eram tão perfeitas que mais parecia que o destino pintou uma obra de arte diante de mim. Seus traços pareciam pinceladas delicadas completamente sincrônicas. Os seios de Amy eram pequenos, mas nem por isso pouco bonitos. Pareciam macios o suficientes para despertar meus desejos mais insanos. Era fato que Amy conseguia mesmo mexer comigo. E nenhuma palavra seria o bastante para negar. 

- O que você quer com isso, Amy? Acaso está tentando me provocar para ver se minha bissexualidade não nos deixará a mercê de uma possível paixão platônica advinda por mim? Eu já disse mil vezes que vou te respeitar, então aceita e me leva a sério. Se despir diante dos meus olhos não deve estar entre provas de amizade na nossa lista... Agora vamos lá comer a macarronada que estou morrendo de fome. - falei dando fim no assunto, pegando a toalha do chão e jogando sobre seu corpo despido para cobri-lo. 

Amor sem medidas [ ROMANCE LÉSBICO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora