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Amy

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As coisas não estavam claras na minha cabeça; fazia cerca de meia hora que eu havia saído e do nada Andressa surge, e pior, na companhia de Lorena? Será que elas reataram? Não, não faria o menor sentido. Andressa me contaria se assim fosse. Ela me conta tudo. Se bem que estamos afastadas... Mas isso não justifica. Me custa acreditar que Andressa sabia sobre Lorena estar na cidade e silenciou esse fato para mim.

É surreal acreditar que Andressa seja capaz de voltar para essa garota. Não depois de todas as lágrimas. Não depois do abandono sem qualquer motivo aparente. Fui eu, eu quem fiquei ao seu lado e cuidei de suas dores. Fui eu, eu que formulei piadas sem graças para arrancar seus sorrisos. Fui eu quem atendi ligações na madrugada quando seu peito doía e seus olhos estavam jorrados demais para caírem no sono. Então não, não, Andressa não pode ter feito isso comigo.

Apressei meus passos e me apresentei diante daquela cena que o destino pintou diante dos meus olhos. A conversa entre elas me parecia tão amistosa que já nem parecia que essa Lorena era a ex que a Andressa jurava odiar.

— Atrapalho? — indaguei atrapalhando o assunto que parecia fluir bem entre elas.

— Achei que tivesse ido embora. — Lorena afirmou de maneira pouquíssimo amistosa, como se minha presença causasse um desconforto imensurável.

— Mas não fui. — Devolvi no mesmo tom.

— Espera, vocês estavam aqui? Juntas? — Andressa proferiu surpresa, como se tivesse acabado de juntas as peças de um quebra-cabeças.

— Sim, vim acompanhar a Amanda e ela o irmão. Mas não é isso que vem ao caso agora.

— E o que vem ao caso? O fato de você de você ter sumido e me deixado plantada feito idiota esperando uma ligação, se divertindo as minhas custas com uma amnesia alcoólica que não convenceu nem a si mesma, para mais tarde vir aqui, atrapalhar meu sossego? Afinal, que droga vocês querem comigo? Me deixem em paz. Eu só quero ficar sozinha e terminar de tomar meu conhaque sem que um circo seja armado a cada milésimo de segundos.

Quando Andressa começou a elevar o tom de voz, foi então que a atenção as pessoas começaram a se voltar para nós e Amanda e Mateo se aproximaram para entender mais do que estava acontecendo. Eu fiquei petrificada sem saber como responder aquilo. Era visível que Andressa estava com raiva, muita raiva e eu não sabia lidar com isso. Tudo bem, ela tem o direito de estar magoada, mas me colocar no mesmo patamar que Lorena era cruel.

— Baixa a droga do tom de voz e para de chamar atenção. Não precisamos de plateia para discutir o que tivemos. — falei no tom mais firme e forte que consegui.

— Quê? Vocês transaram? — Lorena falou cobrando satisfações e seria cômico se não fosse trágico. Que propriedade ela tinha para cobrar algo? — Eu achei que vocês eram amigas. Só.

— Querida, o que você acha ou deixa de achar não vem ao caso, agora por favor, nos deixa a sós. — Esbravejei.

— Eu só saio se Andressa pedir que eu vá. Seus desejos não interferem em nada nas minhas ações. — ela disse me desafiando.

— Saiam as duas!!! Ou melhor, deixa que eu mesma vou, o mais longe possível de vocês.

— Chega, Lorena. Vamos embora! Você já chamou atenção demais por hoje. — Mateo disse puxando Lorena pelo braço antes que ela se negasse a ir.   

E eu, enquanto observava a cena, fui surpreendida com a visão de Andressa pedindo a conta e partindo do local com a velocidade de um furação. Ela estava mesmo disposta a me fazer arrepender pelo gelo que lhe dei. Mas eu não desisti. Não desta vez. Eu fui atrás dela. 

Amor sem medidas [ ROMANCE LÉSBICO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora