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Andressa

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Após aquela saída abrupta, senti só o seu cheiro nos Eu tinha certeza que não foi um sonho, o seu cheiro impregnado em mim afirmava que foi bem real sim. Como ela poderia ter esquecido assim? Será que foi esquecimento ou na verdade arrependimento? - Tantas perguntas feitas para um espelho que mostrava um eu bem deprimido e confuso. - Fiquei um bom tempo encarando o celular, talvez ela mandaria mensagem, certo?
- Errado.
As horas foram passando e nada de Amy falar qualquer "oi" que fosse. E aquela espera estava cada vez mais consumindo dores em meu peito.

Mas eu não a culpo, no fim eu já esperava por isso. Estávamos fadados ao mártir desde o primeiro instante que ousamos abusar da teimosia. - Foi inevitável as lágrimas que caíram sem permissão. E eu nem sabia o porquê de estar chorando. Era mesmo melhor que ela não lembrasse, nós privaria da vergonha, do clima de tensão. O esquecimento é melhor que lidar com minha melhor amiga se afastando de mim. Droga! Por que caralhos fui tão fraca? Por que cedi tão facilmente?

Somos amigas a tanto tempo, e eu idiota nutrindo essa paixão secreta. Eu deveria ter apenas cuidado dela, sei lá... Alertado que ela iria se arrepender depois que me visse nua. Eu deveria ter evitado aquele primeiro beijo. Tudo bem que ela me pegou de surpresa e quando me vi estando entregue só me deixei ser conduzida. Mas, que droga, eu devia ter freado o furacão Amy. Só agora consigo entender porque furações sempre têm nomes de mulher.

- Droga, Amy! Por que você tem tanto poder sobre mim?

O telefone finalmente mostra a notificação que eu esperei a manhã inteira. Meu coração disparou. Mas era alarme falso. Não era ela. O visor mostrava um número estranho, não estava salvo na lista de contatos. Quem caralhos poderia ser?

"TOC, TOC, Dressa!
Nem sei se esse continua sendo seu número, não sei se trocou de telefone ou se, para preservar seu coração, eu estou bloqueada... Mas resolvi tentar a sorte. Estou de volta na cidade, felizmente a faculdade de TI me deu recesso para curtir um pouquinho dos meu avós. Se ainda lembrar de mim, e agora, após cessarem todas as mágoas, quiser finalmente ouvir minha versão dos fatos, estarei te esperando até o final da tarde no shopping que a gente sempre se encontrava para brindarmos com um chocolate quente, como nos velhos tempos.

Lorena."

Meus olhos quase saltaram quando li aquilo. O dia estava apenas começando e eu já estava devastada por ele. Lorena? Como assim ela está novamente na cidade? É inacreditável a naturalidade que ela me convida para sair como se a droga do tempo nunca tivesse passado. Quem ela pensa que sou? A mesma garota imatura e fácil de ludibriar que ela deixou para atrás? Eu não sou mais a mesma. Tudo bem que depois dela minhas experiências amorosas foram quase inexistindo, mas isso foi inteiramente opção minha. Ou pelo menos quase inteiramente para não ser tão concludente. O fato é que NÃO. Eu não quero vê-la.

E eu realmente tentei não responder de imediato, mas quando vi já tinha enviado uma resposta:

"Vai se foder, Lorena."

Amor sem medidas [ ROMANCE LÉSBICO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora