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Andressa

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Parece razoável dizer que ao final de cada sonho existe o despertar e desta vez não foi diferente. Os raios de sol entravam tímidos no quarto deixando evidente que já era dia e a imagem de Amy ainda estava ali; nítida e palpável.

Acordar ao seu lado foi mais um choque do que qualquer outra coisa, além de um pouco de pânico. Estávamos entrelaçadas havia pouco mais de algumas horas e minha mente era incapaz de planejar uma fuga sem que a despertasse. Era um fato que a noite com ela havia sido ótima. Na verdade a melhor que já tive durante toda a minha vida. TÁ, MAS E DEPOIS? Não posso agir como se fosse uma lunática idealizando que a sensação vai se repetir e multiplicar e que no fim seremos mais que amigas. Além disso, eu não tenho certeza se estou pronta para lidar com o mundo desejando Amy e sentindo pena pela miopia acentuada dela em relação a mim. O que diriam; olha lá aquela gata pegando a baleia? Que piada! -Droga, bela hora para a minha autossabotagem atacar!

Cansada de brigar com meus pensamentos, tomo coragem e finalmente levanto da cama, mas bem quando eu iria me desvencilhar, recebo um bom dia doce, acompanhado de um bafo de onça que só Amy tinha... E eu novamente sorri rendida, olhando o maior e melhor erro diante de mim.


Amy

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Senti minha cabeça doer como se a ressaca da noite anterior tivesse vindo apenas agora. Eu estava um pouco desnorteada, quando digo um pouco é meramente para ser eufêmica. Há coisas que só se aprende quando ninguém as ensina, é que a gente precisa ir lá, fazer e depois lidar com o arrependimento... Tipo o que estou sentindo agora. Não que a noite com Andressa em si tenho me feito arrepender, a questão vai muito além, é mais sobre o modo com o qual me comportei. Agora sei na prática aquela velha teoria de que o álcool nos deixa desinibida. É fato.

O que diabos eu fiz afinal? Minha mente rebobina o modo inconsequente e atirado que abordei Andressa na noite passada e a vergonha me domina. O que ela deve estar pensando de mim? Caramba, eu estraguei nossa amizade! Meu corpo ainda despido me faz agir de forma ainda mais cínica, como se de fato eu estivesse surpresa... buscando encontrar a saída mais tola e ineficaz de resolver tudo... — O que aconteceu ontem à noite afinal? — se você chutou que eu seria idiota o suficiente para "fingir amnésia alcoólica" você acertou. Eu só pensei no quanto uma solução estapafúrdia como essa poderia ser imatura quando o teatro do "não me lembro de nada do que aconteceu" começou. Eu nunca fui boa em fingir nada, mas me vesti e sai da casa de Andressa rápido o suficiente para que ela não precisasse perceber o quão mediana era minha atuação. 

Amor sem medidas [ ROMANCE LÉSBICO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora