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Amy

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Exatamente como previ, a Amanda não entende que é possível curtir uma balada sem beijar metade dos caras disponíveis na pista de dança. Ela mais uma vez conseguiu um "encontro" premeditado. O primo do carinha que ela arrumou nessa casa noturna, já está me olhando como se eu fosse parte da diversão da noite. Engulo a seco e vejo que ela caminha junto a eles em minha direção.

Um rapaz alto, musculoso, com um jeans rasgado e uma camisa branca pollo se aproxima mais que o limite que a Amanda estipulou para o casal. Ela se antecipou e foi logo gritando em meu ouvido que seu nome era Ricardo, por certo tentou sobressair o barulho do local, mas tudo que ele conseguiu foi quase me matar com seu hálito de cigarro recém fumado.

Antes que eu gritasse pela Amanda, ela já estava voltando para a pista de dança para acompanhar seu ficante. Mantive a classe e aguentei firme com mais um gole quente de whisky, secando o copo. É impressionante que a maioria dos caras que a Amanda consegue, apesar de bonitos, vêm sempre sem cérebro. Será que é impossível ter ambas as coisas em um homem? Aposto que se a Dressa tivesse aqui ela não teria me deixado a sós com esse cara.

- Então gata, não aceita dançar um funk comigo? - ele disse envolvendo suas mãos em minha cintura como se tivesse liberdade para tal.

- Desculpa, mas não estou afim. Na verdade acho que eu nem deveria ter vindo. - Creio que devo ter exagerado no whisky, pois o álcool somado ao calor do ambiente estavam me deixando tonta.

- É claro que deveria... A noite está só começando... - ela disse me beijando de surpresa, sem que eu desse nenhum sinal para que ele o pudesse fazer. Macho escroto, sendo macho escroto. Meu cérebro congelo e por alguma razão não consegui me desprender com rapidez, acho que por surpresa do ato, mas quando aquelas mãos percorreram meu corpo sem consentimento ai ele conseguiu ativar o pior de mim. Quando eu vi já estava com minha mão enfiada no meio da cara daquele escroto. Porque os homens não conseguem respeitar os limites de uma garota?

Certo que ele tinha exagerado no nível de álcool, e eu também, pelo que contei já era o oitavo drink que eu havia tomado, mas pera lá, isso não é desculpa. Um homem não pode simplesmente ser um babaca e culpar o álcool. Sem dar satisfação alguma e com extrema raiva, sai correndo para o mais longe que eu pude e quando me vi eu já estava buscando a única pessoa com quem eu queria estar agora.

Andressa

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A campainha tocou, atrapalhando minha maratona de séries na netflix. Quem ousaria aparecer aqui as três da madrugada? Será que as pessoas não entendem que existe uma tolerância de tempo para fazer visitas é por isso que estabeleceram um horário comercial para que a noção das pessoas não seja tão equivocada?

Olhei no olhometro da porta e me surpreendi com a imagem de Amy com a maquiagem borrada, chorando, descabelada, como se algo de muito ruim tivesse acontecido.

- Amy, o que faz aqui? - foi tudo que consegui formular ao abrir e dar de cara com aquela visão.

- Me deixa passar a noite aqui por favor? Eu preciso do seu abraço...

- Claro que sim, entra! Mas me conta o que houve?

- Eu sou estou cansada da maneira que os homens me objetificam. É ultrajante e cortante.

- Boa parte dos homens são assim mesmo, ignoram as feias e objetificam as garotas bonitas... - falei fechando a porta e sentando no sofá ao seu lado. - Vem cá? Me deixa te dar um abraço... - Naquele momento eu entendi o quão frágil Amy era e o quanto ela precisava de mim para protegê-la. O mundo não está preparado para lidar com a doçura de Amy.

Amor sem medidas [ ROMANCE LÉSBICO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora