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Andressa

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Descemos para comer, e ela ainda insistia em não colocar nada decente ou apresentável, os trajes em que ela se apresentava beirava os limites da minha insanidade, mas eu já conhecia bem a Amy para saber o quão teimosa ela era. Esse sarcasmo em suas ações não me soavam tão atípicas. Ela sempre fôra muito autentica. Falamos pouco durante a refeição, estávamos intimidadas, ao menos de minha parte sim. Nada mais que troca de olhares e um forçado "o jantar está delicioso". Eu realmente estava fora de mim, no normal eu zoaria ela com aquela gororoba horrível que ousávamos chamar de comida. Por que diabos eu estava querendo fazer média com ela? Eu estava confusa. Fazer média com a Amy era sinceramente um fato inédito na nossa "amizade".

Após satisfeitas, subimos juntas para escovar os dentes. Como o clima entre nós ainda permanecia um pouco tenso, fui dormir no quarto dos meus pais, por sorte eles ainda estavam em viagem; deixei então que ela permanecesse no conforto do outro quarto. Vesti uma blusa larga, uma calcinha rendada qualquer que encontrei na gaveta e me deitei, deixando a porta entreaberta para suavizar a iluminação que vinha do corredor. O sono tardou a vir, mas após um tempo, quase imperceptivelmente acabei apagando vencida pela tão demorada sonolência.

Na madrugada, por volta de um horário que não tive forças para verificar, acordo com alguém deitando atrás de mim. Tomei um susto, mas ela sussurrou no meu ouvido: - Calma, Andressa, sou eu... Tive um pesadelo terrível, por favor, me deixa dormir com você? Prometo ficar quietinha e não tentar abusar de ti enquanto dorme. - Ela implorou, sorrindo forçadamente ao final da frase.

Antes que eu respondesse qualquer coisa, ela deitou sua cabeça no meu peito de um jeito tão assustado que eu não conseguiria dizer um "não", então só me limitei a abraça-la e deixa-la protegida no conforto dos meus braços.

Tudo isso seria muito fofo... se a cretina não estivesse DESPIDAAAAA!!! Seria esse tal pesadelo uma tática ou ela realmente dormia nua e ao acordar de seu absorto, não foi capaz de retardar sua fuga nem ao menos para se vestir? Eis a questão. O fato é que os porquês pouco me importavam. Eu só queria continuar sentindo o corpo dela junto ao meu... 

Amor sem medidas [ ROMANCE LÉSBICO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora