Capítulo 1

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Mal posso acreditar que tudo isso está acontecendo comigo. Se na quarta série, eu soubesse que isso aconteceria comigo, teria desenhado minha vida futura na atividade sobre surrealismo. É tudo tão estranho, tão surreal, difícil de acreditar. Ou talvez seja eu que não queira acreditar.
Talvez eu esteja tentando não acreditar nisso tudo para que não tenha um ataque dos nervos e acabe piorando ainda mais as coisas.
Só pode ser brincadeira, não é possível. Em um dia eu estou super bem, no outro... estou assim. Aff...

Entro em minha casa e bato a porta com toda a força que tenho, como se estivesse batendo naquele projeto de mulher que é a razão de muitos dos meus problemas no momento.

_ Vai quebrar mesmo, é? _  Meu pai pergunta irritado. Ele também não deve está num bom dia, o que não é bom para nenhum de nós dois.

_ Não enche, Rogério. _ Falo seca já seguindo em direção à escada.

_ Ei, volta aqui mocinha. _ Suspiro e dou a volta. Sento no sofá em sua frente.

_ O que eu fiz dessa vez? _ Pergunto.

_ Quanto tempo faz que não brigamos? _ Fico surpresa com a pergunta e penso um pouco.

_ Não sei, talvez alguns meses. Por quê?

_ Quer mudar isso? _ Nego com a cabeça. Suspiro.

_ Sinto muito, pai.

_ É... Também sinto. O que houve com você? _ Quis saber.

_ Bom... Eu e Ruan brigamos mais uma vez, Paloma não tirou da cabeça que vai morar aqui, Vânia está viajando, Natan está namorando e...

_ O que Natan namorar tem a ver com seus problemas? _ Me encara.

_ Eu não sei. _ Falo sincera _ É tudo tão confuso.

_ Vem cá. _ Sento ao seu lado e ele me abraça _ Eu, realmente, não sei o que fazer em um momento desses, mas eu sou seu pai e vou está aqui sempre que precisar de mim. Sabe disso, não sabe?

_ Eu sei.

_ Que bom. E, caso o Ruan tenha te magoado de alguma forma, é só me falar que vou ter uma séria conversa com ele. _ Solto uma risada fraca.

_ E você? O que tem? _ Pergunto me afastando do abraço e o olhando.

_ Briguei com Fernanda. _ Responde meio cabisbaixo.

_ Nossa, mas porquê? Vocês sempre se deram tão bem, não discutem nunca. _ Fico realmente surpresa. Meu pai parece pensar um pouco _ Ah, não! Foi por minha causa? _ Pergunto.

_ Nanda quer que Paloma e Natan venham morar conosco, ela disse que se os filhos dela não viessem, sairia daqui.

_ E saiu? _ Afirma com a cabeça _ Por que não fez o que ela queria?

_ Porque não é o que você quer.

_ Poxa... Se quer saber, a culpa está me corroendo por dentro, mas mesmo assim não quero Paloma aqui. Ainda não. _ Ele sorri _ Me acha egoísta por isso?

_ Te entendo, não se preocupe. Talvez seja um pouco egoísta mesmo, mas acontece nas melhores famílias. _ Reviro os olhos _ Estamos sozinhos aqui. Que tal uma noite de pai e filha?

_ Escolhe os filmes, eu vou pedir pizza. _ Falo já levantando.

_ Tem sorvete na geladeira também. _ Avisa.

A Filha Do Diretor (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora