Capítulo 2

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Ir à escola é uma das coisas que não estavam nos meus planos, mas não posso faltar. Meu pai deixou isso bem claro quando quase derrubou a porta do meu quarto mais cedo.

Depois de me vestir, pego minha mochila e desço as escadas. Encontro com meu pai na cozinha comendo um sanduíche com suco.

_ Fiz para você também. _ Ele diz mostrando meu sanduíche _ Tem café se quiser.

_ Valeu. _ Depois de nos alimentarmos, seguimos para a escola de carro.

_ Então Isa... Dei uma olhada no seu boletim. _ Diz ele enquanto dirige.

_ Que interessante, não? _ Me lança um olhar sério.

_ Devia se esforçar mais um pouco para tirar notas melhores. _ Fala.

_ Isso cansa.

_ Estou falando sério, Isa. _ Suspiro.

_ É, eu sei. _ Chegamos na escola. Vejo que Ruan também acabou de chegar, ele veio de carro, mas não era o carro dele e ele não estava dirigindo _ Fala sério. _ Bufo irritada.

_ O que foi? _ Meu pai pergunta e logo ver do que se trata. Ruan desce do carro e a loira oxigenada que dirigia desce também, eles conversam um pouco. Quando ela vai embora, dá um beijo no canto da boca dele. Que raiva dessa mulher _ Quem é ela?

_ A ex dele. _ Respondo com o sangue fervendo de raiva _ Foi ela o motivo das nossas últimas brigas. _ Falo.

_ Quer que eu converse com Ruan? _ Nego.

_ Eu posso fazer isso. Se não funcionar, passo a missão para você. Pode ser? _ Concorda. Desço do carro e entro na escola empurrando Ruan.

_ Lembre-se que aqui dentro ainda sou o seu professor. _ Ele diz caminhando ao meu lado.

_ Lembre-se que só está aqui por minha causa. _ Retruco.

_ Precisamos conversar, Isabella. _ Suspiro.

_ Realmente precisamos, mas você tem tempo para essas baboseiras? _ Ele para na minha frente segurando meus ombros sem colocar força.

_ Eu sempre vou ter tempo para você, Isa. _ Diz.

_ Não foi isso que disse semana passada. _ Cruzo os braços.

_ Podemos conversar fora da escola? Na hora do almoço?

_ Não vai almoçar com alguma loira falsificada por aí, não? _ Suspira.

_ Eu vou na sua casa depois das aulas. _ Segue para a sala dos professores.

_ Seja menos dura. _ Me assusto ao escutar a voz do meu pai. Coloco a mão no peito e viro devagar para olhá-lo.

_ Estava ouvindo nossa conversa? _ Ele dá de ombros.

_ Tenho que cuidar da minha garotinha. _ Reviro os olhos.

_ Acha que fui dura?

_ Talvez um pouco. Ouça o que ele tem à dizer primeiro, não tire conclusões precipitadas. Quando ele dizer tudo que tem à dizer você decide como agir. _ Coloca uma mexa do meu cabelo atrás da orelha _ Sabe onde me encontrar.

_ Obrigada, pai. _ Sorri.

_ Vai para a sala e estude. _ Dou um meio sorriso e vou.

Enfrentei todas as aulas com o desânimo de sempre, mas as últimas aulas foram as mais difíceis.
Olhando, pela milésima vez, meu relógio de pulso conto os segundos para o sinal tocar e nem percebo que Ruan se aproxima de mim.

_ O seu caderno. _ Pede. Me afasto um pouco da mesa e ele revira os olhos pegando o mesmo. Logo em seguida coloca onde estava e sai.

_ Quem terminou a atividade já pode ir. _ Ele diz e a maioria se levanta saindo. Guardo meus materiais e acompanho os outros. Sigo para a sala do meu pai e entro sem bater, o que já é de costume. Fico surpresa ao ver ali Fernanda.

_ Oi Isa. Como vai? _ Ela pergunta.

_ Como sempre. _ Respondo dando um meio sorriso _ Estava indo para casa. Quer que eu te espere, pai? _ Pergunto.

_ Espera, senta aí. _ Faço o que ele disse _ Olha Nanda, acho que ainda não é o momento certo. Você sabe, eu e Bella acabamos de nos aproximar e...

_ Já faz quase um ano. _ Ela diz o interrompendo.

_ Eu sei, mas ela ainda não está preparada. Foram oito anos, Nanda. _ Ela suspira e levanta.

_ Enquanto meus filhos não forem morar conosco, eu não vou voltar para sua casa. _ Avisa.

_ Se é isso que você quer... _ Fernanda sai da sala.

_ Que triste isso... Mas ainda não vou abrir mão.

_ Eu sei que não. Vamos para casa?

_ Vamos. _ Levanto _ Olha, não me leve à mal, só não quero dividir a atenção que você me dá com mais ninguém. _ Ele me dá um beijo na testa e abre a porta.

Assim que chegamos em casa, me jogo no sofá decidida a não levantar tão cedo.

_ Ruan não vem aqui? _ Meu pai pergunta e sento rapidamente.

_ Eu tinha esquecido. _ Falo _ E agora, pai?

_ Eu vou pedir comida no restaurante aqui perto, vai se trocar. _ Subo para meu quarto. Tomo um banho relaxante e me visto. No momento, são 12:30 horas e nada de Ruan chegar _ Ele deve ter ficado na escola. _ Diz meu pai.

Pego o telefone e disco o número da escola. A porteira atende.

Ligação on

Ela: Alô?

Eu: Olinda? É a Isabella.

Ela: Seu pai não está, o que deseja?

Eu: Não é com ele que quero falar. Você sabe me informar se o Ruan ainda está aí?

Ela: O professor Ruan saiu assim que o sinal tocou, estava com pressa.

Eu: Ah, com muita pressa?

Ela: Sim, fiquei sabendo que ele saiu depois de receber uma ligação de uma tal de Bianca.

Eu: Entendi. Obrigada, Olinda.

Ligação off

_ Ele não está lá, não é? _ Sento ao lado do meu pai.

_ Ele saiu faz tempo depois de receber uma ligação da ex. _ Suspiro.

_ Vem cá. _ Ele me abraça.

A Filha Do Diretor (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora