Capítulo 22

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Depois de tomar um banho e ver minhas lágrimas se misturarem com a água que caia do chuveiro, visto uma roupa confortável e deito na cama me cobrindo até o pescoço.
Fiquei horas na mesma posição encarando o nada, não chorava mais, deixei as lágrimas secarem em meu rosto e sentia a cabeça latejando de dor.
Em algum momento do dia, meu pai bateu na porta do quarto e me chamou, mas não respondi, ele saiu em seguida. Desistiu muito fácil.

Acordo depois de ter um pesadelo, nem percebi que havia dormido. Passo a mão em meu rosto e suspiro. Minutos depois, ouço baterem na porta do quarto. Meu pai entra depois de obter o meu silêncio como resposta.

_ Oi. _ Ele senta ao meu lado na cama e me olha _ Está horrível. _ O olho com os olhos cheios de lágrimas _ Desculpa. _ Volto a encarar a parede _ O que aconteceu? _ Não respondo, fecho os olhos deixando que uma lágrima caia _ Não quer falar? _ Meu pai suspira _ Tudo bem. Posso deitar com você? _ Continuo em silêncio. Meu pai deita ao meu lado na cama e alisa meu cabelo _ Está queimando em febre. _ Diz ao tocar em meu rosto _ Vou chamar um médico. _ Antes que ele levante, seguro sua mão.

_ Não preciso de médico, preciso do meu pai. _ Falo.

_ Minha filha. _ Beija minha testa e deita novamente ao meu lado _ Eu te amo. _ Me abraça.

_ Também te amo, pai. _ Falo. Deixo que mais lágrimas caiam enquanto meu pai me envolve em seus braços.

( Algum tempo depois...)

Cheguei na sala atrasada, não consegui dormir a noite por conta de pesadelos, então dormi durante o intervalo na sala do meu pai. Por isso me atrasei para as últimas aulas. Bato na porta e pergunto ao professor se posso entrar.

_ Sim, pode. _ Responde Ruan sem olhar diretamente para mim _ Espero que não se repita novamente. _ Ouço ele dizer enquanto ando até meu lugar. Sento ao lado de Natanael.

_ Está melhor do que antes. _ Comenta ele.

_ Obrigada. _ Falo enquanto faço um coque desajeitado em meu cabelo. Começo a rabiscar meu caderno enquanto o professor explica a matéria.

_ Isa? _ Natan me chama.

_ O quê? _ Pergunto sem o olhar.

_ Olha. _ Aponta com a cabeça para a frente da sala. Olho na direção e vejo que Ruan não explica mais a matéria, ele está conversando animadamente com alguém na porta. Era Bianca. Respiro fundo e volto a rabiscar _ Está tudo bem? _ Ele pergunta.

_ Sim, por que não estaria? Eu e Ruan não estamos mais juntos. _ Sinto como se tivesse levando uma facada no peito  ao pronunciar essas palavras.

_ Não é o que parece, está pálida. _ Olho para Natan.

_ Não é nada. _ Logo Ruan volta para sua aula, mas Bianca continua na sala observando atenta meu ex namorado.

Depois de alguns minutos, me pego encarando Brinca e Ruan. Respiro fundo e desvio o olhar para meu caderno.

_ Quer sair? _ Pergunta Natan.

_ Sim, mas não quero que pareça que estou incomodada com ela aqui. _ Falo.

_ Me empresta o lápis, por favor. _ Pede. Entrego a ele e o mesmo enfia o lápis com força na perna.

_ Você é maluco? _ Pergunto.

_ Talvez um pouco. _ Diz _ Ai, tá doendo. _ Reviro os olhos _ Professor. _ Natan chama.

_ Alguma dúvida? _ Pergunta Ruan.

_ Não. Na verdade, gostaria de ir à enfermaria, acabaram de enfiar um lápis em minha perna. _ Diz ele.

_ Está brincando? _ Pergunta.

_ Não mesmo. A Isabella pode ir comigo? Mal posso colocar a perna no chão e sabe como é, ela é minha irmã caçula. _ Ruan suspira.

_ Podem ir. _ Diz ele. Levanto rapidamente e ajudo Natan a levantar também. Ele coloca braço em volta do meu pescoço e anda apoiado em mim com o lápis ainda enganchado na perna. Acho que Ruan não acreditou muito nessa história até ver de fato.

_ Pois é, coisas assim acontecem nas melhores escolas. _ Comento ao ver ele encarando o lápis na perna de Natan.

Chegamos na enfermaria com um pouco de dificuldade.

_ Vai ficar aqui comigo, maninha? _ Natan pergunta.

_ Sou obrigada. _ Falo _ Bom dia. _ Cumprimento a enfermeira.

_ Bom dia. _ Ela responde e olha a perna de Ruan _ Quem fez isso?

_ Ele mesmo. _ Respondo _ Tem o juízo fora do lugar.

_ Como se o seu fosse normal.

_ Não ando por aí enfiando objetos em minha pele. _ Falo.

A Filha Do Diretor (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora