_ Se vocês não lembram, isso aqui é uma escola, seu local de trabalho Ruan. _ Diz meu pai com raiva.
_ Perdão, Rogério. Não vai mais se repetir. _ Fala Ruan. Eu não sabia se ficava vermelha de vergonha ou de rir.
_ Eu espero. Espero também que não se esqueça que a Isa é minha filha e eu sou o seu chefe. Mais uma gracinha dessas e está demitido.
_ Não esqueço nunca, pode deixar. Prometo que não farei novamente. _ Meu pai estava se segurando para não atacar Ruan, era perceptível sua raiva.
_ Isabella, vamos para casa. _ Desço da mesa rapidamente.
_ Nos vemos mais tarde. _ Ruan sussurra.
_ Tchau. _ Lhe dou um selinho demorado e me aproximo do meu pai.
_ Veste essa blusa antes que mais alguém entre aqui, Ruan. _ Diz meu pai e Ruan se abaixa para pegar sua blusa no chão.
_ Até mais ver. _ Sou puxada por meu pai para fora da biblioteca e andamos lado a lado até o carro _ Onde está sua mochila? _ Pergunta.
_ Acho que esqueci. _ Respondo.
_ Depois pegamos, entre. _ Entramos no carro e ele dá partida. Meu pai estava muito sério, estava começando a me assustar.
Assim que chegamos em casa, vou em direção a escada, mas meu pai me chama.
_ Pode falar. _ O olho.
_ Vem até aqui e senta. _ Diz sério. Ando devagar até ele e sento no sofá _ Precisamos conversar. _ Suspira pesadamente sentando ao meu lado.
_ Sobre?
_ Sobre seus relacionamentos. _ Agora ele parecia nervoso.
_ Tem certeza disso? _ Questiono.
_ Sim, Bella. _ Me olha _ O que sente por Natan?
_ Eu não sei direito. _ Respondo sincera _ Acho que é paixão.
_ E o que sente por Ruan? _ Pergunta.
_ Aí é mais complicado... _ Suspiro _ É mais forte, mais intenso, mais difícil, mais sofrido...
_ Você o ama? _ Questiona.
_ Talvez... Isso é tão estranho. Tenho medo de perder o Ruan. _ Confesso.
_ E por que perderia? _ Suspiro.
_ Por causa da Bianca, do filho dele e...
_ E? _ Meu pai incentiva.
_ Do beijo. _ Me olha confuso.
_ Que beijo?
_ O meu beijo com Natan. _ Falo com um pouco de medo da sua reação _ E por eu ter gostado.
_ Bella... _ Olha em meus olhos _ Ruan te ama, você parece o amar também. Natan tem namorada e o que sente por ele, pelo que vejo, é algo passageiro. Você pode fazer da sua vida o que quiser, mas não deixe um amor verdadeiro por uma paixão passageira. E acho que devia contar ao Ruan, é melhor ele saber por você do que por outra pessoa. Se ele te ama mesmo como diz, vai te perdoar. _ Beija minha testa _ Independente de qualquer coisa, eu sempre vou te apoiar e ficar do seu lado.
_ Eu sei. _ Falo e sorrio _ Te amo.
_ Também te amo.
_ Vou me trocar para almoçar. Advinha o quê. _ Levanto.
_ Deixa eu pensar, é muito difícil essa... _ Faz cara de pensativo _ Pizza.
_ Isso mesmo, pizza! _ Dou risada da sua falsa animação.
(...)
Já anoiteceu e Natan está aqui em casa comigo, estamos fazendo trabalho de português.
_ Cansei. _ Diz Natan e o olho.
_ Eu cansei no minuto em que começamos. _ Falo _ Quer comer alguma coisa? _ Pergunto levantando.
_ Já que insiste... _ Levanta também e me acompanha até a cozinha.
_ Tem frutas e salgadinhos. O que prefere?
_ Salgadinhos. _ Responde.
_ Foi o que pensei. _ Seu telefone começa a tocar. Natan vê quem é e coloca o celular em cima do balcão _ Não vai atender? _ Pergunto e ele nega com a cabeça _ Quem é?
_ Valéria. _ Diz _ Ela me liga ou manda mensagem toda hora.
_ Por que não vai vê-la?
_ Não quero. _ O olho.
_ Se não quer atender suas ligações nem quer ir vê-la, por que não termina o namoro? _ Pergunto.
_ Se você quiser, termino nesse minuto. _ Fala baixo.
_ O quê?
_ Nada. _ Encaro Natan por alguns segundos.
_ Boa noite. _ Meu pai cumprimenta entrando na cozinha acompanhado de um dos professores da escola que nos cumprimenta também.
_ Boa noite. _ Responde Natan.
_ Tudo bem? _ Pergunta e deposita um beijo em minha testa.
_ Tudo ótimo. _ Respondo _ Vou para meu quarto com Natan, a gente está terminando o trabalho de geografia.
_ É de português. _ Corrige Natan.
_ Tanto faz. _ Dou de ombros pegando o salgadinho.
_ Não sabe nem qual matéria do trabalho, está querendo passar um ano a mais comigo, não é? _ Brinca meu pai.
_ Estou subindo... _ Natan e eu subimos de volta para o quarto.
Assim que terminamos de lanchar, guardo o trabalho quase pronto e me jogo na cama.
_ Que horas são? _ Natan pergunta olhando pela janela do meu quarto.
_ 19:33 horas. _ Respondo depois de olhar no relógio.
_ Será que dá para pular na piscina daqui de cima? _ Levanto da cama e olho para onde ele olhava.
_ Com uma perna ou braço quebrado, acho que sim. _ Natan ri _ Quer mergulhar nesse frio?
_ Nunca nadou à noite?
_ Talvez uma vez. _ Respondo lembrando _ Mas fiquei gripada, então pode ir sozinho.
_ Quantas vidas você tem? _ Me olha.
_ Está bem, me convenceu. O último que chegar paga açaí amanhã.
_ Fechado. _ Nos olhamos por alguns segundos e saímos correndo do quarto. Cheguei na piscina primeiro, comemorei mesmo tendo tido a impressão de que Natan me deixou ganhar.
_ Vamos de roupa mesmo? _ Pergunto olhando a piscina.
_ Por que não? _ Sorrio. Eu e Natan pulamos da piscina fria.
_ Era só o que me faltava. Duas crianças sem juízo em casa. _ Ouvimos a voz do meu pai e o vemos se aproximar da piscina com os braços cruzados e um olhar divertido no rosto.
_ Onde está seu amigo? _ Pergunto.
_ Já foi, veio apenas para resolver umas coisas pendentes. _ Responde.
_ Por que não se joga aqui também? Vai relembrar o tempo em que era novo. _ Natan tenta convencê-lo.
_ Ainda sou novo, rapaz. _ Diz sério e logo sorri _ Vou deixar que os dois sem juízo gripem sozinhos. Não façam nenhuma outra besteira hein. _ Dá as costas e sai.
_ Besteira? A gente? Nada a ver. _ Demonstro indignação.
_ Absurdo uma coisa dessas. _ Diz Natan e começamos a rir.
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A Filha Do Diretor (Livro 2)
Teen FictionIsa vive um momento difícil da sua vida em que tem que lidar com situações para as quais não estava preparada e sente que, ao mesmo tempo que está se aproximando mais de seu pai, está se afastando de seu namorado, Ruan. Segundo livro contando a hist...