Capítulo 31

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_ NINGUÉM NUNCA VAI PERDOAR VOCÊ. _ Grito ao vê Paloma andar para longe. Ela então para e, depois de alguns segundos na mesma posição, vem até mim.

_ Difícil admitir, mas você tem razão. _ Falo enquanto tira a ripa de cima de mim, estende a mão e me ajuda a levantar.

_ Valeu. _ Falo.

Levamos um susto quando o fogo atinge a porta do quarto. Damos passos para trás e, no calor do momento, nos abraçamos.

_ Nunca pensei que viveria algo assim, muito menos com você. _ Diz Paloma.

_ Nem eu. _ Respiro fundo.

_ Me perdoa? _ A olho _ Eu me arrependo de tudo que fiz com você, me perdoa por favor.

_ Eu te perdôo. _ Falo _ Me perdoa também, sei que não sou a melhor pessoa.

_ Tudo bem. _ Olhamos o fogo chegar cada vez mais perto, não tem saída. Estamos encurraladas aqui, a menos que a gente pule a janela no fim do corredor, mas isso...

_ A janela. _ Falo me afastando do abraço _ Pulamos a janela.

_ Uma ideia completamente doida, mas vamos. _ Corremos até a janela no fim do corredor e olhamos para baixo. Na rua, havia carros de bombeiros e uma multidão olhando o que acontecia.

_ EI, AQUI. SOCORRO. _ Começo a gritar e fazer sinal para que nos vejam.

Alguém me vê e mostra a todos os outros. Os bombeiros logo planejam a melhor maneira de nos tirar daqui.
Ouço Paloma tossir e a olho.

_ Eu estou fraca, é muita fumaça. _ Ela diz.

_ Eu não vou sair daqui sem você. _ Coloco a mão em seu ombro e a abraço _ Fica calma, vamos conseguir. _ Depois de algum tempo assim, nós duas estávamos tossindo e eu havia esquecido completamente os bombeiros lá fora.

_ Como vamos sair? _ Me afasto do abraço e me aproximo da janela junto com Paloma.

_ Querem que a gente pule. _ Falo e olho a garota tremendo de medo ao meu lado _ Vão aparar nossa queda com aquilo. _ Aponto para baixo _ Sei lá o nome, não me importo, mas não vão nos deixar cair no chão. _ Ela respira fundo se enchendo de coragem.

_ Vai primeiro. _ Nego com a cabeça.

_ Você está pior que eu, não vai aguentar muito tempo aqui nessa fumaça. Vai. _ Ela afirma com a cabeça e sobe na janela _ Se eu não sair a tempo, diz a... Olha, é muita coisa para se dizer, mas tem um diário no meu quarto em algum lugar. Se eu não conseguir sair, podem ler meu diário.

_ Você vai sair, Isa. _ Ela diz.

_ Então nos encontramos lá embaixo. _ Falo e ela pula. Como eu havia dito, Paloma é aparada. Os bombeiros ajudam ela e vão examiná-la, vejo quando Fernanda invade o espaço marcado por uma fita amarela e vai abraçar a filha chorando.
Algum bombeiro faz sinal para que eu pule. Respiro fundo e olho todos na expectativa. E se eu não pulasse? Quão mais felizes seriam todos ao meu redor? Eu iria ajudar eles se não existisse mais. Tudo que acontece de ruim é por minha causa.
Deixo uma lágrima escapar e suspiro.

_ BELLA. _ Vejo meu pai ultrapassar a linha amarela, ele estava chorando desesperado _ BELLA, EU NÃO POSSO VIVER SEM VOCÊ. PERDEMOS SUA MÃE, MAS TEMOS UM AO OUTRA, NÃO ME DEIXA TAMBÉM. _ Ao ouvir isso, meu coração acelera.
Eu sou não egoísta ao ponto de deixá-lo só? Mas ele tem Fernanda e os filhos dela, Natan e Paloma. Mas quer saber? Q-U-E S-E D-A-N-E.
Subo na janela e pulo.

Meu pai corre até mim e me abraça chorando. Logo depois, Natan aparece e se junta ao abraço. Fernanda e Paloma fazem o mesmo. Choramos abraçados, juntos como uma família que somos.

A Filha Do Diretor (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora