Capítulo 15

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Assim que o sinal toca, saio junto a todos os alunos apressados para ir embora.
Quando estou no meio do corredor, alguém segura minha mão e olho para trás.

_ O que quer, Ruan? _ Pergunto desinteressada.

_ Posso te explicar? _ Suspiro e volto para a sala. Ruan vem atrás de mim _ Cauã, vai pegar suas coisas na sala do diretor, pode ser? _ O menino afirma com a cabeça e sai correndo.

_ Vá em frente. _ Cruzo os braços encarando Ruan.

_ A Bianca precisou resolver umas coisas fora da cidade e eu não podia deixá-lo sozinho em casa. Sinto muito ter feito você passar por essa situação, de verdade, mas eu precisei trazê-lo. _ Ouço em silêncio.

_ Tá. _ Falo apenas.

_ Tá? Não vai discutir comigo, mandar eu te deixar em paz? _ Pergunta.

_ Não. _ Dou de ombros.

_ Está com raiva?

_ Não. _ Respondo.

(...)

_ QUE RAIVAAAA. _ Abafo o grito com meu travesseiro _ Por que comigo, Natan? Por quê? _ Olho para ele sentado em minha cama.

_ Olha... Isso é uma coisa que eu não sei responder. _ Me puxa fazendo com que eu deite em seu colo e começa a mexer em meu cabelo _ Mas o que eu posso dizer é: essa não é a Isa que eu conheço, você nunca se importou com o que os outros pensam ou falam de você.

_ Não me importo. _ Falo.

_ Não é o que parece. _ Levanto do seu colo.

_ Quer fazer alguma coisa? _ Pergunto e ele nega _ Eu preciso... Preciso esquecer um pouco as coisas. Cachoeira?

_ Opaaa. Topo. _ Levanta também _ Mas aqui não tem cachoeira. _ Ele lembra.

_ Lembra da casa no lago? Tem uma cachoeira lá perto. _ Falo pegando meu celular _ Vai falar com tua mãe, eu vou procurar meu pai.

_ Pode deixar. _ Sorri animado e saímos do quarto. Eu vou para a escola, Natan para sua casa.

Entro na sala do diretor sem bater mesmo e ele sorri ao me ver.

_ Folgada como sempre, não é? _ Sorrio de volta.

_ Como sempre. _ Me aproximo dele e lhe dou um beijo no rosto _ Sabe que eu te amo, não é?

_ O que você quer? _ Pergunta.

_ Quero sua companhia. _ Sento na cadeira em sua frente _ Acho que concorda que será bom para mim sair um pouco e me distrair. _ Afirma com a cabeça _ Estava pensando... Que tal cachoeira, lago, aventura, diversão, pai e filha...

_ Quer ir para a casa do lago? _ Afirmo com a cabeça _ Quando?

_ Agora.

_ Estou no meio do meu trabalho, Bella. Não posso me ausentar assim.

_ Ah pai, por favor. Hoje é sexta-feira, a gente volta na segunda. Vai, por favor. _ Peço e ele suspira.

_ Tudo bem. _ Levanta e comemoro o abraçando. Vamos para casa e arrumamos duas malas pequenas.

_ Posso dirigir? _ Pergunto quando estávamos entrando no carro e ele me entrega a chave em resposta.

Dou partida e sigo para a casa de Natan.

_ O que estamos fazendo aqui? _ Meu pai questiona. Estaciono o carro na frente da casa e aperto a buzina.

_ Demorou. _ Diz Natan saindo de casa.

_ Quer ir a pé? Não vejo problemas nisso. _ Ele revira os olhos e coloca as malas no carro. Sua mãe vem também _ Pai, senta lá atrás. Pode ser? _ O olho.

_ Você... _ Sorri de lado e vai.

Natan entra onde meu pai estava e ele vai atrás junto com Fernanda.

_ Ele aceitou numa boa? _ Me pergunta.

_ Foi. _ Ligo o carro _ E ela?

_ Disse que vamos ter uma séria conversa. _ Sorrio dando partida.

_ Estamos aqui, se vocês esqueceram. _ Diz Fernanda. Dou de ombros e continuo dirigindo.

A Filha Do Diretor (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora