Capítulo 14

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As últimas aulas são de matemática, sentei ao lado de Natanael e começamos a conversar disfarçadamente enquanto Ruan explicava a matéria.

_ Meu pai gosta de "aventura". Temos até uma casa no lago, a gente ia lá de vez em quando. _ Comento depois dele dizer que queria muito acampar.

_ Maravilha. Fala com ele e dou um jeito de levar minha mãe, Paloma com certeza não vai querer ir. É uma boa oportunidade deles fazerem as pazes. _ Fala _ Se não for um problema para você, é claro.

_ Sei não, Natan. _ Suspiro _ Vou pensar nisso. É estranho para mim fazer algum programa que costumava fazer com minha mãe sem ela. Entende?

_ Tenho uma ideia. Não se preocupe com isso, mas quando estiver preparada, estarei aqui. _ Sorrio.

_ Isabella e Natanael. _ Ouvimos a voz de Ruan e o olhamos _ Podem prestar atenção na aula? Até onde eu sei, a nota dos dois está abaixo da média. Deveriam está se esforçando para melhorar. _ Cruza os braços nos encarando.

_ Tudo bem, querido professor. Vamos nos esforçar e nos tornaremos os melhores alunos da sala. Ou melhor, da escola. Satisfeito assim? _ Sorrio irônica.

_ Suas ironias me tiram do sério, não quer usá-las com o diretor não?

_ Nosso querido diretor me ama, posso ir visitá-lo sem problemas. _ Ameaço levantar.

_ Pode ficar aí mesmo, mas se continuarem conversando vou precisar trocar vocês de lugar. _ Dou de ombros.

_ Ela está se achando porque é filha do diretor. _ Ouço uma menina dizer e respiro fundo para não responder nada. Começo a prestar atenção na aula, até que batem na porta e a secretária entra segurando na mão de uma criança. Um menino de quatro anos, o filho do Ruan.

Olho para Natan e abaixo a cabeça. Não quero ver eles juntos, não consigo ver pai e filho felizes. Isso dói por dentro, dói demais.

_ Pessoal, esse aqui é meu filho, Cauã. Tinha que ficar com ele hoje, então precisei trazê-lo para a escola. Espero que não se incomodem com a presença dele. _ Ouço Ruan dizer e foi inevitável que os comentários envolvendo meu nome começassem a surgir.

_ O professor está te encarando, parece preocupado contigo. _ Sussurra Natan no meu ouvido, não respondo _ Quer sair da sala? Se quiser, vou com você. _ Fala Natan sussurrando novamente.

Levanto o olhar e o olho, nego com a cabeça.
Olho para meu caderno. Natan segura minha mão com intuito de me acalmar. Depois de um tempo, começa a mexer em meus anéis.

_ Puxa, que lindos. _ Ouvimos a voz infantil atrás da gente. O pequeno menino olhava encantado minha mão. Suspiro.

_ Quer um? _ Pergunto.

_ Vai me dá mesmo? _ Sorrio com aquela vozinha doce invadindo meus ouvidos.

_ Claro. Pode escolher um. _ Coloco minha mão mais perto dele para que o mesmo possa escolher.

_ Esse. _ Aponta para um dos anéis. Tiro o mesmo e entrego para o garoto. Ele sorri e coloca no dedo, logo seu rosto se entristece ao ver que fica folgado demais _ Não dá. _ Tira o anel triste.

 _ Tira o anel triste

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_ Um instante. _ Tiro minha corrente e pego o anel de sua mão colocando-o na mesma em seguida _ Posso colocar em você? _ Ele afirma com a cabeça animado novamente. Coloco à corrente com o anel e ele olha sorrindo.

_ Obigado. _ Diz.

_ Por nada. _ Sorrio.

_ Você é a namolada do papai? _ Pergunta.

_ Sim. _ Respondo.

_ Mamãe não gosta de você, mas eu gosto. Você é legal e bonita. _ Solto uma risada.

_ Deixa eu te contar um segredo. _ Me aproximo mais dele e sussurro em seu ouvido: _ Você também é legal e muito lindo. E eu queria muito ganhar um beijinho seu aqui na minha bochecha. _ O pequeno menino deposita um beijo em minha bochecha e sorrio _ Estou mais feliz agora. _ Volto a minha posição normal.

Cauã corre para perto do pai e fala animadamente com ele. Não consigo escutar, porque o menino não falava muito alto e estava no fundo da sala.

_ Não sabia que gostava de crianças. _ Fala Natan.

_ Nem eu. _ Dou de ombros.

_ Pensei que não dava seus anéis para ninguém, posso escolher o meu também? _ Nego com a cabeça sorrindo divertida _ Chata. _ Me dá língua. Começo a rir controladamente.

_ Uma chata que você ama. _ Falo.

_ Se acha.

_ Nenhum pouco, querido.

A Filha Do Diretor (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora