Meu pai me acordou logo cedo e vamos juntos para a escola, encontrei Natanael e ficamos conversando até o momento em que os trabalhos foram iniciados. Eu e Natan estávamos juntos nessa. O tema era poemas e poesias, eu gostei de verdade. Depois de horas e horas repetindo as mesmas palavras, estava exausta.
_ Está quase na hora de recitar os poemas. Está pronta? _ Natan pergunta.
_ Sim. _ Olho para Ruan e vejo ele seguir até a porta da sala. Bianca entra pela mesma e lhe dá um selinho.
_ Fica calma. _ Pede Natan ao meu lado.
_ Eu estou calma. _ Falo. Minutos depois, os dois saem da sala. Respiro fundo pois era a minha vez de apresentar.
_ Ele voltou sozinho. _ Sussurra Natan no meio ouvido.
_ Estou cansada e irritada. _ O olho.
_ Desconta sua raiva recitando a poesia, está na hora. _ Suspiro. A última apresentação da nossa feira vai ser toda a turma, cada um deveria recitar uma poesia por vez.
Assim que chegou minha vez, me posicionei ali no centro da sala com o microfone em mãos. Olho para o meu papel onde estava escrita a poesia para caso de eu esquecer. Levanto o olhar para a minha plateia, encontro Natan que sorri me encorajando, mas não era ele quem eu precisava ver. Encaro Ruan por alguns segundos e amasso o papel em minha mão, não é esse o poema que eu quero recitar, não tem nada a ver comigo. Suspiro.
_ O teu riso de Pablo Neruda. _ Respiro fundo e volto o meu olhar a Ruan novamente, ele também me encarava:
Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas
não me tires o teu riso.Não me tires a rosa,
a flor de espiga que desfias,
a água que de súbito
jorra na tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.A minha luta é dura e regresso
por vezes com os olhos
cansados de terem visto
a terra que não muda,
mas quando o teu riso entra
sobe ao céu à minha procura
e abre-me todas
as portas da vida.Meu amor, na hora
mais obscura desfia
o teu riso, e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso será para as minhas mãos
como uma espada fresca.Perto do mar no outono,
o teu riso deve erguer
a sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero o teu riso como
a flor que eu esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
curvas da ilha,
ri-te dessa moça
desajeitada que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando os meus passos se forem,
quando os meus passos voltarem,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas o teu riso nunca
porque sem ele morreria.Ouço as palmas e volto a realidade deixando de encarar Ruan. Volto para meu lugar e outra garota vai recitar sua poesia.
_ Foi muito bem, fiquei até arrepiado. _ Natan diz e sorrio.
_ Valeu.
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A Filha Do Diretor (Livro 2)
Teen FictionIsa vive um momento difícil da sua vida em que tem que lidar com situações para as quais não estava preparada e sente que, ao mesmo tempo que está se aproximando mais de seu pai, está se afastando de seu namorado, Ruan. Segundo livro contando a hist...