Capítulo 2

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DG

Dono do morro. Medo. Respeito. Vida fácil? "Fácil", eu nunca soube o significado dessa palavra. A minha vida sempre foi na correria. Meu pai era dono de tudo isso aqui, mas todo mundo sabe o fim da pessoa que tá nessa, ou é cadeia, ou é caixão. Infelizmente tive que ver meu velho ir pro caixão, mas desde pivete, com meus 10 anos, ele já me mostrava e me ensinava o que eu precisava saber pra ser quem sou hoje.

Aos 18, perdi meu pai pra guerra, parece que ele já sabia.. Desde então eu tive que deixar de lado a liberdade, que mesmo pouca, eu ainda tinha. "Escolheu essa vida porque quis", fácil de dizer quando cê é um playboy que sempre teve tudo que quis, nascido em berço de ouro. Aqui é o lado onde o filho chora, e a mãe não vê!

Tive que amadurecer rápido, enquanto os moleques jogavam bola, eu estava no movimento. Meu sonho sempre foi ser jogador de futebol e ter uma família, pra dar orgulho pra minha coroa, mas quando a gente cresce, percebe que sonhos são só isso, e amor de uma fiel? Piada, amor é dinheiro no bolso!

(...)

Assim que acabou, olhei pra ela que ainda estava tentando controlar a respiração.

Isabela: Ual! - disse ofegante - Você realmente acaba comigo!

DG: Já pode picar o pé daqui! - observei a mesma arrumar o vestido - Daqui a pouco os moleques entram aqui, anda Rafaela. - dei um trago no cigarro de maconha.

Isabela: É Isabela, DG! - bufou.

DG: Virou boi pra ficar bufando agora? - disse enquanto a mesma saia da salinha.

LN: Boi eu nao sei não, mas vaca.. - disse entrando. Olhou pra mesma que apenas desviou o olhar.

Ri da cara dele, enquanto o mesmo negava com a cabeça rindo também. Se sentou a minha frente.

LN era meu sub. Mas além disso, é meu irmão de mãe diferente. O filho da puta é meu irmão de fé, nunca me deixou na mão. Dos meus 24 anos de idade, 20 foram com ele lado a lado.

LN: Firme ai?! - fizemos um toque - Vai colar na goma do Nando mais tarde né?

DG: Cê acha mesmo que eu vou perder um bom truco? - gargalhamos.

Conversamos sobre o baile que seria hoje a noite, fizemos alguns acertos, principalmente com a venda das drogas. Logo olhei o Big entrando.

Big: Fala comigo, mariquinhas! - entrou rindo

Igor: Caraio baleia, tá podre hein?! - entrou logo depois junto com o Paulinho.

Paulinho: Peida e sai né o pudim de banha?! - olhou incrédulo pro Big.

Os dois se sentaram com uma cara feia.

Big: Tem que dividir com os amigos! - gargalhou abanando perto da bunda.

DG: Porra é essa? Virou bagunça? Entra quando quer e como quer, seus filha da puta?!

Eles me olharam com os olhos arregalados, e levantaram a mão em sinal de rendição.

Igor: Ih, Isa não mamou direito hoje não né?! - todos gargalharam.

Esses porras eram uns filha da puta, mas tava comigo no dia a dia, na correria. Alguns com família, outros porra louca, mas juntos eram a minha tropa.

50 Tons de FavelaOnde histórias criam vida. Descubra agora