Decisões erradas.

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Sábado cinco da manhã, enquanto eu arrumava algumas coisas em uma mochila eu pensava em quão insano uma pessoa podia ser por causa de uma festa, eu não podia dizer nada delas, porque lá estava eu acordado a cinco da manha a caminho de uma. Aliás, não era só eu o colega também estava, mas como eu ia acompanhando a ''perseguidora'' e dona do lugar onde a festa aconteceria, então estava me aprontando primeiro.

Essa foi a primeira decisão de que eu me arrependi, não devia ter aceito aquilo de acompanhá-la por que sabia o que aconteceria a seguir, sabia que se fosse com ela só facilitaria e daria corda para as investidas dela, a maior raiva de mim era não ter simplesmente falado que era gay e encurtado qualquer tipo de aproximação, não sei porque fiz aquilo, talvez por competição, mas eu não necessitava disso, não necessitava competir com ninguém, exceto pelo fato de estar sendo provocado e eu estava sendo, aquele maldito de novo resolveu me presentear com mais um dos seus momentos ''sexistas'', dessa vez ele não me fez ver uma cena igual a primeira vez que o vi, ele fez mais do que isso, me fez ouvir a coisa toda.

Eram umas duas horas da manha de quinta feira quando ele trouxe a sua atual namorada ou outra tanto faz, eu estava dormindo, mas isso não impossibilitou de fazer o maior barulho possível no corredor que dava acesso aos dois quartos, o meu e o dele, a intenção dele era me acordar com certeza. Os gemidos tanto dele como da menina estavam tão altos que era como se estivessem transando dentro do meu quarto, eu ouvi aquilo até que a pior das coisas resolveu acontecer, fiquei excitado, não com os gemidos da menina, mas com os dele, e como minha mente é um tanto ''avoada'', não foi difícil colocar aqueles gemidos em uma cena dele sendo penetrado por mim.

Tive raiva da minha ''condição'' por aquilo, eu não podia me atrair por um gay pra variar, tinha que ser por Héteros em situações em que eles jamais estariam, e a pior das hipóteses resolveu se revelar, estava imaginando sexo com um dos caras mais estúpidos que já havia conhecido. Ignorei aquilo com a dor, coloquei um pedaço de pele da mão entre os dentes e mordi, com isso a ereção passou e o pensamento esmaeceu, tudo o que ficou foi a raiva, o barulho terminou meia hora depois e voltei a dormir.

Minha sorte não terminou por aí, eu estava disposto a encarar aquilo como uma coisa passageira, mas ele tinha que fazer algo pra testar meus limites. Assim que terminei de fazer o café ele apareceu na cozinha descalço trajando apenas uma calça de moletom não é preciso dizer como eu sabia daquilo, acho que é fácil descobrir se uma pessoa usando um short ou calça de moletom está ou não sem cueca, enfim, coloquei a garrafa na mesa e usei uma faca de cozinha para cortar um pedaço de queijo, o único problema foi a faca ser afiada demais e atingiu meu dedo, não foi um corte profundo, mas saiu um pouco de sangue e eu larguei a faca, ele percebeu franziu a sobrancelhas pegou um papel toalha e me ofereceu;

-sua mão está sangrando, melhor limpar e passar um álcool nisso.

Eu ri de escárnio, ''era só o que me faltava?'', pensei e simplesmente desviei da mão dele sugando meu próprio sangue, que não era muito. Entrei no quarto e tranquei a porta, acho que foi a partir dali que eu fiquei burro e tomei decisões estúpidas, como por exemplo, acompanhar uma menina que estava se atirando pra cima de mim.

Sexta feira o gibi e o geek apareceram no apartamento, a conversa pra variar era sobre a festa e as duas ramificações da mesma, uma parte no sitio e a outra parte na cidade, ao mesmo tempo. A da cidade seria em uma quadra, e foi programada, pois nem todos poderiam ir no sitio e nenhum novato poderia escapar, a maioria do grupo iria ficar na cidade, gibi, Rick, Geek, ferrugem, o colega e eu iríamos para o sitio e saber que o estúpido ia, meio que aumentou a minha vontade de ir, isso claro foi inadmissível pra mim, e a ideia que eu coloquei pra sobrepor foi; eu estava indo porque queria, não por causa de outra pessoa.

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