Parte da família...

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Finalmente chegamos, ele estacionou o carro perto de uma caminhonete quatro portas que eu não fazia ideia de quem era, provavelmente emprestada de alguém, já que a maioria da minha família só tinha aquelas motos de rali, chamo assim porque nem velocímetro tinha, mas enfim, descemos do carro e começou a seção abraços em mim, esqueceram do ferrugem? Não, mas é aquele negocio de família em ''matar as saudades'', assim que terminaram eu apresentei, mas usei o nome dele, aliás, eu só tinha usado o real nome dele quando falava dele para minha família, por isso achei melhor não usar o apelido;

-bom, família, esse é o João.-depois me virei pra ele e falei- João, essa é minha família.

Um pouquinho de silencio e eu comecei a não gostar, mas só comecei, pois o ferrugem virou o meu mais novo irmão, apresentações primeiro e depois;

-Fernando, trás as mala pra dentro.

Lá foram eles levando o ferrugem pra dentro falando que tava frio, um monte de gente ao redor e Luquinha querendo pegar no cabelo dele. Peguei as malas e quando cheguei na sala o papo rolava solto, ele todo tímido no meio daquele povo todo respondendo perguntas e brincando com os meus sobrinhos. Deixei ele lá com os olhos de socorro e encontrei com minha mãe voltando da cozinha com uma jarra com água e um copo para o ferrugem obviamente, ela me disse onde era meu novo quarto, vi umas coisas diferentes na casa, mas não perguntei, só me apressei em voltar pra sala ou eles iam deixar o ferrugem completamente maluco, cheguei em tempo de ver o Daniel perguntar a idade dele e ele responder que era mais velho que eu. Daniel fez uma cara de descrença, mas não falou mais nada. o papo prosseguiu e eu fiquei excluído participando uma vez ou outra, eles não extrapolavam nas perguntas, só queriam saber mais coisas dele e obviamente me zuar, acredite em mim, você pode ser a pessoa mais sem vergonha que existe, mas se sua família é zueira e eles encontram que seu namorado(a) assunto pra te deixar constrangido é o que não vai faltar.

Enfim, o jantar foi servido e a conversa continuou durante ele, mas como era noite de domingo, meus irmãos que moravam fora, começaram a ir embora, a caminhonete que vi mais cedo era do patrão do Augusto, ele tomava conta de outra fazenda de dono diferente e transportava leite naquela caminhonete pra cidade, mas de vez em quando pegava emprestado pra dar umas voltas, ele levaria Daniel pra casa dele na cidade e depois iria pra dele na outra fazenda. Depois da saída deles, o papo continuou, mas por pouco tempo, o trabalho na segunda feira impossibilitava de ficar mais tempo de conversa. Tomamos banho separados e depois fomos para o quarto destinado a nós, e como já estávamos sozinhos, ferrugem olhou pra mim com meio sorriso veio na minha direção até encostar bem perto e disse quase sussurrando;

-está frio aqui, não ta?

Ele estava nu da cintura pra cima como eu, vestia só um short de algodão do pijama enquanto eu estava de cueca, me acostumei a dormir daquele jeito mesmo no frio absoluto, respondi enquanto o abraçava;

-sem duvida.

Ele devolveu o abraço e perguntou com as segundas e todas as intenções possíveis;

-seus pais vão mesmo deixar a gente dormir junto?

E eu respondi o obvio;

-considerando que eles dormem no quarto ao lado, sim, eles vão.

-droga, eu não queria mesmo.

Ele disse e eu movi a mão e apertei o pau meia bomba dele não diferente do meu, aquele corpo dele distante já me causava pensamentos, próximo daquele jeito, os pensamentos se materializavam, mas enfim eu perguntei;

-jura?

-não.

Ele respondeu, rimos e deitamos depois de apagar a luz, e então sussurrei no ouvido dele;

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