Acontecimentos...

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...

Não sei com que direito ele (Eduardo) tomava partido na nossa conversa, e pra evitar uma discussão pelo meu desgosto disso, eu ignorei a presença dele e me levantei;

-depois a gente conversa mais gibi.

Falei e saí. Retornei ao quarto e consegui dormir, mas por pouco tempo, acordei nove horas da manhã com a menina olhando pra mim e depois disse com um sorriso;

-bom dia.

-bom dia.

Falei sem animação ou sorriso, isso não diminuiu o dela, provavelmente tinha achado que havia conseguido um parceiro mal humorado pela manhã, mas eu tratei de colocá-la no seu devido lugar;

-o que acha que aconteceu entre a gente?

Perguntei ela respondeu com um sorrisinho;

- uma ótima noite.

Eu me levantei e falei;

-se acha que foi isso, então devo dizer que foi só isso mesmo, não crie expectativas ou almeje algo mais que amizade comigo, não vai rolar.

Falei enquanto fechava a bolsa, a cara dela já não estava mais do mesmo jeito de antes;

-o que disse?

-disse que namoro comigo é impensável.

-não está falando sério, está?

-mais sério do que isso, só uma confissão policial e só pra avisar não faça escândalo pelo bem de sua própria imagem, porque eu não me importo com a minha.

Falei e saí do quarto fechando a porta, ouvi um baque, a moça deveria ter jogado algo em mim, mas era melhor assim, enganá-la mais com algo que eu não podia dar seria muita sacanagem de minha parte, quer dizer, mais do que eu já havia aprontado.

Pra minha sorte a garota se importava com sua imagem, pois em nenhum momento se aproximou, em compensação seus olhares eram os mesmos que a cascavel raivosa da minha infância; cheios de um ódio mortal, a parte ruim foi só que o Rick percebeu isso e quis saber;

-o que foi que você fez com ela hein?

-nada, só não achei justo usá-la por mais tempo.

Eu respondi e ele riu, logo depois perguntou;

-fiquei sabendo de uma parada sua aí, é verdade?

-se for algo que o gibi te contou, sim, é verdade.

Respondi serio e ele riu mais chamando a atenção de alguns calouros;

-relaxa cara, é só uma confirmação.

Não devolvi o sorriso, mas fiz uma negativa pra brincadeira dele, que percebeu e perguntou;

-e então, eu tenho chance?

Mais uma brincadeira, supus, ele diminuiu a voz para perguntar e eu respondi com uma brincadeira;

-se colocar idéias na minha cabeça, eu converto você.

-eu não preciso ser convertido, eu tenho ou não chance?

Brincadeira insistente demais;

-não tem chance, infelizmente não consigo pegar um amigo.

Não era verdade em parte, mas tinha entendido que esse negocio de sair pegando por diversão, não era muito de mim, e Rick meio que não tinha despertado aquela atenção de querer pegar, tirando claro, o sorriso de covinha; 

AutobiografiaOnde histórias criam vida. Descubra agora