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Não prestei atenção no caminho pra onde estávamos indo, só deixei que o João (ferrugem) cuidasse disso, vez ou outra ele chamava meu nome, acho que era zueira pra eu não dormir. Pra variar, o lugar não diferia em nada do que era o restante da cidade a qual eu tinha contato, um prédio, só que esse era alto. Muito alto. Ele entrou na garagem e estacionou como se estivesse familiarizado a fazer aquilo sempre e disse;

-vamo.

Tirou o cinto, saiu do carro. Fiz o mesmo e o segui, primeiro fomos ao saguão, onde tinha dois seguranças que só deu um aceno pra ele, fomos atendido por um recepcionista que nos cumprimentou educadamente e depois pegamos o elevador e eu não resisti em perguntar, enquanto ele apertava os botões;

-que lugar é esse? E o que viemos fazer aqui?

Ele sorriu, mas aquele sorriso não era o habitual dele, parecia, sei lá, triste, mas ele voltou ao normal logo;

-esse lugar é a empresa da minha família e o objetivo é o mesmo que eu disse no carro, viemos aqui para pensar.

Fiquei pensando naquilo e fui notando o ambiente que estávamos, aquele lugar era luxuoso, na verdade, era muito luxuoso o que me levou á perceber algumas coisas sobre o meu companheiro ali. O carro dele, as roupas que vestia, tudo era moderno e de marca, ou seja, agora eu tinha certeza, ele era rico, na verdade, ao que parecia, era muito rico. O elevador parou com um tique, a porta se abriu e vento frio nos tomou, era um heliporto, mas não tinha um helicóptero ali, andamos ate o centro com o vento nos açoitando o corpo e ele pediu pra sentarmos e observamos a paisagem. Era surreal, a cidade abaixo de nós se estendia como um tapete luminoso, aquilo era lindo de certa forma, claro que não se comparava com o com a paisagem da fazenda, mas ainda assim era encantadora. Por um momento, me senti acima dos meus problemas, não existia nada, alem de mim e o mundo. Voltei a mim com a voz de ferrugem;

-se deita, só fecha os olhos e curte o som do vento, é legal.

Fiz o que ele mandou, era tão calmo, tão pacifico e depois de um tempo, eu senti uma respiração no meu rosto e abri os olhos, ele estava encima de mim, apoiado nos braços, não me movi, tinha uma luz ali encima, mas não dava pra ver direito o rosto dele, mesmo assim perguntei calmo;

-o que esta fazendo?

Ele respondeu com outra pergunta;

-o que acha?

-é uma péssima ideia.

Alertei e ele perguntou;

-então porque já não me tirou de cima? Eu não acho que seja uma má ideia.

Fiquei sem resposta, senti uma arrepio na espinha, o mesmo de quando vi o Eduardo pela primeira vez de cueca, o que era aquilo? Não tinha a resposta para isso também e tudo o que consegui formular foi outra pergunta;

-porque esta fazendo isso?

-porque eu me sinto atraído por você e pela sua forma de ser desde a primeira vez que te vi.

Ele falou e se aproximou o suficiente para nossos lábios se tocarem, senti minha excitação ganhar vida dentro da cueca, mas não cedi porque estava um pouco desorientado das idéias, ele separou nosso lábios e ficou me encarando, acho que pedindo uma permissão, e na boa, eu não estava com cabeça nenhuma para permissões, meu pau ficou duro na hora, ou seja, ele tinha conseguido uma coisa que só o Eduardo tinha conseguido me causar e eu queria mais, foi por isso que eu o agarrei e virei por cima e não falei mais nada, apenas observei e visualizei aquela carinha de moleque que levou um susto e o beijei, foi um beijo quente, excitante, molhado, sem ritmo, mas completamente tesudo, que aos poucos foi ganhando harmonia e sincronia. Aquele moleque tinha o beijo gostoso, como tinha, se ele não tivesse se livrado de mim para respirar, eu com certeza não pararia e o mataria sufocado, ele soltou uma risada enquanto respirava descompassado, depois perguntou;

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