Confissão...

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Me senti estúpido por perguntar quem ousaria interromper o momento de safadeza entre mim e ferrugem, pois eram os pais dele, fiquei envergonhado e toda minha excitação desapareceu, só levantei e os cumprimentei com aperto de mãos. O pai dele era um senhor extremamente serio, loiro grisalho e alguns sinais de idade já aparente com a aparição de algumas rugas, sua postura apesar de parecer cansada estava altiva, como se nada naquele mundo fosse capaz de atingir.

A mulher, não parecia em nada com o ferrugem, o pai dele também não, exceto os olhos castanhos escuros que emitiam certo brilho e combinado á aparência dele ficava meio intimidador, no entanto demonstrei tranqüilidade quando o cumprimentei por pura educação e com aperto firme de mão, mas voltando a falar da mulher, ela era negra e jovem e sequer olhou pra mim ou o ferrugem, simplesmente passou direto para a direção dos quartos, sem cumprimentos, simplesmente se foi.

O pai dele continuou na sala e iniciou uma conversa com o filho que o questionou sobre bater na porta da própria casa, e eu acabei ouvindo, mas pouca coisa, resolvi não prestar atenção, algo que envolvia, incompetência e cabeça cheia de merda da esposa que esqueceu as chaves reserva antes da viagem. Eles encerraram a conversa e se viraram pra mim, ferrugem tinha o sorriso de sempre e já foi logo falando;

-então pai, deixa te apresentar direito, esse é meu namorado Fernando.

O pai dele sorriu para ele, mas ficou serio assim que me olhou, ''maldito vermelho'', eu estava completamente nervoso com a situação, ele tinha acabado de me apresentar como namorado para o pai dele, droga, aquilo era inesperado, muito. Senti o pai dele me analisar como se eu fosse um objeto, mas depois relaxou e sorriu de um esquisito falando;

-relaxa rapaz, senta aí.

O sorriso dele era falso, perceber isso não era dificuldade, mas eu me sentei e vi ele fazer o mesmo, ferrugem que tinha um sorriso, não tinha mais e se sentou em outro sofá;

-fazia ou faz o que da vida?

O pai dele perguntou e eu fui sincero;

-antes eu trabalhava com meu pai na fazenda, agora, sou um estudante calouro de direito e não faço nada. Está difícil arranjar algum emprego por aqui.

Ele mudou a expressão, agora ele parecia interessado;

-humm, me diz, esta fazendo direito por você ou seus pais?

-por mim -respondi com firmeza e depois esclareci- meu pai queria que eu fosse veterinário e minha mãe queria medico, no entanto respeitaram a minha decisão de ser Advogado, disseram que como pais eles não tinham que impor algo á seus filhos, apenas respeitar a decisão deles de ser o que quisesse ser, desde que isso não fosse contra a vida ou o bem estar de outras pessoas, claro que não foi com palavras bonitas como acabei de falar, mas foi o que eu entendi

Com minha resposta, ele disse com um sorriso sincero dessa vez;

-é, seus pais estão corretos. Muito bem então, vou lá para o quarto rapaz, se precisar de algo relacionado ao direito, fale com o João.

Se levantou sem me esperar recusar a proposta e foi para a direção que a moça foi e quando desapareceu das vistas, olhei serio para ferrugem;

-você é maluco João?

Ele que tinha um sorriso o diminuiu imediatamente, era a primeira vez que eu o chamava de João, mas o assunto era serio, a conversa correu bem, mas e se não tivesse corrido? Com certeza eu iria entrar em confusão com o pai dele e não ia ser uma coisa interessante de jeito nenhum. Ele baixou a cabeça, acho que pensou no mesmo que eu;

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